Jovens de 15 a 29 anos e bebês de 6 meses a 11 meses e 29 dias devem tomar dose extra da vacina contra o sarampo.
Todos os anos, a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo faz uma campanha de vacinação contra o sarampo, doença infectocontagiosa provocada por um Morbilivirus e transmitida por secreções das vias respiratórias. Em 2019, a campanha estava programada para terminar em meados de julho, mas foi estendida até o dia 16 de agosto devido ao alto número de casos da doença no município, segundo a Prefeitura: 484 até 25/07/19.
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Este ano, o público-alvo da ação mudou, e inclui:
- Todas as crianças entre 6 meses e 11 meses e 29 dias. Anteriormente, a vacina só era indicada para crianças maiores de 1 ano, mas bebês devem ser vacinados durante a campanha atual. Essa vacina, no entanto, será considerada uma vacina extra, posteriormente a criança deverá receber o esquema normal. Ou seja, após a dose extra, os pais devem agendar uma nova dose por volta dos 12 meses de idade (respeitando um intervalo mínimo de 30 dias desde a dose extra) e mais uma por volta dos 15 meses;
- Todas as pessoas entre 15 e 29 anos devem ser vacinadas, incluindo os jovens que estejam em dia com o calendário vacinal e tenham recebido as duas doses indicadas;
- Profissionais da saúde também estão no foco da campanha e precisam ter duas doses da vacina. Caso tenham dúvidas sobre sua situação, devem tomar a dose extra desta campanha.
Todas as pessoas que não fazem parte do público-alvo e não tomaram ou não têm certeza se tomaram as duas doses recomendadas devem se vacinar. “Como os casos têm ocorrido na faixa etária de 15 a 29 anos, os médicos de São Paulo estão indicando um reforço na vacina para esse grupo”, afirma a pediatra dra. Denise Katz.
A vacina está disponível em todas as Unidades Básicas de de Saúde (UBS) do município (veja a lista aqui).
Orientações do Ministério da Saúde para a vacina contra o sarampo
O Ministério da Saúde não mudou sua recomendação acerca da vacina. Devem tomar a vacina:
- Todos os indivíduos de 1 a 29 anos de idade. Esses devem ter duas doses de vacina sarampo para serem considerados protegidos;
- Adultos entre 30 e 49 anos de idade, sem comprovação de nenhuma dose, devem receber pelo menos uma dose da vacina tríplice viral (SCR), que protege contra o sarampo, caxumba e rubéola;
- Profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, dentistas e outros), independentemente da idade, devem ter registradas duas doses válidas (a partir de 1 ano de idade e com pelo menos um mês de intervalo entre elas) de SCR;
- Além disso, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam que todos os viajantes que não apresentem prova de vacinação ou imunidade recebam a vacina de sarampo e rubéola — preferencialmente a vacina tríplice viral — pelo menos duas semanas antes do deslocamento para áreas onde a transmissão do sarampo foi documentada;
- A vacinação de rotina de crianças maiores, adolescentes e adultos que não tenham comprovação de vacinação prévia, deve ser fortemente incentivada. São considerados adequadamente imunizados aqueles que apresentarem duas doses da vacina contra o sarampo, com intervalo mínimo de um mês entre elas e aplicadas acima de 1 ano de idade.
Por ter vírus atenuado vivo, a vacina está contraindicada, salvo indicação médica contrária, para crianças menores de 6 meses de idade, gestantes (quem está amamentado, por outro lado, pode vacinar-se) e pessoas em estado de imunossupressão. A vacina pode ser considerada para aqueles em imunossupressão leve, levando em conta a relação de risco-benefício em decisão compartilhada com o paciente.