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Doenças e sintomas

Leishmaniose tegumentar (cutânea)

Publicado em 18/02/2014
Revisado em 11/08/2020

Leishmaniose tegumentar é uma doença infecciosa que acomete o homem e provoca úlceras na pele e nas mucosas das vias aéreas superiores. 

 

Há duas formas de leishmaniose: a tegumentar, ou cutânea, e a visceral. A tegumentar é uma doença infecciosa, não contagiosa, transmitida por diversas espécies de protozoários do gênero Leishmania, que acometem o homem e provocam úlceras na pele e nas mucosas das vias aéreas superiores.

 

Veja também: Leishmaniose visceral ainda é doença negligenciada no Brasil

No Brasil, já foram identificadas três espécies diferentes do micro-organismo: Leishmania amazonensis e Leishmania guyanensis na região amazônica, e Leishmania braziliensis distribuído por todas as regiões do País.

O vetor, ou seja, o agente transmissor do protozoário, é a fêmea infectada do mosquito Lutzomyia, conhecido popularmente por mosquito-palha, birigui, tatuquira ou cangalha, um inseto bem pequeno que permanece com as asas levantadas durante o pouso.

Roedores, marsupiais silvestres e animais domésticos podem servir de reservatório para os parasitas. A transmissão ocorre tanto nas matas quanto nas imediações dos domicílios, especialmente  nas proximidades das áreas em que foi destruída a vegetação nativa.  Uma vez inoculados no corpo humano, os parasitas se desenvolvem nos macrófagos, células que fazem parte do sistema de defesa do organismo.

A leishmaniose tegumentar é um problema de saúde pública, de notificação compulsória. Sem tratamento pode ter consequências bastante graves. A doença é conhecida também pelos nomes de úlcera de Bauru, nariz de tapir, botão do oriente e ferida brava.

 

Veja também: Leishmaniose canina

 

Sintomas

 

A leishmaniose tegumentar pode manifestar-se em homens e mulheres de qualquer idade. A maioria das infecções ocorre em meninos a partir dos dez anos de idade.

Os sintomas variam segundo o tipo de parasita transmitido pela picada do mosquito e as condições imunológicas da pessoa. O primeiro sinal da  forma cutânea costuma ser uma única ou várias lesões, quase sempre indolores na pele. Inicialmente, são feridas pequenas, com fundo granuloso e purulento, bordas avermelhadas, que vão aumentando de tamanho e demoram para cicatrizar.

Outra forma da doença  é a mucocutânea, em geral transmitida pelo Leishmania braziliensis. A ferida primária tem as mesmas características da cutânea simples. A diferença é que, ao mesmo tempo, ou meses depois, surgem metásteses nas mucosas da nasofaringe que destroem a cartilagem do nariz e do palato provocando deformações graves.

A presença de nódulos espalhados pelo corpo, sobretudo nos membros, é a principal característica da leishmaniose cutâneo difusa. Já, na leishmaniose disseminada, o paciente apresenta inumeras lesões ulceradas espalhadas por todo o corpo, que surgem de repente e podem vir acompanhadas de febre, calafrios e mal-estar.

 

Diagnóstico

 

O diagnóstico baseia-se no aspecto clínico das feridas e no achado dos seguintes testes laboratoriais:

  • Exame parasitológico direto e biopsia que determinam a presença, ou não, do parasita em amostra de tecido retirada das bordas das lesões;
  • Reação intradérmica de Montenegro, de caráter imunológico, que registra se a pessoa entrou em contato com a Leishmania. Resultado positivo, porém, não indica necessariamente que ela seja portadora da doença.

O diagnóstico diferencial com outras doenças de pele é indispensável para a eficácia do tratamento.

 

Tratamento

 

Em alguns casos, lesões da leihmaniose tegumentar podem regredir espontaneamente ou com o uso de medicamentos convencionais. No entanto, qualquer ferida na pele que custe a cicatrizar exige avaliação médica especializada..

O SUS oferece tratamento gratuito para a doença, que requer indicação de medicamentos específicos e acompanhamento especializado até a alta definitiva. A droga mais utilizada é o antimonial pentavalente, mas existem outros esquemas terapêuticos, alguns sugeridos pela OMS para padronizar o tratamento.

 

Recomendações

 

De acordo com o Manual de Vigilância Sanitária publicado pelo Ministério da Saúde, algumas medidas simples podem prevenir o risco de transmissão da leishmaniose tegumentar. Portanto:

  • Lembre-se de usar produtos repelentes de insetos nos ambientes que favorecem o desenvolvimento de mosquitos vetores do protozoário;
  • Evite a exposição nos horários em que os mosquitos estão mais ativos, ou seja, ao amanhecer e no final da tarde;
  • Coloque mosquiteiros ao redor das camas, e telas na portas e janelas;
  • Conserve limpos quintais e terrenos baldios próximos das casas a fim de evitar criadouros de insetos;
  • Dê destino adequado ao lixo doméstico. Isso ajuda a manter afastados roedores que podem servir reservatório dos parasitas;
  • Mantenha a distância de pelo menos 400 ou 500 metros entre as residencias e a mata nas áreas de maior risco;
  • Cuide da saúde do seu cão. Existem serviços veterinários públicos voltados para o atendimento dos animais domésticos de maneira geral.
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