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Infecção hospitalar pode ser evitada. Saiba as causas e o que fazer para reduzir os riscos

cirurgião lava as mãos antes de entrar em cirurgia, para evitar o risco de infecção hospitalar
Publicado em 15/05/2023
Revisado em 01/11/2024

A infecção hospitalar mais frequente são as urinárias, as decorrentes de complicação cirúrgica e as respiratórias.

 

A infecção hospitalar é uma reação do sistema imunológico a agentes microbianos, como vírus, bactérias, fungos e parasitas, e ocorre no âmbito hospitalar. As causas dependem de vários fatores, e é algo que pode ser evitado se forem tomados cuidados tanto por parte da equipe de saúde quanto por parte dos pacientes e até dos acompanhantes. 

A infecção hospitalar é um dos tipos de infecções relacionadas à assistência à saúde. Para que uma infecção seja considerada do tipo hospitalar é preciso que a pessoa esteja hospitalizada por pelo menos 48 horas. Antes disso, o que pode acontecer é o paciente ser internado e acabar apresentando sintomas de uma infecção que é resultado do contato com algum agente externo, ocorrido fora da unidade de saúde. Nesse caso, não se trata de infecção hospitalar. 

Segundo a dra. Cláudia Vidal, médica do serviço de infectologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, a infecção do trato urinário é o tipo de infecção hospitalar mais frequente. Depois vêm as infecções decorrentes de procedimentos cirúrgicos e em seguida as respiratórias.

“Dentre as infecções que têm uma maior taxa de mortalidade, nós sabemos que as pneumonias associadas à ventilação mecânica são as infecções mais graves e que mais matam os pacientes”, afirma a médica.

 

Causas da infecção hospitalar

A dra. Cláudia Vidal explica que as infecções hospitalares são causadas por vários fatores. “As infecções dependem de fatores do hospedeiro, ou seja, do paciente; dos fatores do ambiente; e de fatores do patógeno, que, no caso, é do agente infectante”, detalha.

Em relação ao paciente, ela afirma que há pessoas que têm predisposição ou apresentam fatores de risco para desenvolver infecções. É o caso de pessoas que têm doenças crônicas, como diabetes, doenças pulmonares e doença renal crônica; doenças depressoras do sistema imunológico, como HIV/aids; pessoas que receberam algum tipo de transplante; e indivíduos que fazem tratamento contra o câncer.   

“O outro fator que pode influenciar no desenvolvimento das infecções hospitalares é o agente microbiano, ou seja, a bactéria, o vírus, fungos ou parasitas. Sabe-se que algumas bactérias têm um potencial grande de invasividade, além do que a carga microbiana também  se relaciona com o risco de infecção”, diz a dra.

Já os fatores relacionados ao ambiente têm a ver com a assistência prestada ao paciente e os processos que são seguidos dentro da unidade de saúde. De acordo com a dra. Cláudia, o risco de infecção hospitalar é maior em pacientes com algum dispositivo invasivo, como cateter, sonda, ventilador mecânico, etc., e nos que são submetidos a cirurgia.  

“A corrente sanguínea é estéril. A partir do momento em que nós quebramos a barreira da pele, introduzindo um dispositivo invasivo [ou durante a realização de uma cirurgia], estamos propiciando que bactérias que estão comumente na pele, por exemplo, possam invadir a corrente sanguínea e provocar infecções”, explica. 

 

Prevenção da infecção hospitalar

A dra. Cláudia afirma que a infecção hospitalar pode ser evitada. E a principal medida que profissionais de saúde, pacientes e acompanhantes devem tomar para prevenir infecções hospitalares é higienizar as mãos.  

“A higiene das mãos é uma medida que nós sabemos que é efetiva para a prevenção de infecções, e deve ser praticada não apenas pelos profissionais de saúde, mas também pelos pacientes e familiares. A higiene das mãos é fundamental”, destaca.

A médica chama a atenção para a importância da participação ativa dos pacientes e acompanhantes na prevenção das infecções hospitalares. “Os pacientes podem observar aquele profissional de saúde que se aproxima, quer seja para fazer um exame físico, para administrar uma medicação, realizar procedimentos como acesso venoso central, que vai aspirar secreção, que vai realizar um curativo. Sabendo da importância da higiene das mãos, o paciente pode solicitar que aquele profissional higienize as mãos antes de realizar o atendimento”, exemplifica. 

Além disso, é essencial que as unidades e os profissionais de saúde sigam protocolos baseados em evidências científicas para reduzir e prevenir a ocorrência dos diferentes tipos de infecções hospitalares. 

Ela cita como exemplo protocolos que orientam para a prevenção de infecções no momento de prestar cuidados ao paciente sob ventilação mecânica na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “É importante elevar a cabeceira desse paciente para evitar que ele aspire secreções da via aérea superior para a via aérea inferior. A higiene oral desses pacientes é fundamental para a diminuição na quantidade de bactérias na boca e, consequentemente, diminuir a quantidade de bactérias que podem ocasionalmente chegar ao trato respiratório inferior e provocar pneumonia. É importante lembrar também de suspender a sedação dos pacientes diariamente para fazer com que eles despertem. Esse acordar diário vai facilitar o processo de desmame da ventilação mecânica, e, quanto menor o tempo o paciente ficar entubado e no ventilador mecânico, menor o risco de infecção”, explica.

A dra. Cláudia conta, ainda, que existem protocolos de medidas voltados para a prevenção de cada tipo de infecção hospitalar. “Em todos eles, a higiene das mãos está presente e é a medida básica e essencial.”

Veja também: Como lavar as mãos corretamente

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