Será que grávidas podem beber cerveja sem álcool? Essas bebidas podem conter níveis de etanol mais altos do que o indicado nos rótulos, o que é perigoso para o bebê.
Durante a gestação é preciso mudar alguns hábitos para garantir a sua saúde e a do bebê. Por isso, uma das recomendações dos especialistas é que se pare de consumir bebidas alcóolicas. Mas será que a cerveja sem álcool pode ser uma opção?
De acordo com Kátia Kosorus, ginecologista do Hospital São Camilo (SP), o consumo é considerado aceitável, mas ainda pode ser perigoso.
“Normalmente, cervejas sem álcool têm no máximo 0,5% de álcool em sua composição, o que é considerado seguro durante a gravidez. No entanto, a orientação médica é que grávidas não consumam qualquer quantidade de álcool, incluindo essas bebidas”, complementa a especialista.
Vale destacar que há poucas pesquisas científicas que apontem os riscos de consumo de cerveja sem álcool pelas gestantes e lactantes.
No entanto, alguns estudos mostram que essas bebidas podem conter níveis de etanol mais altos do que o indicado em seus rótulos — podendo chegar a 1,8% de teor alcoólico. Portanto, o consumo já poderia ser mais arriscado para o feto, principalmente se for regular.
“O álcool é completamente contraindicado na gestação, em qualquer período. Também não é recomendado que seja consumido durante a amamentação. Não existe dose de bebida alcóolica segura. Além disso, as cervejas sem álcool também não são consideradas saudáveis e devem ser evitadas ou consumidas com bastante moderação”, explica Ricardo Porto, ginecologista, obstetra e membro da Comissão Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
Riscos do consumo de álcool na gestação
Quando a mulher bebe álcool, a substância atravessa a placenta e pode prejudicar o desenvolvimento do feto, causando problemas físicos e mentais.
O principal risco do consumo de bebidas alcoólicas por gestantes é a síndrome alcóolica fetal. De forma geral, a condição provoca diversas manifestações no feto e no recém-nascido, tais como:
- malformações congênitas faciais, neurológicas, cardíacas e renais;
- alterações comportamentais;
- problemas de visão e audição;
- dificuldades de aprendizagem na escola;
- atrasos na fala e linguagem;
- comportamento hiperativo;
- retardo do crescimento e baixo peso ao nascer.
Portanto, a recomendação médica é que gestantes evitem completamente o consumo de qualquer bebida alcoólica. A exposição ao álcool não é uma atitude segura para os fetos em desenvolvimento em todas as fases da gravidez.
Além disso, é importante que gestantes não usem drogas e cigarros e sigam orientações médicas para a realização de atividades físicas, tenham uma alimentação equilibrada e façam uso de medicamentos adequados.
Vale lembrar que o acompanhamento pré-natal é fundamental para a saúde da gestante e do bebê. É neste momento que a futura mãe consegue sanar dúvidas e garantir mais saúde tanto para ela quanto para o bebê que está a caminho.
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