Coqueluche (pertussis)

Tosse seca e contínua por mais de duas semanas em jovens e adultos, mesmo que tenham recebido a vacina contra a doença na infância, pode ser sinal de coqueluche.

Coqueluche é uma doença infectocontagiosa aguda do trato respiratório que atinge principalmente crianças menores de dois anos. A vacinação é indispensável para crianças.

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Publicado em: 11 de julho de 2011

Revisado em: 6 de abril de 2021

Coqueluche é uma doença infectocontagiosa aguda do trato respiratório que atinge principalmente crianças menores de dois anos. A vacinação é indispensável para crianças.

 

Coqueluche, também conhecida por pertussis ou tosse comprida, é uma moléstia infectocontagiosa aguda do trato respiratório transmitida pela bactéria Bordetella pertussis. Os casos da doença têm aumentado em diversos países, nos últimos anos.

O contágio se dá pelo contato direto com a pessoa infectada ou por gotículas eliminadas pelo doente ao tossir, espirrar ou falar. A infecção pode ocorrer em qualquer época do ano e em qualquer fase da vida, mas acomete especialmente as crianças menores de dois anos.

Coqueluche é uma doença recorrente, de notificação compulsória ao Ministério da Saúde.

Principalmente nas crianças e nos idosos, ela pode evoluir para quadros graves com complicações pulmonares, neurológicas, hemorrágicas e desidratação.

De acordo com dados fornecidos pela OMS, em 2010, houve aumento significativo dos casos de coqueluche em adolescentes e adultos no Brasil. Na América Latina, eles praticamente triplicaram em cinco anos.

Casos de coqueluche costumam ser mais raros na vida adulta. No entanto, tosse seca e contínua por mais de duas semanas em jovens e adultos pode ser sinal de que foram novamente infectados pela bactéria da tosse comprida, apesar de terem recebido a vacina na infância ou de terem ficado doentes.

 

Sintomas

 

O período de incubação varia entre 7 e 17 dias. Os sintomas duram cerca de 6 semanas e podem ser divididos em três estágios consecutivos;

  • Estágio catarral (uma ou duas semanas): febre baixa, coriza, espirros, lacrimejamento, falta de apetite, mal-estar, tosse noturna, sintomas que, nessa fase, podem ser confundidos com os da gripe e resfriados comuns;
  • Estágio paroxístico (duas semanas): acessos de tosse paroxística, ou espasmódica. De início repentino, esses episódios são breves, mas ocorrem um atrás do outro, sucessivamente, sem que o doente tenha condições de respirar entre eles e são seguidos por uma inspiração profunda que provoca um som agudo parecido com um guincho. Os períodos de falta de ar e o esforço para tossir deixam a face azulada (cianose) e podem provocar vômitos;
  • Estágio de convalescença: em geral, a partir da quarta semana, os sintomas vão regredindo até desaparecerem completamente.

 

Diagnóstico

 

O diagnóstico é basicamente clínico. Em grande parte dos casos, exames laboratoriais podem ajudar a determinar a presença da bactéria Bordetella pertussis em amostras retiradas da nasofaringe.

 

Vacina

 

Apesar de a vacina contra coqueluche não oferecer proteção permanente, é indispensável vacinar as crianças.

A vacina tríplice clássica (DPT) contra difteria, coqueluche (pertussis) e tétano faz parte do Calendário Oficial de Vacinação do Ministério da Saúde e deve ser ministrada aos dois, quatro e seis meses de idade, com doses de reforço aos 15 meses e aos 5 anos.  Embora a imunização dure cerca de dez anos, essa vacina não deve ser aplicada depois dos seis anos de idade.

Felizmente, adultos e crianças já vacinados dificilmente voltam a contrair a doença, a não ser que sejam expostos ao contato íntimo com um portador de coqueluche ou nos surtos da doença.

Nesses casos, a vacina contra difteria, coqueluche e tétano acelular (DPTa) oferece proteção por aproximadamente 10 anos e pode ser utilizada como forma de prevenir essas doenças.

 

Veja também: Gestantes terão vacina contra coqueluche a partir do ano que vem

 

Tratamento

 

Paciente com coqueluche deve permanecer em isolamento respiratório enquanto durar o período de transmissão da doença.

Na maioria dos casos, o tratamento pode ser ambulatorial e realizado em casa, mas com acompanhamento médico. A hospitalização só se torna necessária, quando ocorrem complicações e é preciso oferecer suporte de oxigênio e alimentação parenteral.

Indicar eritromicina na fase catarral pode ser útil para encurtar a duração da doença e acalmar as crises de tosse. Analgésicos e anti-inflamatórios ajudam a aliviar os sintomas no estágio catarral.

Xaropes expectorantes e inibidores da tosse não trazem benefícios terapêuticos. Da mesma forma, as pesquisas deixam dúvidas sobre a eficácia da imunoglobulina antipertussis e da imunoglobulina humana no tratamento da coqueluche.

 

Recomendações

 

Uma vez diagnosticada a doença, alguns cuidados simples são importantes no atendimento ao doente:

  • Mantenha o doente afastado de outras pessoas e em ambientes arejados, enquanto durar a fase de transmissão da doença;
  • Ofereça-lhe líquidos com frequência para evitar a desidratação e refeições leves, em pequenas porções, mas várias vezes ao dia;
  • Separe talheres, pratos e copos para uso exclusivo da pessoa com coqueluche;
  • Não se iluda com as receitas caseiras para tratamento da tosse típica da coqueluche;
  • Lave cuidadosamente as mãos antes e depois de entrar em contato com o paciente;
  • Procure assistência médica se as crises de tosse se manifestarem por mais de 15 dias. elas podem ser sintoma de outras doenças e não da coqueluche.

Observação importante:

Segundo orientação do Ministério da Saúde, todos os comunicantes íntimos (familiares, amigos, colegas de escola ou de trabalho) deverão receber uma dose da vacina DPTa.

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