Cirurgia de desvio de septo: quais os cuidados do pós-operatório?

A cirurgia de desvio de septo é tranquila e não costuma apresentar complicações. Saiba quais são os cuidados no pós-operatório.

A septoplastia é uma cirurgia tranquila com baixo risco de complicações. Saiba como garantir um bom pós-operatório.

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Publicado em: 29 de julho de 2022

Revisado em: 29 de julho de 2022

A septoplastia é uma cirurgia tranquila com baixo risco de complicações. Saiba como garantir um bom pós-operatório.

 

Cerca de 85% das pessoas têm desvio do septo nasal (a parede que divide o nariz em duas cavidades), mas isso nem sempre significa a necessidade de uma cirurgia. A septoplastia, procedimento que corrige a deformidade, só é indicada quando o desvio provoca algum problema, como nariz entupido, sinusites e dores de cabeça. A cirurgia também pode ser usada no tratamento de ronco e apneia do sono

Quando o desvio de septo vem acompanhado do aumento das paredes laterais do nariz, muitas vezes associado a quadros de rinite alérgica, pode ser realizada a turbinectomia. “É um procedimento que já corrige as duas variações de uma vez”, explica o dr. Gustavo Cunha, otorrinolaringologista e cirurgião de cabeça e pescoço em Salvador, Bahia.

Em geral, a septoplastia só é feita após os 16 anos de idade, quando os septos param de crescer. A necessidade ou não de uma intervenção depende da avaliação do otorrinolaringologista.

Ela é feita com anestesia geral ou local e dura entre 60 e 90 minutos. O paciente recebe alta no mesmo dia ou no dia seguinte. É um procedimento simples que não costuma apresentar complicações graves, mas, como toda cirurgia, exige alguns cuidados especiais.

 

Cuidados pré-operatórios

Se antes da cirurgia de desvio de septo o paciente deve seguir as recomendações do médico – realizar os exames solicitados, comunicar sobre os medicamentos de rotina ou o surgimento de algum sintoma estranho, ficar em jejum de 8 horas, depilar os pelos do rosto e retirar piercings e outros acessórios –, depois, elas se tornam ainda mais importantes. 

Para garantir um pós-operatório tranquilo, o dr. Gustavo indica:

  • Fique atento(a) ao assoar ou espirrar: “O paciente deve evitar assoar o nariz forte. Quando for espirrar, espirre de boca aberta, para diminuir a pressão no nariz. É uma forma de tentar deixar a região resguardada de esforços e sangramentos”, explica o especialista.
  • Durma com uma cabeceira mais alta: Ele também recomenda dormir com um travesseiro mais elevado durante os primeiros dias após a cirurgia, para garantir maior segurança e conforto à região.
  • Mantenha o repouso pelo tempo necessário: “A gente normalmente orienta o afastamento do trabalho por 15 dias. Se for um serviço mais administrativo, pode voltar antes, em 7 ou 10 dias. Mas, em relação ao esforço físico, o mínimo é 15 dias. Se for feita a turbinectomia, é pelo menos um mês sem atividades intensas, como academia, corrida e crossfit”, detalha o médico.
  • Evite alimentos muito quentes: Em relação à alimentação, o dr. Gustavo diz que não há muitas restrições. No entanto, nos primeiros dias, prefira uma dieta leve e evite refeições muito quentes.
  • Faça a lavagem nasal: “Existem várias formas de se fazer a lavagem do nariz depois da septoplastia. O que eu costumo orientar é: coloque de 5 a 10mL de soro fisiológico em uma seringa e aplique na narina sem muita pressão até sentir na garganta. É uma forma de lubrificar e remover as crostas de sangue e secreção que se formam após a cirurgia”, explica o otorrinolaringologista. Nesse período, é bom evitar banhos muito quentes, pois facilitam sangramentos.
  • Siga as orientações do médico: Por fim, é fundamental respeitar as indicações do especialista, seja em relação aos cuidados mais gerais, seja em relação aos medicamentos receitados, como antibióticos, anti-inflamatórios e remédios para dor.

 

Sinais de alerta

Depois da cirurgia de desvio de septo, é colocado um splint nasal (placa de silicone) no nariz de forma a posicionar as estruturas de maneira correta durante a cicatrização. Quando há sangramento intenso durante o procedimento, pode ser necessário também um tampão nasal (curativo compressivo em forma de esponja).

Por isso, nos primeiros dias após a intervenção, é comum sentir um pouco de enjoo, dor, desconforto e até mesmo obstrução para respirar. Pequenos sangramentos e eliminação de crostas de sangue também podem acontecer – daí a importância da lavagem nasal.

No entanto, após uma semana, o splint e o tampão são retirados no consultório. “A partir daí, o paciente já percebe grande diferença na respiração”, destaca o dr. Gustavo.

Se, durante esse período, houver sangramento e dor muito intensos ou, ainda, se a obstrução nasal persistir mesmo depois da retirada do splint e do tampão, entre em contato com o seu médico.

Veja também: Quando operar o desvio de septo?

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