Pelo encravado - Portal Drauzio Varella
Publicado em 11/08/2016
Revisado em 11/08/2020

O pelo encravado surge quando não encontra a saída do folículo piloso ou não consegue romper a camada de queratina que se forma sobre a epiderme, provocando uma reação inflamatória do organismo.

 

Pelos são anexos da pele que auxiliam no isolamento térmico e ajudam a proteger o organismo de possíveis agressões do ambiente. Basicamente, são formados por queratina (proteína que confere resistência, elasticidade e impermeabilidade ao fio) e células mortas compactadas da epiderme. Os pelos nascem no fundo do folículo piloso e são constituídos por duas partes: a raiz implantada na derme (camada intermediária da pele localizada logo abaixo da epiderme) e a haste, porção que se projeta acima da superfície da pele.

Pelo encravado é um distúrbio que pode incomodar homens e mulheres, crianças e adultos.  Nos homens, a região da barba – rosto, pescoço e nuca – costuma ser a mais afetada. Nas mulheres, pernas, axilas e virilha são as áreas mais vulneráveis.

O pelo encrava quando não encontra a saída do folículo piloso ou não consegue romper a camada de queratina que se forma sobre a epiderme. Como o processo de crescimento não cessa, a ponta da haste se curva e penetra novamente no folículo piloso ou continua crescendo debaixo da pele.  Na tentativa de livrar-se desse corpo estranho, o organismo produz uma reação inflamatória, conhecida como foliculite, marcada por lesões avermelhadas parecidas com espinhas, com ou sem pus, que podem coçar e doer. Às vezes, é possível enxergá-lo dobrado sob a pele. O problema ocorre com mais frequência, com os pelos mais grossos e encaracolados, principalmente se a pessoa tiver poros estreitos ou cicatrizes na pele.

 

Causas

 

As causas variam bastante. Vão desde a falta de higiene e o atrito provocado por roupas muito justas ao acúmulo de células mortas ou a pequenas lesões cutâneas, ocorrências que podem obstruir os poros impedindo sua passagem. O mais comum, porém, é o pelo encravado estar associado a erros na forma de realizar a depilação, seja com cera quente, fria ou mesmo com lâmina de barbear ou creme depilatório.

 

Recomendações

 

O binômio esfoliar/hidratar é um recurso comprovadamente eficaz para prevenir o aparecimento de pelos encravados, qualquer que seja o método utilizado para depilação. Esfoliar facilita a remoção de células mortas (haja vista que a pele está em constante processo de renovação) e outras impurezas que se acumulam na camada superficial da pele e dificultam a saída do pelo em crescimento. Realizada uma ou duas vezes por semana, ajuda a soltar as pontas dos pelos que possam estar retidos sob a pele.

O importante é que tudo seja feito com cuidado, de preferência durante o banho, utilizando sabonetes esfoliantes, esponjas ou cremes abrasivos especiais, que devem ser aplicados em movimentos circulares, suavemente. Depois, é hidratar bem a pele para evitar o ressecamento que a torna mais exposta a esse tipo de lesão.

Existem, ainda, outras medidas que devem ser observadas no dia a dia, porque ajudam a manter a pele livre dos pelos encravados. Especialmente, os homens que são obrigados a fazer a barba diariamente devem proceder da seguinte forma:

  • Lavar o rosto com água morna e sabonete neutro, o que ajuda a higienizar a pele, a abrir os poros e a amolecer os pelos;
  • Nunca passar a lâmina sobre a pele seca; para que ela deslize mais facilmente, é fundamental cobrir a região com espuma ou gel de barbear;
  • Passar a lâmina no sentido do crescimento dos pelos. Escanhoar, ou seja, passar no sentido contrário, pode proporcionar corte mais rente, mas aumenta o risco de o pelo encravar na região da barba, alteração conhecida como  pseudofoliculite;
  • Dar preferência aos a parelhos descartáveis, com número maior de lâminas e corte preservado;
  • Enxaguar o rosto com água fria para fechar os poros; em seguida, aplicar uma loção pós-barba adequada ao tipo de pele.

Os dermatologistas advertem que o melhor método de depilação para evitar a formação do pelo encravado varia de uma pessoa para outra e pode mudar em diferentes momentos da vida. No entanto, é fundamental estar sempre atento às condições de higiene da própria pele e dos materiais utilizados. Os especialistas também recomendam o uso de filtro solar depois da depilação com cera quente, fria ou na forma de roll-on, mesmo nos dias nublados, porque a pele perde a camada de proteção natural contra os raios solares e pode manchar nessas áreas.

 

Compartilhe