Dr. Drauzio Varella fala sobre a repercussão da campanha de convocação de mesários para eleições em meio à pandemia de covid-19.
A equipe da UZMK Conteúdo, que faz a criação e a gestão dos nossos canais, me contou que o pessoal fala bastante sobre a campanha recente que foi exibida em redes de rádio e televisão na qual eu apareço convocando os cidadãos para serem mesários nas próximas eleições de novembro. Entre os comentários mais comuns, há o questionamento de que eu tenho defendido que as pessoas fiquem em casa em função da pandemia da covid-19 e que isso seria incoerente com a campanha para a participação nas eleições.
Desde o começo da pandemia, eu defendi que as pessoas ficassem em casa. Mas obviamente, estava falando com todos que podiam ficar em casa. Especialmente, estava e ainda estou falando para evitarmos sair de casa para o que não é essencial. Ir ao bar, à praia, fazer churrasco… Da mesma forma, sempre nos preocupamos com as pessoas que não podem ficar em casa, por serem profissionais de setores essenciais para toda a sociedade. Durante todos esses meses de pandemia, nós produzimos mensagens para aqueles que eram obrigados a trabalhar.
As eleições também são essenciais. Em primeiro lugar, eu quero deixar bem claro que gravei essa mensagem voluntariamente, sem receber nenhum valor. Em julho deste ano, quando recebi o pedido do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, havia o temor de que não conseguíssemos realizar as eleições deste ano por falta de mesários. E o TSE decidiu lançar uma campanha, garantindo que todos os protocolos de prevenção à covid-19 seriam respeitados.
Os governantes que estão em mandato agora foram escolhidos para ficar até o final de 2020. Prolongar mandatos abre um precedente perigoso para a democracia. Por isso, é essencial que as eleições aconteçam ainda este ano. Essencial como uma série de outras atividades que não podem parar, mesmo durante a fase mais grave da pandemia.
A campanha do TSE procura voluntários justamente para protegermos aqueles que têm mais risco ao se expor. Não há nada de incoerente. Não há nada de incoerente em pedir para que os mais aptos se habilitem a realizar algo essencial para a nossa sociedade, ainda mais num momento como este.
Votar nas eleições 2020 é uma oportunidade para elegermos representantes que tenham a Saúde como prioridade, com respaldo na Ciência, decididos a proteger o nosso sistema de saúde, o nosso querido SUS.