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Letra de médico, calvície e bloco “Vraunelas”

Neste Comentando Comentários, o dr. Drauzio explica que, em se tratando de calvície, nem todo careca é igual.
Publicado em 20/07/2022
Revisado em 29/11/2022

Neste Comentando Comentários, o dr. Drauzio explica que, em se tratando de calvície, nem todo careca é igual.

Respondendo aos questionamentos mais variados dos inscritos no canal, o dr. Drauzio expressa o seu ódio pelas letras ilegíveis de alguns médicos e desaprova a criação do bloco Vraunelas. Ele também conta um pouco sobre a sua escolha pela medicina e as coisas que ainda tem vontade de fazer na vida.

Além disso, ele tira dúvidas sobre tricotilomania, ozonioterapia, remédios psiquiátricos, vacina da varíola, cigarro eletrônico e muitos outros assuntos. Assista neste Comentando Comentários.

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Não pode assistir agora? Acompanhe a transcrição a seguir:

Olá, meus amigos do YouTube, Comentando Comentários. Tem vários, então, vou responder bem rapidamente.

Primeiro, da Julie, ela diz: “Drauzinho, a letra ilegível é uma matéria da faculdade de medicina sem a qual é impossível se formar?” 

Parece, né? Eu detesto médico que escreve com letra que eu não consigo entender. A minha letra é muito clara, talvez porque eu tenha sido bem alfabetizado, ao contrário desses que escrevem com garranchos que nem o farmacêutico entende.

Ricardo Xavier – “A calvície para de avançar depois de um certo tempo?”

Ricardo, eu não sou especialista em calvície por razões óbvias, né. Depende, não existe um tipo só de calvície. Alguns que apresentam uma calvície, assim, cai o cabelo todo, vai caindo da parte superior da cabeça, todo ao mesmo tempo, que foi o meu caso, e eu era menino, 19, 20 anos e já tava perdendo cabelo. Outros ficam com aquelas entradas, esse tipo de calvície evolui mais devagar. Nem todos os carecas são iguais. Acho que esse é o ponto fundamental.

Iasmin Paiva – “Você aprova a criação do bloco Drauzio VRAUnelas?”

Não, não aprovo, não. Eu acho essa frase grosseira e desrespeitosa com as mulheres.

PhysioBR 92 – “Dr. Drauzio, a ozonioterapia é uma pseudociência ou existe alguma linha de atuação que a utilize e tenha eficiência comprovada?” 

Ozonioterapia não tem nenhuma base científica.

Elvis Camilo Ferreira – “Dr. Drauzio, por que você escolheu fazer medicina? Lembro que também você gostava muito de física. Só curiosidade minha. As duas áreas são muito interessantes. Sou astrofísico.”

Elvis, o maior respeito pela sua profissão. Eu tenho fascínio pela astrofísica, uma curiosidade muito grande. Mas eu sempre quis fazer medicina, não sei por quê, desde criança eu falava que ia ser médico. Mas eu tinha interesse especial por física, por química, pelas ciências. Fui professor de física, durante um curto pedaço de tempo, dava aula no cursinho e, por muito tempo, fui professor de química, cerca de 20 anos mais ou menos.

Erick Lucas – “Dr. Drauzio, tem algo na vida que o senhor ainda não fez e gostaria de fazer? Caso sim, o quê e por quê?

Nossa, eu tenho tanta coisa que eu gostaria de fazer ainda. Mas não tem nada assim que eu diga: Ó, que frustração, não consegui fazer.” Acho que eu toquei a vida procurando fazer as coisas que eu gosto e que eu tenho interesse. Eu gostaria de estudar um pouco mais de arte, e me falta tempo pra isso, e estudar um pouco mais de astrofísica. Eu tô vendo essas imagens agora, nesse telescópio maluco, aí, me dá uma vontade de entender melhor o universo, né. Infelizmente, não dá tempo da gente fazer tudo.

Marcolina Naama – “Dr. Drauzio, logo depois do início da pandemia eu comecei a perceber que estava/estou arrancando muitos fios de cabelo quando ficava/fico nervosa, ansiosa. Não consigo evitar essa mania. É preocupante ao ponto de eu procurar um médico? Tenho medo de criar falhas na cabeça.

Acho que você tem que se preocupar, sim. Tem um transtorno psiquiátrico que se chama tricotilomania, que é justamente essa coisa de descarregar a ansiedade em cima dos cabelos, puxando e arrancando. E esse quadro pode se agravar. Procura orientação. Ouça uma psicóloga ou um psiquiatra que possa explicar pra você o que está acontecendo e encaminhar o seu tratamento. Vale a pena.

Pessoa Aleatória – “Por que os medicamentos psiquiátricos causam os efeitos colaterais iguais aos sintomas da doença?”

Olha, Pessoa Aleatória, não é verdade, não causam sintomas iguais. Às vezes, os sintomas são parecidos como efeitos colaterais. Essa classe de medicamentos tem muito efeito colateral, por isso que não podem ser tomados, assim, porque a vizinha tá tomando e se sentiu bem. Você, pra tomar um medicamento psiquiátrico, tem que ter a orientação de um psiquiatra porque ele que conhece os efeitos colaterais e que pode discutir os detalhes do tratamento com você.

Adson Alves oficial – “Dr. Drauzio, você perdeu muito do interesse pelo HIV. Lembro que até 1995 você era muito envolvido com a causa, após 1995, você passou a falar bem menos sobre HIV e dedicou-se mais a outros temas.”

Acho que você tem razão, Adson. Por ali eu tava focado exclusivamente no HIV, como nós passamos agora focados na Covid, porque essa é a epidemia que nós estamos enfrentando. Naquela época, a Aids não tinha tratamento, a mortalidade era altíssima. Noventa e cinco foi justamente quando surgiram as drogas antivirais. Nós, no nosso site, temos uma quantidade muito grande de matérias sobre o HIV e a Aids. Não acho que eu tenha abandonado esse tema, não. Surgiram outros temas e também o foco do nosso site, do nosso canal do YouTube são as doenças de uma forma geral, se tornou muito mais abrangente.

Vanessa Garcez – “É possível que a vacina contra a varíola volte tão logo?

A Organização Mundial da Saúde tem controlado o número de casos pelo mundo, são mais de cinco mil no mundo. Aqui no Brasil, são mais de 200. Então, a doença tá se espalhando. A Organização Mundial não considera, neste momento, que isso constitua uma pandemia, como foi a da Covid, por exemplo. Nós temos que observar pra ver o que acontece. Nos dias atuais, qual seria a indicação de vacinação? Não seria vacinar a população inteira, mesmo porque não há vacina suficiente pra população toda. O que a Organização sugere é que, quando surge um caso, que você vacine os contatuais, as pessoas que entraram em contato com aquela que ficou doente. Por enquanto, não há indicação pra vacinar todos os brasileiros, por exemplo.

Felipe Morais – “Será que um dia vamos nos ver livres de tantas doenças infecciosas?”

Acho que não. Acho que essas doenças são, normalmente, doenças transmissíveis ou, na grande parte delas, são transmissíveis e elas se espalham com bastante facilidade. Nós vamos lidar com elas por muitos e muitos anos ainda.

Reginaldo Tomaz – “Por que os remédios de via oral são horríveis no gosto? Exemplo, a dipirona. E por que a dipirona é proibida em outros países?”

Eles são horríveis porque eles não foram feitos pra ser gostosos. Cada droga tem um determinado gosto, elas não foram feitas pra ser ingeridas, nós é que inventamos esse método de tratamento. No caso da dipirona, especificamente, existia uma briga, aí, nos anos 50, 60, entre os laboratórios multinacionais, dipirona contra o paracetamol, e disso resultou a proibição da dipirona em vários países. A dipirona é um remédio seguro, prescrito no Brasil há décadas e décadas, e nós, médicos, temos muita experiência com ela.

Lukinha – “Boa noite, doutor, beber água gelada ataca a sinusite?”

Não, não ataca a sinusite, né. Tem gente que, quando toma água muito gelada, sente o nariz um pouco obstruído e tudo, mas isso não tem nada a ver com sinusite.

Carvalho – “Drauzio, queria saber se o cigarro eletrônico tem mesmo esse perigo todo, já que a nicotina não é cancerígena?”

Primeiro, cigarro eletrônico é uma forma de administrar nicotina. Eles foram feitos pra viciar você em nicotina e você ficar comprando na mão do fornecedor pra sempre porque a dependência da nicotina é uma das mais difíceis de largar. Segundo, não é nicotina pura, tem várias substâncias lá dentro, e a gente nem sabe o que eles colocam lá. O fato é que ele é pernicioso, ele faz mal pros pulmões, e a dose de nicotina que você fuma no eletrônico é muito maior do que aquela que você fuma no cigarro comum. Cigarro eletrônico é uma fria, não entre nessa de jeito nenhum porque você vai ficar dependente químico de nicotina.

Continue mandando as perguntas pra nós, os comentários pra gente poder comentar aqui no nosso canal.

Veja também: Atualização do que se sabe (até agora) sobre a varíola dos macacos

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