O herpes-zóster é uma “reativação de um vírus” que ficou “adormecido” no corpo.
O herpes-zóster ou cobreiro, como é popularmente conhecido, é uma infecção causada pelo vírus varicela-zóster, o mesmo que provoca a catapora (varicela). É uma doença que pode evoluir para complicações graves e que deve receber o devido cuidado, principalmente se afetar uma mulher grávida, por conta do risco de comprometer a saúde do bebê.
A dermatologista Juliana Toma explica que o herpes-zóster, na verdade, é uma “reativação de um vírus” que ficou “adormecido” no corpo. Quando o varicela-zóster afeta uma criança ou um adulto que nunca fora infectado antes, causa a catapora, uma doença comum na infância. A catapora provoca manchas vermelhas na pele que coçam muito e evoluem para bolhas contendo líquido.
“Uma vez que se resolve essa infecção, o vírus não sai do corpo; ele fica latente, como se ficasse dormindo. A reativação desse vírus, como se fosse uma segunda infecção, é o herpes-zóster”, diz a dermatologista.
Fatores de risco
O principal fator que facilita a reativação do vírus é a baixa imunidade, que pode ser causada, por exemplo, por estresse físico e mental, ansiedade, depressão, má alimentação e uso de determinados medicamentos, como corticoides.
Pessoas com doenças crônicas, como câncer, pressão alta e diabetes, pessoas que vivem com HIV e transplantados também tendem a ter a imunidade mais baixa e, por isso, estão mais suscetíveis.
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Sintomas do herpes-zóster
Moacyr Silva Júnior, infectologista do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, explica que o primeiro sintoma a surgir em casos de herpes-zóster é dor e queimação. “Geralmente, é um quadro localizado de lesões de bolhas. Em geral é no tórax que aparecem essas lesões. Mas antes das lesões, começa uma certa dor no local, uma queimação e, posteriormente, aparecem as lesões, que são como se fossem bolhas, que podem ficar vermelhas e se distribuem como se fossem uma faixa”, detalha.
Segundo o Ministério da Saúde, as áreas onde mais aparecem essa espécie de faixa de bolhas são: tórax (53% dos casos), cervical (20%), rosto – na região do nervo trigêmeo (15%) – e região lombar e quadril (11%).
“[As bolhas] surgem de modo gradual e levam de dois a quatro dias para se estabelecer. Quando não ocorre infecção secundária, as vesículas (bolhas) se dissecam, formam-se crostas, e o quadro evolui para a cura em duas a quatro semanas”, informa o Ministério em seu site na internet.
Herpes-zóster e gravidez
Se não tratado de forma adequada, o herpes-zóster pode gerar uma série de complicações graves. Quando ocorre durante a gravidez, o cuidado precisa ser redobrado, porque as bolhas podem evoluir para lesões, além de haver o risco de infectar o feto.
“Qualquer infecção em uma mulher grávida é sempre potencialmente mais grave. Por quê? Porque a mulher está com um sistema imunológico deficiente durante a gestação. Diminuído, digamos assim. Então, ela tem uma propensão a doenças infecciosas ficarem mais graves só por estar grávida”, alerta a dra. Juliana.
“Você pode ter comprometimento fetal da criança, dano ou alteração cognitiva também e pode ter até nascimento prematuro”, complementa o dr. Moacyr.
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Tratamento e cuidados com o bebê
A orientação é que a grávida procure ajuda médica assim que perceber os primeiros sintomas para começar o quanto antes o tratamento com medicação e fazer um acompanhamento em relação ao desenvolvimento do bebê.
“A primeira medida é o isolamento. E depois, tratamento com antivirais tópicos e antivirais orais, principalmente o aciclovir, que é o medicamento que a gente usa para herpes. Durante a gestação, ele pode ser usado, principalmente quando a gente percebe que a lesão pode ficar grave”, explica a dra. Juliana.
“Uma vez tratando a mãe, vale a pena fazer um acompanhamento mais intenso da gestação, justamente para ver como a criança está se desenvolvendo, está evoluindo”, orienta o dr. Moacyr.