O medicamento, utilizado principalmente por homens com disfunção erétil, tem chamado a atenção da população feminina. Descubra o que acontece quando as mulheres tomam tadalafila.
“O que acontece se a mulher tomar tadalafila?” foi a pergunta relacionada ao medicamento para ereção que os brasileiros mais fizeram para o Google no último ano. Mas será que essa é uma opção segura para o público feminino com problemas sexuais?
O que é a tadalafila e para que serve
A tadalafila é um medicamento que promove o relaxamento dos vasos sanguíneos, aumentando o fluxo de sangue em algumas regiões do corpo. A sua principal indicação é para o tratamento de disfunção erétil no homem, mas também pode aliviar sintomas urinários causados por aumento benigno da próstata ou auxiliar em casos de hipertensão pulmonar.
No caso da disfunção erétil, o problema está na manutenção da ereção. Ao ter um estímulo sexual, o cérebro envia sinais que fazem com que os vasos sanguíneos do pênis se dilatem, permitindo a entrada de mais sangue e, consequentemente, a ereção. Quando o estímulo diminui, entra em ação a substância fosfodiesterase tipo 5, ou PDE5, que contrai os vasos e torna o pênis flácido novamente.
A tadalafila, portanto, bloqueia a ação da PDE5, garantindo que os vasos sanguíneos fiquem dilatados por mais tempo – ou seja, o medicamento não causa a ereção, mas ajuda o homem a mantê-la.
Por que as mulheres estão procurando a tadalafila?
Seguindo essa lógica, muitas mulheres com queixas sexuais têm apostado na tadalafila.
“Algumas [mulheres] têm buscado o medicamento para tentar melhorar a dificuldade sexual, como falta de desejo, dificuldade de excitação, dor durante a relação sexual ou falta de lubrificação. Por quê? Porque, assim como acontece para os homens, em teoria, haveria um aumento do fluxo sanguíneo na região genital e aí poderia melhorar a resposta sexual”, explica a ginecologista Jamille Barreto.
No entanto, não há indicação da tadalafila para mulheres. Apesar de haver alguns poucos estudos científicos sobre o tema, não há uma significância estatística que comprove os possíveis benefícios do uso do medicamento para a população feminina com dificuldades de excitação ou lubrificação, por exemplo.
“Até hoje, não há nenhuma comprovação científica para recomendar o uso da tadalafila como tratamento em mulheres com disfunção sexual”, alerta a dra. Jamille.
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Riscos do uso de tadalafila pelas mulheres
Tanto para homens quanto para mulheres, os efeitos colaterais do medicamento incluem dor de cabeça, vermelhidão no rosto, congestão nasal, tontura, hipotensão (queda de pressão), entre outros. No entanto, como o uso em mulheres ainda não foi suficientemente estudado, pode haver outros riscos associados que ainda são desconhecidos.
“É por isso que não se recomenda que as mulheres usem essa medicação sem orientação médica, principalmente durante a gravidez ou amamentação”, destaca a especialista.
Como tratar disfunções sexuais femininas?
Se a mulher sentir algum problema relacionado ao desejo sexual, excitação, dor durante a relação ou diminuição da lubrificação, o importante é procurar a ajuda de um ginecologista. Entre as opções de tratamento disponíveis, estão:
- Terapia hormonal: principalmente para mulheres que estão passando pela menopausa;
- Terapia sexual: avaliação com psicólogo que trabalha questões relacionadas à diminuição do desejo sexual;
- Fisioterapia pélvica: pode melhorar a dor durante a relação sexual e ajudar na questão da lubrificação;
- Lubrificantes: também são ótimos aliados para garantir o prazer durante a relação.
Lembre que a sexualidade feminina é influenciada por muitos aspectos e cada caso deve ser avaliado individualmente.
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