Citomegalovírus (CMV)

O citomegalovírus nunca abandona o organismo da pessoa infectada. Permanece em estado latente e qualquer baixa na imunidade do hospedeiro pode reativar a infecção.

Mulher deitada com mão na testa indicando febre e mal-estar.

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Publicado em: 12 de abril de 2011

Revisado em: 10 de janeiro de 2023

O citomegalovírus (CMV) nunca abandona o organismo da pessoa infectada. Permanece em estado latente e qualquer baixa na imunidade do hospedeiro pode reativar a infecção.

 

O citomegalovírus (CMV) pertence à família do herpesvírus, a mesma dos vírus da catapora, herpes simples, herpes genital e do herpes-zóster. Na maioria das vezes, a infecção pelo CMV é assintomática e passa despercebida, mas mesmo nesses casos o vírus ficará latente e poderá ser reativado casa haja uma deficiência imunológica do hospedeiro.

As manifestações clínicas da infecção pelo CMV variam de uma pessoa para outra e incluem discreto mal-estar e febre baixa. Em recém-nascidos e pessoas com sistema imunológico enfraquecido, como pacientes com aids, transplantados e pessoas em tratamento quimioterápico, a infecção pode provocar doenças graves que comprometem o aparelho digestivo, sistema nervoso central e retina .

O citomegalovírus nunca abandona o organismo da pessoa infectada. Permanece em estado latente e qualquer baixa na imunidade do hospedeiro pode reativar a infecção.

 

Veja também: Entrevista completa com especialista sobre a infecção por citomegalovírus (CMV)

 

Transmissão do citomegalovírus

 

O citomegalovírus pode ser transmitido das seguintes formas:

  • Por via respiratória. Tosse, espirro, fala, saliva, secreção brônquica e da faringe servem de veículo para a transmissão do vírus;
  • Por transfusão de sangue;
  • Por transmissão vertical da mulher grávida para o feto ou durante o parto;
  • Por via sexual. Nesse caso, ele é considerado causador de infecção sexualmente transmissível;
  • Por objetos como xícaras e talheres. Embora esse tipo de transmissão seja pouco comum, ele é possível porque o citomegalovírus não é destruído pelas condições ambientais.

É quase impossível viver sem ser infectado, em algum momento, pelo citomegalovírus. Estima-se que entre 60 e 90% dos adultos já tiveram contato com o vírus. O período de incubação varia de alguns dias a poucas semanas.

 

Sintomas da infecção por citomegalovírus

 

Na fase aguda, a principal manifestação é a citomegalomononucleose, com sintomas semelhantes aos da mononucleose infecciosa causada pelo vírus Epstein-Barr (VEB). A diferença é que o VEB também pode causar dor de garganta com placas que parecem amidalite, enquanto o CMV não causa lesões na garganta:

 

Complicações da infecção por citomegalovírus

 

A reativação do quadro infeccioso está associada à deficiência do sistema imunológico. Nos imunodeprimidos, lesões ulceradas e dolorosas podem comprometer todo o aparelho digestivo (boca, garganta, faringe, esôfago, estômago, intestino grosso e delgado).

Nos pacientes com aids, a complicação mais comum é a coriorretinite, que pode levar à cegueira, mas existem outras, como pneumonia, comprometimento dos intestinos, do fígado e do sistema nervoso central, que resultam em perda do movimento dos membros inferiores, em mielite e encefalite.

 

Diagnóstico de citomegalovírus

 

Existe exame laboratorial específico para pesquisar anticorpos contra o citomegalovírus. Os anticorpos da classe IgM estão presentes apenas na fase aguda da infecção e os da classe IgG também aparecem na fase aguda, mas persistem por toda a vida.

Em recém-nascidos, geralmente são feitos exames de urina.

No caso de pessoas com imunidade debilitada pode ser requisitada biópsia dos tecidos atingidos para confirmar o diagnóstico.

A coriorretinitie pode ser diagnosticada pelo oftalmologista com o uso do oftalmoscópio (aquele instrumento semelhante a uma lupa com um feixe de luz), mas a relação com o CMV precisa ser confirmada com exames como os citados anteriormente.

 

Tratamento da infecção por citomegalovírus

 

Em geral a infecção regride espontaneamente e são necessários somente medicamentos para aliviar sintomas, como analgésicos.

O uso de antivirais fica reservado para as formas graves da doença, quando há sério risco à saúde do paciente, e pode ser administrado por via oral ou venosa, por períodos de pelo menos 1 mês. É necessário atenção ao tempo de tratamento devido ao efeito tóxico dessas drogas sobre os glóbulos do sangue e os rins.

 

Recomendações

 

  • Não se descuide do uso de preservativo nas relações sexuais como forma de evitar a transmissão;
  • Procure não usar copos, xícaras e talheres se não tiver certeza de que foram bem lavados;
  • Esteja atento ao fato de ser portador do citomegalovírus, pois ele pode provocar uma infecção aguda se suas reservas imunológicas ficarem enfraquecidas;
  • Lembre-se de que a transmissão vertical do CMV durante a gestação é a principal causa de retardo mental em crianças. Siga rigorosamente as orientações para evitar a transmissão, como não compartilhar objetos (mesmo de familiares e pessoas próximas), evitar aglomerações e lavar as mãos com frequência.

 

Perguntas frequentes sobre citomegalovírus

 

O CMV é perigoso na gravidez?

Sim. A infecção pode provocar aborto espontâneo e, em recém-nascidos, anemia, hemorragia e danos graves no cérebro e no fígado que podem levar à morte. Bebês que sobrevivem podem sofrer perda auditiva e deficiência intelectual. É essencial evitar a infecção durante a gravidez; siga rigorosamente as recomendações médicas de prevenção.

 

Estou grávida e meu exame IgG deu positivo para citomegalovírus. O que significa?

Significa que a gestante tem anticorpos contra o citomegalovírus, ou seja, que ela já teve contato com o vírus em algum momento da vida, mas não que a infecção está ativa naquele momento. Saiba mais sobre o tema nesta matéria.

 

O que significa IgM positivo para citomegalovírus?

Esse resultado pode indicar que o vírus está circulante, mas só ele não é suficiente para cravar o diagnóstico. Outros exames são necessários para investigar mais a fundo. Lembre-se de seguir todas as orientações fornecidas pela equipe médica durante o pré-natal.

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