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Obesidade

Brasil tem quase 20% de obesos, maior prevalência já registrada entre 2006 e 2018

Homem obeso de perfil medindo circunferência abdominal.
Publicado em 25/07/2019
Revisado em 11/08/2020

Em 13 anos, a prevalência da obesidade aumentou 67,8%, enquanto consumo adequado de hortaliças cresceu 15,5%.

 

O Brasil está mais pesado. O Ministério da Saúde divulgou mais dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2018, feita com 52.395 pessoas de todas as capitais e o Distrito Federal. O tema desta vez foi obesidade (indivíduos com índice de massa corpórea, IMC, igual ou maior que 30).

Pelo menos nesse quesito estamos mesmo seguindo o caminho dos Estados Unidos. A prevalência de obesidade saltou de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018, um aumento de 67,8%. O aumento maior se deu nas faixas de 25 a 34 anos e 35 a 44 anos (84,2% e 81,1%, respectivamente). A concentração nessa população é bastante preocupante, pois ficar obeso ainda jovem torna mais difícil recuperar o peso saudável. Além disso, quanto mais cedo uma pessoa entra nesse grupo, mais tempo haverá para que se desenvolvam complicações.

 

Gráfico de aumento da prevalência de obesidade no Brasil entre 2006 e 2018.
Prevalência de obesidade no Brasil entre 2006 e 2018 (Vigitel 2018).

 

Em 2018, a obesidade foi a quarta maior causa de internações por causas endócrinas, metabólicas e nutricionais no SUS. Foram 12.438, que geraram custo de R$ 64,3 milhões. Pode-se depreender, porém, que ela tem impacto muito maior no sistema, já que constitui fator de risco extremamente relevante para uma série de doenças graves que pressionam o sistema público, como hipertensão, diabetes e infarto.

A desigualdade, como de costume, se faz presente: a obesidade é mais prevalente na população de baixa escolaridade. Chega a 24,5% entre os que têm no máximo o nível fundamental. Na população com ensino médio, a prevalência é de 19,4%, e naqueles com ensino superior, 15,8%.

O excesso de peso (IMC igual ou maior que 25 e menor que 30), fase de alerta que precede a obesidade, também aumentou desde 2006, e agora mais da metade dos brasileiros (55,7%) estão nessa condição.

Uma leve melhoria nos hábitos alimentares também foi registrada. Em 2008, 20% dos brasileiros consumiam 5 porções diárias de frutas e hortaliças pelo menos 5 vezes por semana, quantidade recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2018, chegamos a 23,1%, aumento de 15,5%.

É uma mudança muito menor que a registrada pelos índices de obesidade. O governo estabeleceu como meta somente estabilizar a prevalência do problema em 17,9%. Ou seja, iremos considerar satisfatório que quase 1 em cada 5 brasileiros ainda esteja obeso e vulnerável a todos as doenças que essa condição implica.

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