Esclerose múltipla

Esclerose múltipla é uma doença autoimune, que acomete entre 20 e 30 anos e provoca dificuldades visuais, motoras e sensitivas.

Ilustração de neurônios desmielinizados, dano característico da esclerose múltipla.

Compartilhar

Publicado em: 25 de abril de 2011

Revisado em: 24 de agosto de 2023

Esclerose múltipla é uma doença crônica, provavelmente autoimune, em que o sistema imunológico agride a bainha de mielina que recobre os neurônios, comprometendo a função do sistema nervoso.

 

Esclerose múltipla é uma doença inflamatória crônica, provavelmente autoimune. Por motivos genéticos ou ambientais, na esclerose múltipla, o sistema imunológico começa a agredir a bainha de mielina (capa que envolve todos os axônios) que recobre os neurônios e isso compromete a função do sistema nervoso. A característica mais importante da esclerose múltipla é a imprevisibilidade dos surtos.

Em geral, a doença acomete pessoas jovens, entre 20 e 30 anos, e provoca dificuldades motoras e sensitivas.

 

Veja também: Leia uma entrevista sobre esclerose múltipla

 

Não se conhecem ainda as causas da doença. Sabe-se, porém, que a evolução difere de uma pessoa para outra e que é mais comum nas mulheres e nos indivíduos de pele branca que vivem em zonas temperadas.

O diagnóstico é basicamente clínico, complementado por exames de imagem, por exemplo, a ressonância magnética.

 

Sintomas da esclerose múltipla

 

A fase inicial da esclerose múltipla é bastante sutil. Os sintomas são transitórios, podem ocorrer a qualquer momento e duram aproximadamente uma semana.

Tais características fazem com que o paciente não dê importância às primeiras manifestações da doença que é remitente-recorrente, ou seja, os sintomas vão e voltam independentemente do tratamento.

A pessoa pode passar dois ou três anos apresentando leves sintomas sensitivos, pequenas turvações da visão ou pequenas alterações no controle da urina sem dar importância a esses sinais, porque, depois de alguns dias eles desaparecem. Com a evolução do quadro, aparecem sintomas sensitivos, motores e cerebelares de maior magnitude representados por fraqueza, entorpecimento ou formigamento nas pernas ou de um lado do corpo, diplopia (visão dupla) ou perda visual prolongada, desequilíbrio, tremor e descontrole dos esfíncteres.

 

Tratamento da esclerose múltipla

 

Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento tem dois objetivos principais abreviar a fase aguda e tentar aumentar o intervalo entre um surto e outro. No primeiro caso, os corticosteroides são drogas úteis para reduzir a intensidade dos surtos. No segundo, imunossupressores e imunomoduladores ajudam a espaçar os episódios de recorrência e o impacto negativo que provocam na vida dos portadores de esclerose múltipla, já que é quase impossível eliminá-los com os tratamentos atuais.

 

Veja também: Esclerose múltipla tem diagnóstico difícil em fase inicial

 

Recomendações

 

  • Embora não altere a evolução da doença, é importante manter a prática de exercícios físicos, pois eles podem fortalecer os ossos, melhorar o humor, ajudar no controle do peso e contra sintomas como a fadiga;
  • Quando os movimentos estão comprometidos, a fisioterapia ajuda a reformular o ato motor, dando ênfase à contração dos músculos ainda preservados;
  • O tratamento fisioterápico associado a determinados remédios ajuda também a reeducar o controle dos esfíncteres;
  • Nas crises agudas da doença, é aconselhável o paciente permanecer em repouso.

 

Vídeo: Dr. Drauzio Varella entrevista especialista e pacientes com esclerose múltipla

 

Perguntas frequentes sobre esclerose múltipla

 

É possível levar uma vida normal tendo a doença?

Com o tratamento correto, o paciente pode passar longos períodos sem surtos e ter uma rotina ativa e com qualidade de vida. Para isso, é muito importante o diagnóstico rápido, pois quanto mais cedo começar o tratamento, melhor. Portanto, assim que notar os sintomas, é importante não “deixar para lá” somente porque eles desapareceram. O ideal é procurar um neurologista para investigar o problema.

 

Como diferenciar o sintomas da esclerose múltipla de outras doenças?

Os sintomas da doença são comuns em outros problemas neurológicos. Mas no caso da esclerose, existe uma característica específica que é a forma de evolução desses sintomas. Eles não surgem de forma súbita, como ocorre em casos de derrame cerebral, por exemplo, mas aparecem aos poucos e atingem sua intensidade máxima em até quatro semanas. Depois, desaparecem. São os chamados surtos.

 

O que é um surto de esclerose múltipla?

Os surtos da doença são crises inflamatórias que, ao agredirem a bainha de mielina, provocam os sintomas. Essa inflamação normalmente dura algumas semanas e depois passa.

 

A esclerose múltipla pode deixar sequelas?

Na fase inicial da doença, os surtos podem desaparecer sem causar prejuízos definitivos, de forma que a melhora é completa. No entanto, por volta de quatro anos após o diagnóstico, os surtos podem deixar sequelas permanentes. É comum, por exemplo, que pacientes passem a utilizar bengala em torno de 15 anos após o diagnóstico.

 

Posso doar sangue tendo esclerose múltipla?

Não. A doença não é transmissível, mas como sua causa ainda é desconhecida, os bancos de sangue adotaram como norma não coletar sangue desses pacientes.

 

Mulheres com esclerose múltipla podem engravidar?

Pacientes com esclerose múltipla podem engravidar normalmente, mas pode ser necessário interromper a medicação durante a gravidez. O ideal é alinhar tudo com o neurologista responsável pelo caso. A gravidez inclusive reduz a frequência de surtos e inflamações. No período pós-parto ainda existe restrição em relação aos medicamentos. Quando a mulher volta a tomar os remédios, ela não pode amamentar, pois ainda não se sabe em que medida eles podem passar para o leite.

Veja mais

Sair da versão mobile