O que vai diferenciar um tumor benigno de um maligno, basicamente, é como as células se comportam no organismo.
Há algumas semanas, realizei um ultrassom das mamas como exame de rotina. Enquanto o médico passava o transdutor para visualizar a região, ele disse que havia pequenas bolsinhas com líquido em minha mama esquerda.
Perguntei se aquilo era grave e se deveria me preocupar, mas ele, calmamente, respondeu que o “achado” era normal em mulheres na faixa dos 30 aos 55 anos e que se tratava de um acúmulo de líquido sem maior significado, uma pequena bolha que poderia ser esvaziada com uma agulha.
Essas bolhas também podem ser chamadas de cistos mamários e dificilmente são palpáveis. E aqui cabe uma importante observação: cisto não é a mesma coisa que um nódulo mamário. Os nódulos ou caroços são uma lesão sólida (enquanto cistos acumulam líquidos em seu interior) e afetam o tecido das mamas e ao redor.
Outra grande diferença é que esses nódulos podem ser tanto benignos quanto malignos, o que vai diferir um do outro, basicamente, é como essas células vão se comportar. Por isso, não podemos considerar que todo tumor, ou nódulo, é um câncer. A definição de um tumor é um aumento no volume celular em alguma área do corpo.
O que é um tumor benigno
Os tumores benignos, assim como os malignos, também sofreram alteração no DNA celular, mas essa “falha” não chega a ser muito grave. A grande diferença é que, nesse tipo de tumor, as células ainda preservam suas características, crescem num ritmo lento e não têm a capacidade de invadir tecidos vizinhos. De maneira bem sucinta, dificilmente elas vão causar grandes problemas.
Há vários exemplos de tumores benignos que são comuns, como:
- Pólipos: mais encontrados no intestino, após uma colonoscopia;
- Lipomas: tumor composto por gordura que pode surgir em qualquer local do corpo;
- Miomas: formados por fibras e tecido muscular e que aparecem na cavidade uterina.
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Ainda assim, é importante destacar que os tumores benignos nem sempre são inofensivos e muitas vezes é necessário realizar cirurgia para extraí-los.
No caso dos miomas uterinos, que são extremamente comuns nas mulheres (uma em cada quatro mulheres vai desenvolver mioma ao longo da vida), devem ser retirados quando possuírem um volume elevado, provocando sintomas como dor e sangramentos. Se a mulher quiser engravidar, a cirurgia também pode ser indicada.
Um pólipo intestinal ou retal também deve ser extraído durante uma endoscopia ou colonoscopia e encaminhado para análise. Isso porque eles podem crescer e aumentar o risco de se tornarem malignos.
O que é um tumor maligno
O tumor maligno é o câncer propriamente dito. Ele ocorre quando há uma multiplicação desenfreada dessas células com DNA diferente. Esse ritmo acelerado pode causar problemas para o organismo, principalmente se as células cancerígenas invadirem órgãos vizinhos e provocarem metástases.
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Os tumores mais comuns na população são os de pele, mama, próstata e intestino, porque as células desses órgãos se renovam com uma frequência maior, estando mais sujeitas a falhas na hora da multiplicação.
Causas variadas
Hoje se sabe que as causas para a ocorrência e desenvolvimento de um câncer são variadas, indo desde fatores externos (ambientais), como cigarro e contato com produtos químicos, a agentes biológicos, como vírus (HPV, hepatite), e hereditariedade (embora somente 10% dos casos sejam causados exclusivamente por esse fator).
Hoje a oncologia dispõe de diferentes tipos de tratamento para esses tumores, como quimioterapia, radioterapia, imunoterapia, além da cirurgia. Mas a estratégia de tratamento vai depender da patologia e da localização e estágio do tumor.