O aumento da próstata não é fator de risco para o câncer, já que são doenças com etiologias e tratamentos diferentes.
A hiperplasia prostática benigna (HPB), ou aumento da próstata, é uma condição comum, atingindo cerca de 50% dos homens com mais de 50 anos de idade e até 90% dos que têm mais de 80 anos, segundo informações da Sociedade Brasileira de Urologia.
Não há causas definidas para o aumento desse órgão, que pode estar relacionado a questões hormonais, alterações genéticas e até histórico familiar. O que se sabe é que o tamanho da próstata aumenta naturalmente conforme o envelhecimento.
Para compararmos, na faixa dos 20/30 anos, a glândula tem o tamanho de uma noz, mas pode chegar até o tamanho de uma pequena tangerina entre os 60 e 80 anos.
Por conta desse aumento, um dos sintomas indesejáveis é a dificuldade para urinar. Como a próstata está situada logo abaixo da bexiga e atravessada por uma parte da uretra, o aumento do órgão pode causar aumento da frequência de idas ao banheiro aumentada e jato de urina mais fraco, além de sensação de esvaziamento incompleto da bexiga. Se não houver acompanhamento e tratamento adequado, em casos graves, o quadro pode evoluir para insuficiência renal.
HPB causa câncer?
Segundo uma pesquisa inédita idealizada pela indústria farmacêutica Apsen, com apoio das Sociedades Brasileiras de Urologia do Rio de Janeiro e de São Paulo (SBU-RJ e SBU-SP), mais de 60% dos homens com mais de 50 anos acreditam, erroneamente, que o aumento benigno da próstata pode evoluir para câncer.
Conforme explica Mauro Muniz, urologista e diretor-presidente da SBU-RJ, a próstata aumentada não evolui para câncer, pois essas são doenças totalmente diferentes. “Pode haver câncer em uma próstata de tamanho normal, como pode não haver câncer numa próstata de tamanho aumentado. O que ocorre é que muitos pacientes acham que aumento de estrutura quer dizer tumor, o que não é verdade.”
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Câncer de próstata X hiperplasia prostática benigna
O que pode confundir os pacientes é que muitas vezes os sintomas do câncer de próstata também estão relacionados com a dificuldade de urinar, além da presença de sangue na urina e dor. Se não houver intervenção terapêutica, há risco do tumor se espalhar para outros órgãos, o que não ocorre com o aumento benigno da próstata.
Além disso, outra diferença em relação às duas doenças é o tratamento. Enquanto o câncer de próstata costuma necessitar de cirurgia, radioterapia, hormonioterapia e imunoterapia, a hiperplasia prostática benigna pode ser tratada com cirurgia ou medicamentos para retenção urinária.
“Mesmo sendo um dos tipos de câncer mais frequentes entre homens, a incidência do câncer de próstata é muito menor quando comparada aos números da hiperplasia prostática benigna. Enquanto o Inc [Instituto Nacional do Câncer] aponta 10,2% de ocorrência do câncer de próstata, temos a HPB como uma condição muito mais comum, que afeta cerca de 50% dos homens acima de 50 anos. Por isso é muito importante que os pacientes consultem um especialista, para que não vire um grande problema no futuro”, sintetiza Muniz.
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