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Entenda o que significa IgG positivo para citomegalovírus em grávidas

mãos de médico com seringa, coletando sangue de grávida. IgG para citomegalovírus em grávidas não é motivo para alarde
Publicado em 18/04/2019
Revisado em 10/10/2022

IgG positivo para citomegalovírus em grávidas preocupa porque o vírus pode deixar sequelas no feto. Porém, resultado isolado não é motivo para alarme.

 

O citomegalovírus, conhecido também pela sigla CMV, é um vírus da família do herpes, extremamente comum, capaz de provocar uma infecção chamada citomegalovirose. Embora não seja muito conhecido, é difícil não ter contato com o vírus ao longo da vida. Para se ter uma ideia, 80% da população já entrou em contato com ele, mas na grande maioria das vezes as manifestações clínicas da doença são inexistentes ou muito discretas, como febre baixa e mal-estar. Quem se infecta passa a ter o vírus como companheiro pelo resto da vida; em fases em que há queda da imunidade, ele pode se reativar e provocar sintomas.

 

Veja também: Leia entrevista sobre citomegalovírus

 

Embora os sintomas não apareçam ou sejam leves na maior parte das vezes, o vírus pode ser perigoso para os fetos. De acordo com o “Journal of Prenatal Medicine”, a grande maioria dos bebês infectados também não apresenta sintomas após o nascimento, mas de 5% a 15% podem desenvolver sequelas como perda auditiva, atraso no desenvolvimento psicomotor e deficiência visual. Como uma das formas de transmissão do vírus é a vertical — ou seja, passa da mulher grávida para o feto durante a gestação ou para o recém-nascido durante o parto –, é praxe solicitar alguns exames específicos durante o pré-natal justamente para identificar se o CMV está ativo no organismo.

Os mais comuns são os exames sorológicos denominados IgG (imunoglobulina G) e IgM (imunoglobulina M). Sorologia é o termo usado para definir os exames que identificam a presença de determinados anticorpos no nosso sangue. Ou seja, IgG positivo significa que a pessoa possui anticorpos do tipo imunoglobulina G, e daí se deduz que ela já foi exposta a vírus que provocaram a criação de tais anticorpos. Entretanto, segundo a pediatra dra. Fernanda Viana, do Saúde4kids, a gestante não precisa se assustar se verificar que seu IgG deu positivo. “Isso quer dizer que a grávida já teve contato com o vírus em algum momento da vida — e, portanto, tem os anticorpos que o combatem –, mas não que ele está ativo. Por outro lado, se o IgM for positivo, há possibilidade de o vírus estar circulando no organismo naquele momento”, explica.

Nos casos de IgM positivo, a gestante precisa ser acompanhada de perto com ultrassons, exames de imagem do crânio e do abdômen. A intuição provavelmente leva a querer combater a infecção, mas cada caso é um caso, e a administração de antivirais durante a gravidez precisa ser pensada de forma individualizada. Após o nascimento, mantém-se a realização de outros exames (como pesquisa de antígeno viral no sangue ou pesquisa de vírus na urina) para identificar se o bebê está com o vírus ativo. A orientação fundamental, portanto, é fazer o pré-natal com disciplina e seguir todas as recomendações obstétricas.

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