A capsulite adesiva, também conhecida como “ombro congelado”, é uma inflamação da cápsula articular do ombro que provoca dor e limitação progressiva dos movimentos. A condição ganhou notoriedade depois que a apresentadora Eliana, de 52 anos, revelou ter sofrido com o problema em 2024.
“O quadro costuma evoluir em fases: primeiro predomina a dor, depois a rigidez e, por fim, uma melhora gradual. O sintoma mais marcante é a dificuldade de levantar o braço ou girá-lo, especialmente em movimentos do dia a dia, como vestir-se ou pentear o cabelo. É mais frequente em pessoas entre 40 e 60 anos, principalmente em mulheres”, explica Marcelo Campos, ortopedista e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SBCOC).
Principais causas e fatores de risco
Segundo o especialista, na maioria dos casos não há uma causa única identificada para a capsulite adesiva. Mas ela pode estar relacionada a fatores como lesões ou cirurgias prévias no ombro, imobilização prolongada e alterações metabólicas (como diabetes e doenças da tireoide).
“Pessoas com diabetes têm maior risco de desenvolver capsulite adesiva provavelmente devido a alterações na circulação sanguínea e no metabolismo da glicose, que favorecem inflamações e alterações no colágeno da cápsula articular, tornando-a mais rígida. Além disso, o controle glicêmico difícil prolonga a inflamação e dificulta a recuperação”, esclarece.
A condição é mais frequente em mulheres na faixa etária da menopausa. “[Isso ocorre] possivelmente pela influência hormonal, especialmente pela queda do estrogênio, que pode afetar tecidos articulares e aumentar a predisposição a processos inflamatórios”, completa o dr. Marcelo.
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Como funciona o diagnóstico da capsulite adesiva
O diagnóstico é feito principalmente pela avaliação clínica: histórico dos sintomas e exame físico, em que o médico observa a limitação característica dos movimentos ativos e passivos do ombro. “Exames de imagem, como raio-X e ressonância, são úteis para descartar outras doenças (artrose, rupturas de tendão, calcificações), mas não são obrigatórios para confirmar a capsulite”, esclarece o ortopedista.
Formas de tratamento da capsulite adesiva
O tratamento da capsulite adesiva geralmente é conservador e pode incluir:
- fisioterapia (exercícios para recuperar a mobilidade);
- medicações analgésicas e anti-inflamatórias;
- infiltrações com corticoide em casos de dor intensa;
- bloqueios ou distensão articular guiada por imagem, em alguns casos;
- cirurgia (artroscopia para liberar a cápsula) — indicada somente quando o tratamento clínico não traz melhora.
“A maioria dos pacientes recupera grande parte da mobilidade com o tempo, mas em alguns casos pode persistir uma limitação parcial, principalmente se a capsulite foi muito severa ou se houver outras condições associadas, como diabetes”, conclui o médico.
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