Por que pessoas mais velhas têm osteoporose?

Uma a cada três mulheres com mais de 50 anos sofrerá uma fratura osteoporótica em algum momento. E a menopausa tem relação com a doença. Entenda.

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Publicado em: 9 de maio de 2022

Revisado em: 9 de maio de 2022

Uma a cada três mulheres com mais de 50 anos sofrerá uma fratura osteoporótica em algum momento. E a menopausa tem relação com a doença. Entenda.

 

Estima-se que aproximadamente 10 milhões de brasileiros tenham osteoporose. Entre as mulheres com mais de 50 anos, uma a cada três vai sofrer uma fratura osteoporótica em algum momento. Isso é o que mostram os dados da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso), do Ministério da Saúde e da Fundação Internacional de Osteoporose (IOF, na sigla em inglês). 

 

O que é a osteoporose

A osteoporose é uma doença metabólica em que acontece o enfraquecimento dos ossos. O próprio nome já diz: osteoporose, como se os ossos ficassem mais porosos, portanto, mais fracos, a ponto de se quebrarem com mais facilidade. 

Ao contrário do que costumamos imaginar, os ossos são, por definição, porosos. Compostos por uma matriz na qual se depositam complexos minerais, como cálcio, e orgânicos, como o colágeno, os ossos estão sempre em “manutenção”. Isto é, passando por um processo de recomposição, a partir da absorção e renovação das células (osteoblastos e osteoclastos) e do colágeno. É isso que permite a recuperação quando sofremos uma fratura.

Com o avançar da idade, essa manutenção se torna cada vez mais lenta, e a capacidade de absorver esses complexos começa a ser reduzida. Resultado: o esqueleto vai ficando progressivamente mais poroso, perde resistência aos esforços e se torna mais suscetível a fraturas. É por isso que pessoas mais velhas tendem a sofrer mais lesões no punho, na coluna e nos quadris, às vezes causadas por pequenos impactos como um espirro ou uma crise de tosse, por exemplo. 

Veja também: Osteoporose em 6 perguntas | Marise Lazaretti

 

Como acontece a perda de massa óssea

A progressão da perda de massa óssea funciona mais ou menos da seguinte maneira: o osteoblasto forma a massa óssea, e o osteoclasto a reabsorve. Até os 35 anos, construímos nosso esqueleto. Dos 35 aos 45 anos, a relação entre as células formadoras (osteoblasto) e as que reabsorvem o tecido ósseo (osteoclasto) fica equilibrada. 

Depois dos 45 anos, as células que reabsorvem o osso ficam mais ativas do que as que o recompõem, e começamos a perder parte de nosso esqueleto. Essa perda atinge mais ou menos 0,5% ao ano, o que quer dizer que, em 20 anos, perdemos 10% de massa óssea. Isso, porém, é considerado normal. 

Entretanto, mulheres após a menopausa, por exemplo, podem apresentar um desgaste mais acelerado e, quando a perda compromete 25% da massa óssea, elas são classificadas como portadoras de osteoporose, uma doença que deixa os ossos fracos e sujeitos a fraturas. Perdas de 10% a 15% caracterizam osteopenia, um estado de perda óssea anterior à osteoporose e que alerta os médicos para a necessidade de medidas preventivas.

 

Por que mulheres têm mais osteoporose do que homens?

A menopausa é a responsável pela maior incidência da doença entre as mulheres. Marcada pela última menstruação, a menopausa ocorre por volta dos 50 anos, quando o nível dos hormônios femininos cai. O estrogênio, um desses hormônios, tem papel importante no fortalecimento dos ossos. Sem esse hormônio, os ossos da mulher na pós-menopausa acabam se enfraquecendo. 

Como o homem não passa por um processo parecido com a menopausa, a osteoporose pode ocorrer no homem, mas é mais rara e acontece mais tardiamente, ao redor dos 70 anos. 

Veja também: Saúde da Mulher na Menopausa | Roda de Conversa #4

 

Quais são os sintomas?

Em geral, a osteoporose é assintomática nas fases iniciais. Nas fases em que se manifesta, a dor está diretamente associada ao local em que ocorreu a fratura ou o desgaste ósseo. A fratura, principal sintoma da doença, só costuma aparecer num estágio mais avançado, quando o osso já está tão fraco que não suporta nenhum trauma ou esforço.

 

Como é feito o diagnóstico?

A densitometria óssea por raios X é um exame não invasivo fundamental para o diagnóstico da osteoporose. Ele possibilita medir a densidade mineral do osso na coluna lombar e no fêmur para compará-la com valores de referência preestabelecidos. Os resultados são classificados em três faixas de densidade decrescente: normal, osteopenia e osteoporose.

As mulheres, mais atingidas pela condição, devem realizar o exame a partir da menopausa. Antes desse período, só se houver um fator de risco importante, como dificuldade para ingerir cálcio, cirurgia no estômago, doenças intestinais, tabagismo, consumo frequente de bebidas alcoólicas, tratamento prolongado com cortisona ou história familiar de fratura em pai ou mãe. 

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Como funciona o tratamento?

O tratamento é feito com base em três pontos principais:

  • Melhorar a ingestão de cálcio por meio da alimentação;
  • Adequar a quantidade de vitamina D da pessoa, pois essa vitamina é responsável pelo aproveitamento do cálcio alimentar;
  • Inserir atividade física.

As medicações para tratamento são divididas em dois grupos: as que estimulam a formação dos ossos e as que impedem seu desgaste. O médico avalia o melhor tratamento para cada caso, de acordo com o estágio da condição no momento do diagnóstico. 

Embora não tenha cura, é possível tratar a osteoporose e melhorar muito a qualidade de vida de quem tem a doença e já sofreu alguma fratura.  

 

É possível prevenir a osteoporose?

Três itens são fundamentais na rotina para cuidar da saúde dos ossos: cálcio, sol e exercícios físicos. 

Músculos tensos e em movimento colaboram para que os ossos fiquem mais fortes. Por isso, os esportes mais indicados para produção óssea são os que provocam grande tensão muscular, como vôlei ou basquete. Mas caminhar, nadar, andar de bicicleta também são bons exercícios. O importante é se movimentar. 

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