A palavra é usada de forma generalizada para muitas situações não clínicas. Especialista responde algumas das 4 perguntas mais frequentes sobre ansiedade.
Estamos todos ansiosos? Para esclarecer as principais dúvidas sobre o transtorno de ansiedade e suas diferenças em relação à ansiedade normal do dia a dia, convidamos o dr. Márcio Bernik, médico psiquiatra e coordenador do programa de ansiedade do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP.
Este conteúdo faz parte de uma parceria entre o Portal Drauzio Varella e o Grupo DPSP.
O que diferencia a ansiedade normal da patológica?
As manifestações físicas, ou mesmo as vivências emocionais da ansiedade patológica, são as mesmas para todos, mesmo nos que não têm os transtornos. A diferença é o prejuízo funcional (incapacitação ou prejuízo competitivo) e/ou o sofrimento excessivo.
Acho que posso sofrer de transtorno de ansiedade. O que devo fazer?
O mais importante é buscar informações. Hoje tem-se acesso muito grande a elas. Seus sintomas podem ser identificados para verificar sua compatibilidade com aqueles presentes nos transtornos de ansiedade: Transtorno generalizado, caracterizado por preocupações excessivas; transtorno do pânico, com crises súbitas de mal estar; ou algum tipo de fobia.
Caso os sintomas estejam presentes, é preciso buscar tratamento.
Como é o tratamento para ansiedade?
O tratamento mais usual são drogas muito específicas. Alguns tipos de antidepressivos, anticonvulsivantes (que, em doses baixas, têm um efeito efetivo) e sempre associados a uma forma muito específica de psicoterapia: a terapia comportamental cognitiva voltada para os transtornos de ansiedade. É importante ressaltar que os medicamentos atualmente usados para o tratamento não geram dependência.
Os transtornos de ansiedade não curam sozinhos, a tendência normal é a cronificação. Daí a importância do uso de tais medicamentos. Com os remédios e a psicoterapia, a maioria dos pacientes tem um bom resultado.
Veja também: Dr. Drauzio fala sobre o uso de antidepressivos
Uma pessoa com ansiedade tem risco maior de sofrer de outros transtornos psiquiátricos?
Os transtornos de ansiedade são transtornos crônicos. Sem tratamento, eles tendem a evoluir em longo prazo e começam, então, a aparecer sequelas. A mais comum é a depressão, que pode aparecer em 40% a 60% dos pacientes (80% de todos os quadros de depressão evoluem de quadros de transtorno de ansiedade não tratado).
Outras sequelas comuns são abuso de álcool ou outras substâncias tranquilizantes, como relaxantes musculares.
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