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Oftalmologia

Catarata em jovens: saiba como identificar a doença

Publicado em 03/12/2024
Revisado em 02/12/2024

Embora seja mais frequente entre os idosos, a catarata em jovens também é possível e pode estar relacionada a fatores congênitos, genéticos e inflamatórios

 

A catarata é uma doença que afeta os olhos e é mais comum entre pessoas idosas, tanto homens quanto mulheres. No entanto, também pode afetar indivíduos mais jovens, influenciada por fatores genéticos, traumas e doenças sistêmicas.

O dr. Oswaldo Moura Brasil, presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), explica que a catarata vai tornando opaco o cristalino, que é a lente natural do olho. “Essa opacidade aumenta com o tempo, levando a uma diminuição progressiva da visão”, detalha.

A catarata está diretamente ligada à idade e se desenvolve, em geral, de forma lenta à medida que os anos passam. “Geralmente, começamos a perceber os primeiros sintomas da catarata por volta dos 60 anos de idade”, diz o cirurgião. Segundo ele, o problema afeta igualmente homens e mulheres.

Embora seja mais frequente entre idosos, a catarata em jovens também é possível pois existem os casos de catarata congênita, quando a pessoa já nasce com a doença. Quando aparece depois, pode estar relacionada a “fatores genéticos, trauma ocular, doenças sistêmicas, como diabetes, e inflamação no olho”, explica o médico. 

O dr. Moura Brasil cita ainda que o uso prolongado de alguns medicamentos, como os corticosteroides, pode favorecer o surgimento da catarata em jovens e em pessoas mais velhas. Os corticosteroides são hormônios utilizados para reduzir inflamações, como nos casos de artrite reumatoide, esclerose múltipla, asma, reações alérgicas graves e edema cerebral.

 

Sintomas e tratamento da catarata em jovens e em idosos 

Os sintomas da catarata são iguais em todas as idades. A pessoa começa a ter dificuldade de enxergar, principalmente em ambientes pouco iluminados, e isso ocorre de forma progressiva. Ela também passa a ver halos ao redor de pontos de luz, como se fossem aneis. “No exame oftalmológico, é comum observar o aumento progressivo da miopia”, comenta o cirurgião. 

Para saber se a pessoa está ou não com catarata, é preciso procurar um oftalmologista, especialista médico responsável pelo diagnóstico da doença. “Através de um exame completo dos olhos, que inclui, entre outras avaliações, a medida da acuidade visual e a biomicroscopia do segmento anterior do olho, em que é possível examinar a diretamente a catarata”, detalha.

 

Tratamento e prevenção

O tratamento da catarata é feito por meio de cirurgia. O dr. Moura Brasil explica que, durante o procedimento, a catarata é removida do olho. No lugar, é colocada uma lente intraocular artificial. O cirurgião ressalta que essa operação é “moderna, rápida e extremamente segura”. 

Nos primeiros dias após a cirurgia, é essencial tomar alguns cuidados:

  • Repousar;
  • Tentar dormir virado para o lado oposto do olho operado;
  • Evitar movimentos bruscos da cabeça;
  • Não coçar o olho;
  • Evitar fazer atividades físicas que envolvam muito movimento;
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
  • Usar óculos escuros fornecidos pelo médico, principalmente em ambientes externos. 

O pós-operatório também inclui o uso de colírios que têm ação anti-inflamatória e antibiótica. A recuperação completa da cirurgia dura cerca de 30 dias.

O dr. Moura Brasil afirma que não existe uma forma que seja completamente eficaz para prevenir a catarata. No entanto, ele diz que alguns cuidados podem, sim, ajudar a retardar o desenvolvimento da doença. Ele cita o “controle das doenças crônicas, como diabetes, proteção contra os raios ultravioleta e não fumar”. 

        Ouça: DrauzioCast #150 | Distúrbios de visão: Miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia

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