Menopausa: quando acontece e como amenizar os sintomas?

Aprenda a identificar os principais sintomas do climatério, o período de transição até a menopausa, e saiba o que fazer para amenizá-los.


Equipe do Portal Drauzio Varella postou em Menopausa

O climatério é um processo que pode durar até sete anos antes da menstruação cessar totalmente. 

Compartilhar

Publicado em: 17 de fevereiro de 2023

Revisado em: 16 de fevereiro de 2023

O climatério é um processo que pode durar até sete anos antes da menstruação cessar totalmente. 

 

A menopausa pode ser definida como a última menstruação, o que marca o fim da vida reprodutiva. É bastante comum que esse período de transição, conhecido como climatério, provoque sintomas desagradáveis e muitas dúvidas. 

“De forma bastante resumida, a menopausa acontece porque a mulher nasce com um número determinado de folículos (estruturas que abrigam os óvulos) que vão se esgotando aos poucos. Porém, eles são responsáveis pela produção dos principais hormônios femininos nos ovários. Quando essa reserva de folículos termina, a mulher deixa de ovular e o processo de menopausa começa”, explica o dr. Luciano de Melo Pompei, ginecologista e presidente da Comissão de Climatério da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

De acordo com dados do Estudo Brasileiro de Menopausa, realizado em 2022 com mais de 1500 brasileiras de todo o país, a idade média para entrar em menopausa é aos 48 anos. No entanto, estima-se que ela aconteça entre 45 e 55 anos de idade. Antes disso, por volta dos 40 anos, é chamada de menopausa precoce.

 

Principais sintomas

Vale destacar que a menopausa não acontece de um dia para o outro. O climatério é um processo que pode durar até sete anos antes da menstruação cessar totalmente. 

Com isso, a mulher apresenta alguns sintomas, que variam de intensidade, e ciclo menstrual irregular. A menopausa só acontece quando há ausência de menstruação por um ano completo. 

Nessa fase, com a queda na produção de hormônios, principalmente o estrogênio, a mulher sente, em maior ou menor escala, alguns sintomas que costumam ser bastante desagradáveis. Entre eles, estão: 

 

Ondas de calor 

Conhecidas como fogachos, trazem a sensação de calor em diferentes partes do corpo, como colo, face e pescoço. Podem ser leves ou intensas e ocorrer durante o dia ou à noite. Em alguns casos, há a sensação de sufocamento, vermelhidão no rosto e sudorese. 

 

Problemas para dormir

Por conta das ondas de calor, é comum que as mulheres durante o climatério sintam dificuldades para dormir. Além disso, a oscilação hormonal provoca insônia ou piora a qualidade do sono.

Fadiga

É comum que a mulher se sinta mais cansada com atividades do dia a dia e fique desanimada.

 

Irritabilidade

Nessa fase, a mulher apresenta alterações de humor, ficando mais irritada do que o normal e também com sintomas depressivos. 

 

Queda na libido e ressecamento vaginal

Com a queda hormonal, principalmente a testosterona, há a redução do desejo sexual. Além disso, a diminuição do estrogênio provoca secura e atrofia vaginal, o que causa dor durante a relação sexual.

 

Perda muscular e ganho de peso

A queda hormonal também  impacta o funcionamento do metabolismo, que fica mais lento e dificulta a manutenção da massa magra do corpo. Como resultado, a mulher tende a ganhar mais peso, mesmo realizando atividade física regular. 

Veja também: Lubrificação vaginal – Vamos Falar #7

 

Quando é preciso realizar a reposição hormonal?

O climatério é uma fase da vida da mulher, ou seja, não é uma doença. No entanto, geralmente, provoca sintomas desagradáveis e intensos que podem ser tratados com a reposição hormonal. Vale destacar que nem sempre é necessário ou indicado buscar tratamento.

“Atualmente, a reposição hormonal está relacionada com uma melhora significativa da qualidade de vida global da mulher. Sabe-se que os benefícios envolvem até mesmo a prevenção de doenças, como osteoporose”, afirma a dra. Carolina Cunha, ginecologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP). 

Geralmente, a terapia de reposição hormonal é uma estratégia usada para repor os hormônios que não são mais produzidos pelos ovários. Há diversos tipos e a maioria das mulheres usa uma combinação de hormônios. O tratamento é realizado por via oral, na forma de gel vaginal ou implantes subcutâneos. 

“É fundamental que a mulher realize uma consulta com um ginecologista logo que começar a ter os primeiros sintomas. Será realizada uma avaliação individual para definir qual é a terapia de reposição hormonal mais adequada, de acordo com suas necessidades, e se há contraindicações”, complementa Pompei.

De forma geral, a reposição hormonal é contraindicada para as mulheres com câncer de mama e endométrio. Além disso, quando há risco de desenvolver doença cardiovascular e trombose, elas devem ser avaliadas de forma criteriosa para minimizar riscos.

 

Qualidade de vida na pós-menopausa 

A menopausa costuma provocar impactos na vida sexual, mental e física da mulher. Portanto, é necessário que ela mantenha uma rotina de cuidados para manter o seu bem-estar. É importante, por exemplo, realizar consultas regulares com o médico para averiguar como está a saúde de forma geral durante a pós-menopausa. 

Entre as recomendações para manter a qualidade de vida, estão: 

  • Manter uma alimentação equilibrada, preferindo alimentos integrais e naturais em vez de itens industrializados; 
  • Praticar atividade física regular;
  • Cuidar da saúde mental, ou seja, realizar psicoterapia e meditação para controle do estresse e das emoções.

Veja também: Pré-menopausa: o que é e como lidar com os sintomas? – Vamos Falar #8

 

Sobre a autora: Samantha Cerquetani é jornalista com foco em saúde e ciência e colabora com o Portal Drauzio Varella. Escreve sobre medicina, nutrição e bem-estar.

 

Veja mais

Sair da versão mobile