Instituto Butantan realiza estudo para verificar margem necessária para adquirir imunidade de rebanho contra covid-19

Chamado de Projeto S, o programa irá imunizar toda a população de Serrana, interior de São Paulo, para avaliar os benefícios da vacinação.

O Projeto S será realizado na cidade de Serrana e busca entender os efeitos da vacinação no combate à Covid-19

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Publicado em: 18 de março de 2021

Revisado em: 27 de janeiro de 2022

O Projeto S será realizado na cidade de Serrana e busca entender os efeitos da vacinação no combate à Covid-19

 

O Instituto Butantan está realizando uma pesquisa inédita no mundo para verificar a efetividade da vacinação em massa no controle da pandemia. Serrana, no interior de São Paulo, foi escolhida para participar e cerca de 30 mil habitantes irão receber a vacina Coronavac, produzida pelo próprio Instituto em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Os participantes representam ⅔ da população do município, que possui um total de 45 mil moradores.

A proposta do estudo é analisar três aspectos principais: o impacto da vacina na transmissão do vírus, a redução de casos graves e a mortalidade. Os resultados, previstos para maio deste ano, poderão embasar as políticas públicas de vacinação no Brasil e no mundo. Até o último dia 14 de março, 97,3% do grupo já havia sido vacinado com a primeira dose.

Além do número de habitantes, Serrana foi escolhida por ter alta taxa de transmissão do novo coronavírus. Até 14/3/21, a cidade já havia contabilizado 2.978 casos e 59 óbitos. “Atualmente, a transmissão no município está alta, isso pode ser demonstrado pelo aumento na positividade de casos sintomáticos e de internações”, afirma o dr. Marcos Borges, diretor geral do Hospital Estadual de Serrana e parte da equipe de implementação do projeto na cidade.

Todos os participantes da pesquisa têm mais de 18 anos, já que a vacina não foi testada até o momento em pessoas abaixo dessa idade. Grávidas, lactantes e pessoas com doenças graves não puderam participar do estudo pelo mesmo motivo. As doses utilizadas foram produzidas para esse projeto e não interferem na vacinação que ocorre em todo o país.

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O Projeto S ainda disponibiliza serviços que facilitam o atendimento da população com suspeita de estar infectada pelo novo coronavírus. “Qualquer morador de Serrana com dois dias de sintomas de covid-19 tem acesso à realização de teste RT-PCR e o resultado fica pronto rapidamente, muitas vezes em menos de 24h. Além disso, após um resultado positivo, o paciente é monitorado por nossa equipe. Com isso, conseguimos avaliar como está a situação da pandemia na cidade”, explica o diretor.

Mesmo aqueles que não receberão a vacina, inclusive de outras cidades da região, como Serra Azul e Cravinhos, devem se beneficiar do estudo. “Acreditamos que se atingirmos a imunidade de rebanho, poderemos ter uma redução na transmissão viral e, consequentemente, reduzir a transmissão nos grupos não vacinados. De modo geral, este é um dos benefícios da vacinação: o coletivo (vacinados) protege o individual (não vacinados)”, afirma dr. Borges.

Assim como no resto do país, todos que receberem a vacina devem continuar seguindo as medidas de prevenção, como uso de máscara, distanciamento social e higienização constante das mãos. Na maioria dos casos, a Coronavac protege contra casos graves da doença, mas cada indivíduo ainda pode ter sintomas leves e transmitir o vírus. A vacinação da segunda dose começou no dia 17 de março.

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