Esse é o tumor mais incidente no Brasil. Convidamos uma especialista para responder algumas perguntas frequentes sobre o câncer da pele. Assista.
No Brasil, o câncer de pele não melanoma é o mais frequente. O melanoma, embora menos incidente, é o tipo mais grave. Para esclarecer as principais dúvidas sobre os cânceres dermatológicos, convidamos a dra. Jade Cury Martins, médica dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
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Qual a diferença entre câncer de pele não melanoma e melanoma?
Câncer de pele não melanoma é o mais frequente, mas também o menos agressivo e com alto índice de cura. São os conhecidos carcinomas (basocelular, que representa 80% dos cânceres de pele, e espinocelular, que representa 20%). Eles se originam de células da epiderme, que é a camada mais superficial da pele. Clinicamente, irão se manifestar como lesões vermelhas que formam casquinhas e descamam, ou feridas que nunca cicatrizam.
Câncer de pele melanoma é o mais raro, cerca de 3% dos cânceres de pele, porém é o mais agressivo e com maior risco de metástase, ou seja, ir para outros órgãos se não for diagnosticado precocemente. Ele se origina dos melanócitos, células da pele que produzem melanina. Clinicamente, o melanoma se parece com pintas de cor marrom ou acastanhada, portanto, é necessário ter atenção.
Por que a exposição solar em excesso pode aumentar o risco de câncer da pele?
A radiação ultravioleta penetra a pele e pode levar a alterações e danos no DNA, tornando aquelas células cancerígenas. Essa exposição solar provoca o dano tanto por efeito cumulativo (exposição crônica ao sol) como intermitente, em intervalos (queimaduras agudas, principalmente na infância).
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Além desse, outros fatores de risco são:
- Presença de olhos, cabelos e peles claros;
- Queimaduras ou cicatrizes;
- Feridas crônicas;
- No caso do melanoma, a presença de múltiplas pintas ou histórico familiar.
Quando uma pinta pode indicar câncer?
O ideal é, uma vez por ano, procurar um médico dermatologista para realizar um exame completo da pele, de todas as pintas e lesões suspeitas. Mas o autoexame também é importante.
As pintas se tornam suspeitas quando apresentarem:
- Assimetria (um lado é diferente do outro);
- Bordas irregulares;
- Multicor;
- Tamanho maior que 6 mm;
- Modificação de suas características originais, ou seja, com o passar do tempo a aparência da pinta muda.
Quais critérios uma pessoa deveria adotar na hora de escolher um protetor solar?
O protetor ideal que tenha amplo espectro, ou seja, que proteja contra raios UVA (presentes durante todo o dia) e raios UVB (que têm pico de incidência entre 10h e 16h), com fator de proteção no mínimo 30. Mas o mais importante é sua aplicação adequada: Todos os dias, mesmo em dias nublados, e reaplicar várias vezes, de 2 em 2 horas.
Além do protetor solar, quais são as outras medidas eficazes para prevenir esse tipo de câncer?
Além do protetor, medidas como exposição adequada ao sol podem ser adotadas. Evitar a exposição no horário mais intenso da radiação ou procurar sombras (não ficar exposto diretamente), usar chapéus com abas largas, óculos com filtro UV e roupas com tecido que também apresentem esse filtro.
Pessoas de pele negra também precisam usar protetor solar?
As pessoas de pele negra possuem mais melanina, isso já é considerado um protetor natural, mas também correm risco de ter câncer de pele. É menos frequente, mas ocorre, principalmente nas palmas das mãos e nas plantas dos pés.
Então, sim, elas devem seguir as mesmas recomendações que pessoas de pele mais clara em relação a exposição solar, uso do protetor e avaliação frequente com o dermatologista.
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