Nem todo tremor é Parkinson: conheça o tremor essencial

O tremor essencial é um distúrbio que causa tremores nas mãos e não tem cura, mas existem tratamentos disponíveis. Saiba mais.

O tremor essencial é um distúrbio que causa tremores nas mãos e não tem cura, mas existem tratamentos disponíveis. Saiba mais.

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Publicado em: 4 de abril de 2023

Revisado em: 19 de maio de 2023

O tremor essencial é um distúrbio que causa tremores nas mãos e não tem cura, mas existem tratamentos disponíveis. Saiba mais.

 

O tremor essencial é um distúrbio neurológico do movimento que causa temores principalmente nas mãos. Com o tempo, também pode atingir braços, pernas, cabeça e voz. A doença é bastante confundida com o Parkinson, apesar de não haver relação direta entre as duas. 

Qualquer pessoa, independentemente da idade, pode ter tremor essencial. Porém, sua incidência aumenta com o envelhecimento. Segundo informações do Ministério da Saúde, o tremor essencial atinge cerca de 20% da população acima dos 65 anos. A condição afeta igualmente mulheres e homens. 

Essa condição piora lentamente – a taxa média de piora dos tremores nos braços ou nas mãos é de 1,5% a 5% ao ano. Ele costuma levar anos para atingir níveis em que começa a atrapalhar a vida da pessoa. Alguns pacientes têm tremores muito leves e que não interferem significativamente em sua rotina. 

“No entanto, à medida que a condição piora, pode causar problemas com trabalhos e atividades de detalhes finos, como caligrafia, uso de talheres, costura ou tarefas que exigem precisão”, explica a dra. Inara Taís de Almeida, neurologista e membro titular da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).

        Veja também: Parkinson: pessoas jovens também podem ter a doença

 

Diferença entre tremor essencial e Parkinson

Tanto o tremor essencial quanto a doença de Parkinson são distúrbios do movimento que envolvem algum tipo de tremor. Mas os dois afetam mecanismos distintos no cérebro e existem diferenças importantes entre eles. A especialista reforça as principais: 

  • No tremor essencial, os tremores pioram quando a parte do corpo afetada está em movimento, e desaparecem ou diminuem quando essa região está em repouso. Na doença de Parkinson, acontece o contrário: os tremores são piores quando a parte afetada está em repouso, e desaparecem ou diminuem quando em uso;
  • No tremor essencial, os tremores geralmente ocorrem em ambos os lados do corpo (mas um lado pode ser um pouco mais afetado do que o outro), enquanto no Parkinson os tremores costumam ser assimétricos, afetando muito mais um lado do que o outro; 
  • O tremor essencial geralmente acontece em várias pessoas da mesma família, já a doença de Parkinson raramente ocorre em muitas pessoas da mesma família;
  • O tremor essencial envolve apenas os tremores. O Parkinson, por sua vez, tem outras características, como movimentos lentos, rigidez e alterações na marcha e no equilíbrio;
  • O Parkinson pode estar relacionado ao surgimento de outras doenças, como depressão, insônia, disfunção da bexiga ou do intestino, por exemplo, o que não acontece no tremor essencial. 

        Veja também: Estresse pode causar tremores involuntários?

 

Diagnóstico e tratamento 

O diagnóstico do tremor essencial é realizado com base nos sintomas e em um exame neurológico, já que não existem testes que possam confirmar se uma pessoa tem ou não a doença. “No entanto, uma parte importante do processo de diagnóstico é descartar outras condições que possam causar sintomas semelhantes. A exclusão dessas outras condições pode envolver exames de sangue e exames de imagem”, explica a médica.

Em relação às intervenções, a especialista destaca que não há cura, mas existem algumas opções de tratamento para amenizar o problema e ajudar o paciente a conviver melhor com a doença, como medicamentos, dispositivos auxiliares, toxina botulínica e estimulação cerebral profunda. “O neurologista pode recomendar estimulação cerebral profunda (que é um tipo de cirurgia) se outros tratamentos não forem suficientes para aliviar seus tremores.”

        Veja também: Neuromodulação ajusta desequilíbrios no cérebro para tratar de Parkinson a depressão

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