O que é melanoma de coroide?

Quando falamos em melanoma, automaticamente associamos a tumores de pele. Mas você sabia que os melanomas também podem acometer a visão? 

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Publicado em: 4 de janeiro de 2024

Revisado em: 4 de janeiro de 2024

Quando falamos em melanoma, automaticamente associamos a tumores de pele. Mas você sabia que os melanomas também podem acometer a visão? 

 

A dra. Martha Chojniak, head de Oftalmologia do Hospital A.C Camargo Cancer Center, em São Paulo, explica que isso ocorre porque os melanomas são tumores com comportamento maligno que se originam em células chamadas melanócitos. “Basicamente, os melanócitos fazem parte da constituição de diferentes tecidos do corpo humano, podendo, portanto, surgir em diferentes locais, como por exemplo na pele e nos olhos.” 

Melanomas podem atingir a íris, a parte colorida do olho, que também faz parte da úvea. Nesses casos, uma mancha escura, presente há anos, começa a crescer. Como é visível e não costuma se disseminar para outras partes do corpo, o melanoma da íris costuma ter bom prognóstico.

 

Coroide 

 

A coroide é uma camada vascular da parede do globo ocular, que fica entre a parte branca do olho (esclera) e a retina (membrana visual), o “fundo do olho”. Dentre os tumores oculares, o melanoma da coroide é um dos tipos mais comuns em adultos. No Brasil, são diagnosticados cerca de 2 mil casos por ano

A causa ainda é desconhecida, mas existem fatores de risco, como a presença do gene BAP1, que estão associados ao desenvolvimento da doença. 

 

Fatores de risco do melanoma de coroide

 

Além de fatores genéticos, pessoas com pele clara, loiras, ruivas, de olhos claros e acima dos 50 anos de idade são as mais suscetíveis a desenvolver esse tipo de tumor. 

“É importante dizer também que o melanoma de coroide pode ter origem em nervos, que são lesões benignas, como se fossem pintas, localizadas no fundo do olho. Pacientes com estas lesões devem ser monitorados periodicamente pelo oftalmologista, pois elas têm um risco de ‘virar’ câncer”, alerta a dra. Chojniak. 

 

Sintomas

 

Na maioria das vezes, o paciente descobre o melanoma de coroide por acidente, durante uma visita ao oftalmologista, já que a presença de sintomas varia em função da localização do tumor e da presença de descolamento de retina. 

“O paciente pode ser assintomático ou apresentar diferentes graus de distúrbios visuais, como visão borrada, flashs luminosos, olhos saltados. Também pode surgir uma mancha na íris, parte colorida do olho, mas depende muito”, explica a oftalmologista.

Dessa maneira, a melhor forma de identificar o tumor precocemente é por meio de consulta anual no oftalmologista, após os 40 anos de idade. 

 

Tratamento do melanoma de coroide

 

Ainda de acordo com a especialista, a escolha do tratamento varia em função do tamanho da lesão tumoral e da presença de metástases, visto que a incidência é bastante comum, porque a coroide é uma região altamente vascularizada. 

A quimioterapia não funciona para esse tipo de tumor, por isso, as lesões pequenas e médias normalmente são tratadas de forma conservadora, por meio de braquiterapia.

“A braquiterapia é um tipo de radioterapia em que um implante radioativo com a forma semelhante a uma moeda é implantado cirurgicamente na parte externa do olho e é removido em poucos dias. Esse tipo de tratamento oferece altas taxas de eficácia e possibilita preservar o olho do paciente”, explica a especialista. 

Para as lesões maiores, entretanto, pode ser necessário realizar a remoção do globo ocular por meio de um procedimento cirúrgico conhecido como enucleação. Após a cirurgia será realizada a adaptação de prótese ocular com resultados estéticos excelentes na maioria dos casos.

 

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