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Sexualidade

Adultos podem se vacinar contra o HPV?

Saiba quando é recomendado procurar o imunizante e onde encontrá-lo
Publicado em 10/05/2022
Revisado em 28/04/2023

Saiba quando é recomendado procurar o imunizante e onde encontrá-lo

 

Além do uso do preservativo e do exame de Papanicolaou, que detecta precocemente lesões causadas pelo vírus, uma das formas mais eficazes de se proteger do HPV é a vacina. 

A vacina imuniza contra quatro tipos do papilomavírus humano (HPV), que também são os mais comuns: dois (tipos 16 e 18) de alto risco para o desenvolvimento de câncer, principalmente o câncer de colo do útero; e dois (tipos 6 e 11) causadores de verrugas genitais benignas, como o condiloma acuminado

 

Onde e como tomar a vacina

No SUS, a imunização contra o HPV está disponível em duas doses para meninas e meninos de 9 a 14 anos. Pessoas imunossuprimidas, como pacientes com HIV/aids, em tratamento oncológico e transplantados, também podem tomar a vacina gratuitamente. Nesse caso, o esquema é de três doses, e podem receber a vacina mulheres imunossuprimidas até os 45 anos de idade e homens imunossuprimidos até 26 anos. Esses pacientes precisam apresentar prescrição médica para a vacina. Ao se imunizar contra o HPV, o organismo saudável começa a trabalhar para se proteger contra o vírus antes de uma possível infecção, ou seja, a vacina não funciona como tratamento, mas sim, como prevenção. Não existe um tratamento específico para o vírus HPV, mas as lesões são tratadas conforme cada caso. 

O ideal é tomar a vacina na idade recomendada, ou seja, dos 9 aos 14 anos, porque ela é mais eficiente naqueles que ainda não tiveram contato com o vírus, antes do início das atividades sexuais. 

Em clínicas particulares, a vacina quadrivalente é disponibilizada para:

  • Meninas e mulheres de 9 a 45 anos;
  • Meninos e homens de 9 a 26 anos.

 Na rede privada, os valores chegam à faixa dos R$ 1.000 pelas duas doses.

Veja também: Por que vacinar seus filhos contra o HPV

 

Câncer de colo de útero e câncer peniano

O vírus do HPV pode permanecer no organismo por anos, e mesmo sem qualquer manifestação no organismo a pessoa infectada pode continuar passando o vírus adiante. O problema é que, embora seja eliminado espontaneamente na maioria das vezes, o vírus do HPV também pode provocar a formação de verrugas na pele e nas regiões oral (lábios, boca, cordas vocais etc.), anal, genital e da uretra, além de lesões de alto risco que podem evoluir lentamente para o câncer de pênis, ânus, garganta e colo de útero. 

O tumor peniano é raro e representa apenas 0,4% dos carcinomas malignos do sexo masculino; já o câncer de colo de útero é bem mais comum: só em 2021, foram estimados 16.710 novos casos, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Isso o coloca como o terceiro câncer mais comum entre as brasileiras, atrás apenas dos tumores de mama e colorretal.

 

Vacina é comprovadamente segura

Como todo e qualquer produto imunobiológico (vacinas, medicamentos etc.), é claro que  eventualmente podem-se observar efeitos adversos. Após todo o histórico de uso da vacina, os dados de segurança obtidos por sistemas de vigilância dos países que a introduziram nos seus programas – como EUA, Inglaterra, Canadá e Austrália – mostram que a vacina contra HPV é segura, com a ocorrência de eventos adversos, na sua maioria, leves, como dor, inchaço e eritema (vermelhidão) no local de aplicação. 

Em casos raros, ela pode ocasionar dor de cabeça e febre de 38℃, efeitos que também podem ser observados após diversas outras vacinas. 

 

E quem já iniciou a vida sexual?

A vacina é mais efetiva em meninas que ainda não tiveram contato sexual e não foram expostas ao HPV, mas há evidências que destacam o benefício da vacina também em adultos. Como existem diversos tipos do vírus, é possível adquirir imunidade contra aqueles com os quais ainda não se teve contato. 

Mas, em geral, a vacina tem menos efetividade em pessoas que já iniciaram a vida sexual e, consequentemente, já foram expostas a um ou mais tipos do vírus. A dra. Isabella Ballalai, presidente nacional da Comissão de Revisão de Calendários da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), explica:

“É claro que a efetividade é menor por uma questão: a menina que já iniciou a vida sexual pode ter tido contato com o vírus antes de se vacinar. O vírus pode já estar ali no organismo sem se manifestar. Ela toma a vacina hoje, e depois de um tempo o vírus pode ‘acordar’. Não quer dizer que a vacina não fez efeito, mas que a menina já estava infectada quando foi imunizada.”

Se puder, tome a vacina. Manter o calendário vacinal em dia é uma forma de cuidar da sua saúde e da saúde dos outros.

Veja também: Eficácia e segurança da vacina contra o HPV são comprovadas

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