Teste para HIV deve ser feito também por casais com relacionamentos estáveis. Com diagnóstico precoce, as chances de controlar o desenvolvimento do vírus são maiores.
Depois de um certo tempo juntos, é natural que o casal opte por fazer sexo sem o uso do preservativo. Embora a cumplicidade cresça bastante ao longo do relacionamento, isso não faz com que os riscos de transmissão de infecções sexualmente transmissíveis (IST) diminuam.
Desde 1988 integrando o grupo do Programa Estadual de DST/Aids da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, a coordenadora Maria Clara Gianna alerta para a importância de casais realizarem, juntos, o teste para HIV e sífilis. “Mesmo não havendo um aumento no número de casos de casais com HIV, é fundamental realizar os exames, que são simples, rápidos e indolores. Quem inicia um relacionamento não quer ter que usar o preservativo, então, para que haja uma relação estável e com segurança, o ideal é que ambos façam o teste”.
Com diagnóstico precoce, as chances de controlar o desenvolvimento do vírus são maiores, pois a descoberta possibilita tratamento em tempo adequado, evita a transmissão de mãe para filho e a infecção de parceiros. Por isso, no Dia Mundial do Combate ao HIV, comemorado no dia 1º de dezembro, a Secretaria faz campanha e convida a população a fazer os testes gratuitos para HIV e sífilis na Academia Paulista de Letras (Largo Arouche, 312), das 14h às 19h.
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Como se pega o HIV?
O Vírus da Imunodeficiência Adquirida, o HIV, é o causador da Aids. Quando entra no organismo humano, instala-se nas células do sistema imunológico, responsáveis pela defesa do corpo. Como as células mais atingidas pelo HIV são os linfócitos CD4+, responsáveis por equilibrar esse sistema, o corpo fica mais suscetível à ação de vírus e bactérias e, consequentement, sujeito ao aparecimento de vários tipos de doença.
O HIV pode ser contraído durante qualquer relação sexual desprotegida. Apesar de ser o que menos oferece risco, a prática do sexo oral sem camisinha é uma das maneiras de se contrair o HIV. O risco aumenta com o vaginal e é ainda maior na relação anal. Como o ânus tem menos lubrificação, há mais atrito e mais lesões que podem causar rupturas de vasos sanguíneos pouco perceptíveis, o que deixa mais exposto o sangue contaminado.
Além disso, é possível contrair o HIV ao compartilhar agulhas e seringas contaminadas, ou transmiti-lo de mãe para filho durante a gravidez, na hora do parto e/ou amamentação.
Combate ao vírus
A ação de mais de 10 mil profissionais de saúde e as atividades de vigilância, prevenção, assistência e apoio aos doentes têm trazido resultados importantes no combate à evolução do vírus. No Estado de São Paulo, entre 2000 e 2010, houve queda de 33,7% na taxa de incidência de Aids, e a taxa de mortalidade vem caindo: de 14/100.000 habitantes em 1991, para 7,2/100.000 em 2011 e 6,6/100.000 em 2012. Adicionalmente, a sobrevida dos pacientes é cada vez maior e de melhor qualidade.
Embora a epidemia esteja estabilizada, ela ainda afeta duramente grupos mais vulneráveis, como homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, usuários de drogas, moradores de rua e presidiários. Nesses grupos a prevalência varia de 2,9% a 15%. A consciência individual é um forte aliado das políticas públicas nesse combate, oriente-se e faça sua parte.