Ao visitar um recém-nascido, é preciso tomar alguns cuidados importantes para proteger a saúde dele. Entenda.
A chegada de um bebê na família sempre traz muita empolgação — e aquela vontade quase incontrolável de pegar no colo, beijar e abraçar. Mas é importante lembrar que a saúde do recém-nascido é bastante delicada, e alguns cuidados são essenciais para evitar a transmissão de doenças e infecções, especialmente nas primeiras semanas de vida.
“O recém-nascido apresenta o sistema imunológico imaturo, tornando o mais vulnerável a infecções. Ele está em uma fase de transição e adaptação extremamente delicada, saindo do ambiente intrauterino, onde tudo era controlado – temperatura, alimentação, oxigênio – para o extrauterino, e agora precisa se adaptar a esse novo ambiente. Outro ponto importante é que muitos sinais de doenças em recém-nascidos são inespecíficos ou sutis, o que exige um olhar atento”, explica a dra. Regina H. Yada Leite, pediatra e neonatologista e coordenadora do Ambulatório Prematuridade e Alto Risco do Sabará Hospital Infantil, em São Paulo.
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Principais cuidados
Primeiramente, é importante saber quando não visitar o bebê. Se a pessoa tiver qualquer sintoma de infecções respiratórias – como febre, tosse, coriza e mal-estar, por exemplo –, a visita deve ser cancelada.
Além disso, a dra. Regina cita outras situações em que o encontro não é recomendado. “Se [você] tiver tido contato recente com pessoas doentes, principalmente doenças infecciosas, mesmo na ausência de sintomas, o risco de transmissão pode estar presente. Nos períodos pós-vacinação do bebê, que pode apresentar um desconforto geral, não é um momento apropriado para visitar”, afirma.
Quando chegar o momento da visita, alguns cuidados básicos são necessários, como:
- Lavar bem as mãos com água e sabão, ou higienizá-las com álcool em gel;
- Tomar banho antes da visita;
- Usar máscara facial, principalmente nas épocas de surtos respiratórios;
- Não beijar o bebê.
Em relação ao beijo, a médica explica que, mesmo quando dado no rosto ou partes do corpo, ele pode transferir saliva que pode conter vírus e bactérias, representando risco de infecção para o bebê, cuja imunidade é limitada. “O contato físico com o recém-nascido deve ser cuidadosamente regulado para proteger sua saúde.”
Em períodos de surtos de doenças respiratórias, as medidas devem ser reforçadas, já que a circulação de vírus é maior, aumentando o risco de contágio para o recém-nascido. “A recomendação é de restrição mais rigorosa de visitas e, quando necessárias, utilização de medidas adicionais de proteção, como uso obrigatório de máscaras e rigorosa higienização das mãos”, alerta a pediatra.
Quando visitar?
Segundo a especialista, não há um tempo mínimo estabelecido para as visitas, pois as recomendações podem variar conforme o quadro clínico da mãe e do bebê.
“No geral, orientamos restringir as visitas nos primeiros dias ou semanas para que o bebê possa ter um ambiente mais calmo e seguro para a adaptação, além de reduzir o risco de adquirir infecções precocemente. Em situações de prematuridade ou risco aumentado, o período de restrição de visitas pode ser prolongado, com visitas somente quando o bebê estiver clinicamente estável e imunizado”, recomenda.
Por isso, é importante prezar pelo bom senso e também respeitar o desejo dos pais do bebê, fazendo a visita apenas quando a família sentir que é conveniente.
Para os pais que desejam impor limites às visitas de familiares e amigos, a médica recomenda realizar uma comunicação clara e empática, explicando sobre a necessidade de proteger o bebê, e ressaltando que tais medidas são temporárias. “Como alternativa, sugerir os meios virtuais, através de contato por vídeo ou telefone, pode ser uma forma de manter o vínculo sem expor o bebê a riscos.”
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