Segundo Inca, nos próximos três anos, são esperados mais de 2 milhões de novos diagnósticos de câncer.
O câncer é uma das doenças crônicas que mais aumenta sua incidência no Brasil e no mundo ao longo dos anos. É a segunda principal causa de mortes, depois das doenças cardiovasculares.
Sedentarismo, envelhecimento, mudanças no comportamento alimentar, tabagismo e poluição ainda são importantes fatores de risco preveníveis que estão por trás desses índices. Mas eles não são os únicos. O atraso no diagnóstico e tratamento imposto pela pandemia de covid-19 também tem sua parcela de responsabilidade e levará a 62,3 mil mortes evitáveis no país, segundo estimativa de estudo da Americas Health Foundation realizado com o apoio da Roche.
“O que houve durante a pandemia de covid-19, é que não foi possível fazer exames de rastreamento e acabamos tendo um acúmulo de diagnósticos com doenças localmente avançadas, além de procedimentos cirúrgicos e tratamentos não realizados”, explica a dra. Débora Gagliato, médica oncologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP-SP).
Diante desses problemas de saúde pública e a fim de melhorar a gestão oncológica no país, o Instituto Nacional do Câncer (Inca), nos últimos meses, soltou um relatório com estimativas de câncer entre os anos de 2023 e 2025. Os dados não são nada animadores: nos próximos três anos, são esperados mais de 2 milhões de novos diagnósticos da doença.
Ao todo foram estimadas as ocorrências para 21 tipos de câncer, dois a mais que na publicação do relatório anterior. Pela primeira vez, o Inca inclui os tumores de fígado e pâncreas; a decisão de incluir esses cânceres nas estimativas foi tomada porque, além de serem dois tipos de câncer extremamente letais, eles estão entre os dez tipos mais comuns em várias regiões do Brasil, como Norte e Sul.
“Sabe-se atualmente que o estilo de vida tem forte influência no surgimento de 13 tipos de tumores sólidos, como de pâncreas e de fígado, por exemplo. Há um aumento do risco de câncer, se o paciente tem uma alimentação com muitos alimentos processados, gorduras ruins, corantes, além do consumo excessivo de álcool. E é o que estamos vendo na sociedade atualmente”, explica a dra. Gagliato.
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Pele, mama e próstata
Segundo o relatório, as Regiões Sul e Sudeste concentram cerca de 70% da incidência dos casos de câncer no país, devido a maior densidade demográfica dessas localidades.
Ainda assim, o tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele não melanoma (31% do total de casos), seguido pelos de mama feminina (10%), próstata (10%), cólon e reto (6,5%) e pulmão (4,6%).
Em homens, o câncer de próstata é predominante em todas as regiões do Brasil, com 72 mil casos novos estimados a cada ano do próximo triênio (3 anos), atrás apenas do câncer de pele não melanoma.
Já nas mulheres, o câncer de mama é o mais incidente (depois do de pele não melanoma), com 74 mil casos novos previstos por ano até 2025.
É possível prevenir o câncer?
Sempre batemos na tecla de que há inúmeros tipos de câncer que podem ser prevenidos com mudanças de estilo de vida.
Por isso, ao longo da vida, é importante manter o mesmo peso e evitar mudanças abruptas na composição corporal (muito ganho ou perda de peso).
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Para a prevenção do câncer, o Inca recomenda ser fisicamente ativo como parte da rotina diária, limitando os hábitos sedentários, como passar muito tempo assistindo à televisão e usando o celular ou o computador. A Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 observou que a prevalência de atividade física insuficiente, em adultos com idade a partir dos 20 anos que dependem exclusivamente do SUS, foi de 70% em homens e de 77% em mulheres. É um número muito elevado.
Em relação à alimentação é muito importante evitar alimentos ultraprocessados, como presunto, salsicha, linguiça e bacon. Não há uma quantidade segura para o consumo, por isso, é importante que esses alimentos não sejam ingeridos frequentemente e sejam exceção em sua dieta.
Lembre-se: qualquer mudança que você iniciar hoje, já vai ser positiva no futuro.
