Câncer de colo do útero

Câncer de colo do útero (ou câncer cervical) é uma doença de evolução lenta causada principalmente pela infecção por HPV. Conheça os fatores de risco.

Ilustração com útero normal à esquerda e outro à direita com tumor.

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Publicado em: 7 de agosto de 2012

Revisado em: 8 de março de 2023

O câncer de colo de útero acomete principalmente mulheres com mais de 25 anos e tem como principal agente o papilomavírus humano (HPV), que também pode infectar homens. 

 

O câncer de colo do útero, também conhecido por câncer cervical, é uma doença de evolução lenta que acomete, sobretudo, mulheres acima dos 25 anos. O principal agente da enfermidade é o papilomavírus humano (HPV), que pode infectar também os homens e estar associado ao surgimento do câncer de pênis.

 

Veja também: Maioria das mulheres não associa câncer de colo do útero ao HPV

 

Antes de tornar-se maligno, o que leva alguns anos, o tumor passa por uma fase de pré-malignidade, denominada NIC (Neoplasia Intraepitelial Cervical), que pode ser classificada em graus I, II, III e IV de acordo com a gravidade do caso.

Embora sua incidência esteja diminuindo, o câncer de colo do útero ainda é o quarto câncer mais incidente em mulheres (desconsiderando o câncer de pele não melanoma) e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.

Felizmente, as estatísticas estão mostrando que 44% dos casos diagnosticados no País são de lesão in situ precursora do câncer, ou seja, lesões que ainda estão restritas ao colo e não desenvolveram características de malignidade. Nessa fase, a doença pode ser curada na quase totalidade dos casos.

 

Tipos de tumor

 

Os dois tipos mais frequentes de tumor maligno de colo de útero estão associados à infecção pelo HPV. São eles: os carcinomas epidermoides (80% dos casos) e os adenocarcinomas (20% dos casos).

 

Fatores de risco para câncer de colo do útero

 

A infecção pelo HPV, responsável pelo aparecimento das verrugas genitais, representa o maior fator de risco para o surgimento do câncer de colo de útero. Apesar de existir mais de uma centena de tipos diferentes desse vírus, somente alguns estão associados ao tumor. São classificados como de alto risco os tipos 16, 18, 45 e 56; de baixo risco, os tipos 6, 11, 41, 42 e 44, e de risco intermediário os tipos  31, 33, 35, 51 e 52.

Podem ser citados, ainda, como fatores de risco:

  • Início precoce da atividade sexual;
  • Múltiplos parceiros sexuais ou parceiros com vida sexual promíscua;
  • Cigarro;
  • Baixa imunidade;
  • Não fazer o Papanicolaou com regularidade;
  • Más condições de higiene;
  • Histórico familiar.

 

Sintomas do câncer de colo de útero

 

Nas fases iniciais, o câncer de colo de útero é assintomático. Quando os sintomas aparecem, os mais importantes são:

  • Sangramento vaginal especialmente depois das relações sexuais, no intervalo entre as menstruações ou após a menopausa;
  • Corrimento vaginal (leucorreia) de cor escura e com mau cheiro.

Nos estágios mais avançados da doença, outros sinais podem aparecer. Entre eles, vale destacar:

  • Massa palpável no colo de útero;
  • Hemorragias;
  • Obstrução das vias urinárias e intestinos;
  • Dor lombar e abdominal;
  • Perda de apetite e de peso.

 

Diagnóstico do câncer de colo do útero

 

A avaliação ginecológica, a colposcopia e o exame citopatológico de Papanicolaou realizados regular e periodicamente são recursos essenciais para o diagnóstico do câncer de colo de útero. Na fase assintomática da enfermidade, o rastreamento realizado por meio do Papanicolaou permite detectar a existência de alterações celulares características da infecção pelo HPV ou a existência de lesões pré-malignas.

 

Vídeo: Dr. Drauzio ensina a partir de que idade mulheres precisam fazer o Papanicolaou

 

O diagnóstico definitivo, porém, depende do resultado da biópsia. Nos casos em que há sinais de malignidade, além de identificar o tipo do vírus infectante, é preciso definir o tamanho do tumor e se está situado somente no colo uterino ou se já invadiu outros órgãos e tecidos (metástases). Alguns exames de imagem (tomografia, ressonância magnética, raio x de tórax) representam recursos importantes nesse sentido.

Dada a importância do diagnóstico precoce, as mulheres precisam ser permanentemente orientadas sobre a necessidade de consultar o ginecologista e fazer o exame de Papanicolaou nas datas previstas, como forma de identificar possíveis lesões ainda na fase de pré-malignidade.

 

Vacina contra o HPV

 

A vacina do HPV continua sendo medida preventiva essencial. A imunização tem segurança e eficácia comprovadas. Ela protege contra alguns dos principais tipos de vírus relacionados ao câncer. No SUS, a vacina é oferecida para meninas de nove a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos, pessoas que vivem com HIV e transplantados entre nove e 26 anos (desde que estejam em acompanhamento médico).

A vacina tem duas doses, com a segunda seis meses após a primeira. Para pessoas com HIV e transplantados, são três doses no esquema 0, 2 e 6 meses.

 

Veja também: Por que vacinar seus filhos contra o HPV

 

Mesmo mulheres vacinadas devem continuar fazendo o exame de rastreamento de Papanicolaou, que também é oferecido pelo SUS nas Unidades Básicas de Saúde, já que existem tipos de vírus não contemplados pela vacina que também podem provocar o tumor.

Em 2017, o Ministério da Saúde passou a oferecer gratuitamente a vacina também para meninos na faixa de 11 a 14 anos.

 

Vídeo: Dr. Drauzio explica por que meninos também devem ser vacinados

 

Tratamento do câncer de colo do útero

 

Parte das mulheres sexualmente ativas, que entra em contato com o HPV, pode debelar a infecção espontaneamente ou com tratamento médico pertinente. Caso isso não ocorra, o tratamento tem por objetivo a retirada ou destruição das lesões precursoras pré-malignas.

No entanto, uma vez confirmada a presença de tumores malignos, o procedimento deve levar em conta o estágio da doença, assim como as condições físicas da paciente, sua idade e o desejo de ter, ou não, filhos no futuro.

 

Vídeo: Assista ao primeiro episódio de “Guerreiras”, com histórias de pacientes com câncer de colo do útero

 

A cirurgia só deve ser indicada, quando o tumor (carcinoma in situ) está confinado no colo do útero. De acordo com a extensão e profundidade das lesões, ela pode ser mais conservadora ou promover a retirada total do útero (histerectomia).

A radioterapia externa ou interna (braquiterapia) tem-se mostrado um recurso terapêutico eficaz para destruir as células cancerosas e reduzir o tamanho dos tumores. Apesar de a quimioterapia não apresentar os mesmos efeitos benéficos, pode ser indicada na ocorrência de tumores mais agressivos e nos estádios avançados da doença.

 

Recomendações para prevenir o câncer de colo do útero

 

  • Apesar de a orientação da administração da vacina ser a partir dos nove anos de idade, não existe idade mínima para as meninas iniciarem a imunização;
  • Nunca é demais ressaltar que o uso da camisinha em todas as relações sexuais é um cuidado indispensável contra a infecção não só pelo HPV, mas também por outros agentes de infecções sexualmente transmissíveis como a aids.

 

Perguntas frequentes sobre o câncer de colo do útero

 

Câncer de colo de útero avançado tem cura?

O câncer de colo do útero quando diagnosticado em fase não invasiva ou em estágio I tem altas chances de cura (entre 80 e 90%). Há chance em estágios posteriores, mas ela diminui conforme o quadro estiver mais avançado.

 

Qual a relação entre câncer de colo do útero e pílula anticoncepcional?

Estudos sugerem que anticoncepcionais podem aumentar o risco desse tipo de tumor. Segundo o National Institute of Health, principal órgão de Saúde dos Estados Unidos, o risco aumenta cerca de 10% para quem faz uso da pílula por até cinco anos, 60% para uso entre cinco e nove anos e o dobro de risco para dez anos ou mais. Entretanto, o risco volta a diminuir após a interrupção do uso do contraceptivo oral.

 

Câncer de colo do útero tem cheiro?

O câncer propriamente, não, mas o corrimento vaginal sintomático da doença tem odor forte.

 

Câncer de colo do útero pode voltar?

Sim. Vários fatores, como tipo específico do tumor e extensão da doença contribuem para maior ou menor risco de recidiva.

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