Útero baixo é o nome popular para quando o órgão reprodutivo desce da sua posição normal. Veja como identificar o problema.
Já imaginou o útero saindo pela vagina? Sim, isso é possível. O prolapso uterino, chamado popularmente de útero baixo, é a descida do órgão da sua posição anatômica correta, podendo chegar a ser expelido pela abertura vaginal.
O que faz o útero descer?
A queda na produção de hormônios causada pela menopausa é um dos principais motivos para o prolapso uterino, já que a mudança enfraquece os ligamentos da pelve e facilita a descida do útero. Mas não são apenas as pessoas que passaram ou estão passando pela menopausa que devem se preocupar. Carolina Curci, ginecologista e obstetra especializada em reprodução humana e saúde feminina, explica:
“Mulheres obesas que tiveram muitas cirurgias na barriga também estão sujeitas. Até mesmo as que tiveram um excesso de pressão intra-abdominal, como múltiplas gestações com partos vaginais, ou as que exageraram no exercício físico e aumentaram a pressão abdominal”, acrescenta.
O exagero no exercício físico a que a médica se refere é o levantamento de pesos excessivo feito de forma incorreta. As causas incluem ainda hérnias abdominais e miomas uterinos.
Sintomas do útero baixo
“No prolapso uterino, você vai sentir aquele desconforto na barriga, aquele incômodo, aquela sensação de peso. Às vezes, a depender do tamanho do útero, como ele pode ir para cima da bexiga, faz uma compressão e provoca dificuldade para fazer xixi. E aí, a depender de qual posição ele estiver, pode levar a um desconforto na relação sexual”, diz a dra. Carolina.
Outros sintomas comumente relatados pelas pacientes são:
- Dor na região lombar;
- Dificuldade para caminhar;
- Vagina proeminente;
- Corrimento frequente;
- Sensação de que algo está saindo pela vagina.
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Graus do prolapso uterino
Não são todas as mulheres com prolapso uterino que correm o risco de que o útero saia pela vagina. A condição é classificada em quatro graus, do mais leve ao mais grave:
- Grau 1: o útero fica um pouco mais baixo que o normal;
- Grau 2: o órgão começa a descer pela porção final da vagina;
- Grau 3: o útero começa a ser visto na vulva (parte de fora da vagina);
- Grau 4: grandes porções do útero ficam para fora da vulva, podendo chegar ao prolapso total.
O diagnóstico é feito através do exame de ultrassom transvaginal ou pelo toque íntimo.
Tratamento e prevenção
“Quando o grau é mais leve, o que a gente pode fazer? Melhorar a parte hormonal da paciente. Se é uma paciente obesa, vamos emagrecer para tirar o peso de cima da pélvis. Vamos evitar exercícios de grande pressão intra-abdominal, como o crossfit. Vamos fazer fisioterapia pélvica e fortalecer [a musculatura pélvica]. A depender [do caso], a gente pode colocar um pessário, como se fosse um anel que você coloca no útero e ele fica [no lugar]”, elenca a dra. Carolina.
O pessário é um dispositivo removível de silicone que dá suporte às paredes da vagina ou ao útero caído. Ele é uma opção quando se quer evitar ou não há indicação de cirurgia, que se destina aos casos mais graves e visa reconstruir os ligamentos ou colocar uma tela nas estruturas pélvicas para fortalecer a sustentação do útero.
Já para prevenir o prolapso uterino, a ginecologista indica:
- Controlar o peso corporal, que pode fazer pressão no assoalho pélvico;
- Realizar exercícios de levantamento de peso apenas com acompanhamento profissional;
- Tratar problemas de constipação, que exigem mais força pélvica para evacuar;
- Evitar o cigarro, que pode levar à tosse crônica e, consequentemente, à pressão abdominal;
- Realizar exercícios de fisioterapia pélvica;
- Repor hormônios, se for preciso e indicado;
- E manter um estilo de vida saudável.
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