Por causa do tempo seco e dos efeitos das queimadas, especialistas em saúde lançam orientações para quem tem doenças respiratórias. Leia na coluna de Mariana Varella.
O país vive a pior seca em 44 anos. O que já seria um problema para a saúde respiratória, agrava-se com as queimadas que ocorrem em boa parte do território nacional.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 159.411 focos de incêndio de janeiro até o dia 9, o dobro do mesmo período de 2023. Com isso, 60% do país está sob os efeitos da fumaça.
Veja também: Recomendações para proteger a saúde durante as queimadas
Pessoas com doenças respiratórias, como rinite alérgica, sinusite e asma, sofrem ainda mais os danos causados pelo tempo seco e pela fumaça.
Com a queda da umidade, além de o ar ficar mais poluído, as vias aéreas se tornam mais ressecadas, o que favorece a intensificação de problemas respiratórios.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a poluição excessiva pode agravar alergias respiratórias, diminuir a capacidade pulmonar em crianças e pessoas com doenças respiratórias crônicas como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), bronquite e enfisema.
Orientações para quem tem doenças respiratórias
Assim, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia lançou orientações para quem tem essas doenças:
- Pacientes com asma, DPOC e rinite alérgica devem manter o tratamento regular com sua medicação inalatória (bombinhas);
- Se você tem rinite ou asma e só faz o tratamento quando os sintomas se agravam, passe a usar a medicação regularmente neste momento, antes de os sintomas se agravarem;
- Obtenha a medicação usada em momentos de crise e use-a o mais cedo possível, caso os sintomas respiratórios se iniciem.
- Evite exposição desnecessária, se possível. Se precisar sair de casa, use máscara, de preferência N95 ou PFF2;
- Evite locais com grande concentração de fumaça — ela é tóxica e pode causar problemas respiratórios imediatamente;
- Quem tiver contato direto com áreas próximas às queimadas, deve procurar atendimento caso apresente sintomas respiratórios como falta de ar, chiado no peito, tonturas e dor de cabeça;
- Beba água, a hidratação é muito importante para as vias aéreas. A atenção deve ser ainda maior com crianças e idosos pelo maior risco de desidratação;
- Se possível, lave o nariz e os olhos com soro fisiológico;
- Você pode usar umidificadores, mas eles precisam ser limpos diariamente para não acumular mofo. Use toalhas molhadas e bacias com água, caso não tenha umidificador;
- Suspenda a prática de atividade física ao ar livre nos próximos dias, se estiver em área de queimadas.
Ministério da Saúde
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou nesta quarta-feira (11) orientações para reduzir os danos à saúde causados pelo tempo seco e pelas queimadas. De acordo com a ministra, os efeitos à saúde podem ser graves e ocorrer a curto prazo ou a longo prazo, em especial entre os mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com comorbidades.
Para a população geral, o Ministério da Saúde recomenda:
- Aumentar a ingestão de água potável e procure locais mais frescos;
- Evitar atividades físicas em áreas abertas;
- Evitar ficar próximo dos focos de queimadas;
- Em caso de sintomas como náuseas, vômitos, febre, falta de ar, tontura, confusão mental ou dores intensas de cabeça, no peito ou abdômen, buscar atendimento médico.