Por que as quedas em idosos são mais preocupantes?

A queda entre idosos pode ser o primeiro sinal de um problema de saúde e ainda causar prejuízos emocionais. Saiba como prevenir.

desenho de homem e mulher idosos, par de chinelos, cachorro. risco de quedas em idosos é maior

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Publicado em: 31 de outubro de 2023

Revisado em: 13 de novembro de 2023

Aa quedas em idosos não são algo “normal para a idade”. Entenda por que os riscos de quedas são maiores nessa faixa etária e saiba como preveni-las.

 

As quedas entre pessoas idosas são mais frequentes, mas elas não podem ser encaradas como algo normal para a idade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 28% a 35% das pessoas com 65 anos ou mais caem a cada ano. Na faixa etária acima dos 70, esse número sobe para 32% a 42%. Na maioria dos casos, o acidente indica um problema a ser investigado pelo paciente e por seus familiares.

 

Por que o risco de quedas é maior em idosos?

Ao longo da vida, quedas acontecem. No entanto, em se tratando de idosos, é preciso prestar mais atenção.

Primeiro, por causa do risco de fratura. As transformações fisiológicas que fazem parte do envelhecimento podem dificultar a recuperação do paciente, gerando hospitalização e até levando ao óbito. Ainda de acordo com a OMS, as quedas são responsáveis por 40% de todas as mortes relacionadas a lesões. 

“Ela também pode ser encarada como o reflexo de alguma condição clínica. Pode indicar um transtorno cognitivo ou uma alteração metabólica. Às vezes, um dos primeiros sintomas que podem surgir é a queda”, ressalta Hudson Pinheiro, fisioterapeuta e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Distrito Federal.

Além disso, a queda abala o lado emocional. Com medo de que aconteça novamente, o idoso pode começar a se limitar dentro de casa e tornar-se mais dependente da ajuda de cuidadores e familiares.

 

Causas e consequências da quedas em idosos

Entre os principais fatores de risco para queda em idosos, estão:

  • fraqueza muscular;
  • osteoporose;
  • alterações da pressão arterial;
  • alterações neurológicas, como doença de Parkinson, doença de Alzheimer e esclerose múltipla;
  • alterações nos sentidos, como a diminuição da visão ou da audição;
  • deformidades nos pés, como joanetes dolorosos;
  • uso de determinados medicamentos, como sedativos, hipnóticos e ansiolíticos;
  • uso de vários medicamentos ao mesmo tempo;
  • entre outros.

“E quando a gente pensa em causas externas ambientais, existem ainda as barreiras de acessibilidade, né? Por exemplo, buracos na rua, meio-fio muito alto. Dentro de casa, pode ser um tapete, um animal de estimação, etc”, acrescenta o fisioterapeuta.

Uma vez que a queda já aconteceu, é preciso procurar ajuda médica imediatamente, mesmo que não pareça tão grave. Isso porque mais de 50% dos incidentes em idosos resultam em lesões. Segundo Pinheiro, algumas das fraturas que podem ocorrer são as de colo de fêmur, punho e até traumatismos cranianos. Em muitos casos, o paciente não consegue se recuperar completamente.

Veja também: Acidentes domésticos: como prestar os primeiros socorros aos idosos

 

Como evitar novas quedas em idosos

“Muitas vezes, a família ou até mesmo a própria pessoa idosa só busca ajuda quando já existe um agravo mais significativo, como, por exemplo, a fratura. A gente precisa começar a quebrar esse ciclo e investir mais em prevenção”, recomenda Pinheiro.

E como fazer isso? O fisioterapeuta explica:

  • Escolha calçados mais seguros: por parte dos idosos, existe uma resistência muito grande em relação a calçados presos no tornozelos, até pela facilidade de colocar um chinelo, por exemplo. Mas aqueles que são unidos aos tornozelos ajudam na percepção dessa parte do pé e, consequentemente, na pisada correta. Os tênis são uma opção, mas também é preciso tomar cuidado com os cadarços e apostar em solados antiderrapantes;

  • Faça adaptações na estrutura da casa: é importante retirar do caminho tudo aquilo que possa causar escorregões, como tapetes. Se possível, é interessante instalar suportes, corrimãos e outros acessórios de segurança para dar apoio à movimentação dentro de casa, principalmente nas áreas molhadas;

  • Tome cuidado com os animais de estimação: ainda que os pets ofereçam um enorme suporte emocional aos idosos, muitas vezes, eles não percebem que estão colocando o dono em risco ao andar próximos a seus pés ou correr para encontrá-lo. A dica é, ao chegar em casa, encontrar um apoio para receber o bicho de estimação, mantê-lo em um espaço apropriado e estar sempre de olho ao caminhar pela casa;

  • Evite a atenção dividida: andando na rua, muitos idosos relatam que prestam bastante atenção para não cair. No entanto, ao se concentrar para pisar direito, acabam não percebendo os perigos do ambiente, como um carro que se aproxima. É importante estar atento a todos os estímulos ao redor;

  • Utilize os aparelhos necessários: também não se pode esquecer de manter todos os sentidos em pleno funcionamento. Então, quem usa óculos ou aparelho auditivo precisa sempre colocá-los antes de sair de casa. Para quem tem diabetes, é preciso ficar de olho nos pés, porque a perda de sensibilidade pode aumentar o risco de queda.

Além disso, também é recomendado manter os exames médicos em dia, adotar uma dieta balanceada, dormir bem, praticar atividades físicas rotineiramente e certificar-se de tomar os medicamentos nos horários corretos e da forma indicada pelo médico. 

 

Como lidar com o medo de cair novamente?

Outro aspecto importante da prevenção de queda em idosos é conversar abertamente sobre o envelhecimento. De acordo com Pinheiro, a partir do momento que o idoso cai, nos três meses seguintes, ele corre o risco de cair de novo. Portanto, depois de rever a segurança do ambiente, é preciso trabalhar a confiança do paciente.

“Não adianta achar que a queda é uma coisa da cabeça dele. Ela é real e o idoso tem a percepção que pode, de fato, acontecer. Então, com o auxílio de bengalas e muletas, ele pode começar a circular novamente dentro de casa e depois ir para a rua também. Além de ter acompanhamento especializado com diversos profissionais”, indica o fisioterapeuta.

Nesse sentido, o psicólogo ajuda a discutir a questão do medo, o fisioterapeuta fortalece a musculatura, o terapeuta ocupacional auxilia na organização da rotina, o médico geriatra avalia as questões relacionadas à parte clínica, e assim por diante.

Quando o medo domina o idoso, ele passa a não querer mais sair de casa, ficando mais tempo sentado ou deitado. E isso pode aumentar bastante a sobrecarga de quem cuida. Sendo assim, é preciso que os familiares e cuidadores se responsabilizem e estejam atentos à rotina do idoso, especialmente se ele tiver algum tipo de declínio cognitivo. 

Para ajudar no processo, TENA, marca líder mundial em produtos para incontinência urinária, desenvolveu o aplicativo Family Care TENA. A ferramenta possibilita a criação de equipes em que é possível delegar tarefas, colocar lembretes, fazer anotações e até configurar alarmes — tudo isso de forma compartilhada com quem também é responsável pelos cuidados com o idoso. O aplicativo é gratuito e está disponível para download nas plataformas iOS e Android.

 

Conteúdo produzido em parceria com a TENA Brasil, marca líder em produtos para incontinência urinária. 

Veja também: Depressão em idosos: fatores de risco, sintomas e tratamento

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