O cigarro, que mata mais de 8 milhões de pessoas por ano no mundo, é uma das maiores ameaças à saúde que o mundo já enfrentou. Leia na coluna de Mariana Varella.
O cigarro é responsável por mais de 8 milhões de mortes por ano no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Destas, 1,2 milhão ocorrem entre não fumantes, incluindo crianças, expostos ao fumo passivo.
O assunto sempre vem à tona em agosto, mês em que se comemora o Dia Nacional de Combate ao Fumo (29/8).
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De fato, poucos eventos e doenças causaram e ainda causam tantas mortes e incapacitações na história mundial quanto o cigarro. Ainda de acordo com a OMS, o cigarro mata até metade de seus consumidores.
Cerca de 30% das mortes provocadas por câncer são atribuíveis ao cigarro. Os mais comuns são câncer de pulmão (90% dos casos da doença), de boca, garganta, esôfago, bexiga, colo do útero, pâncreas, entre outros.
Além disso, o tabagismo aumenta muito o risco de doenças cardiovasculares como AVC e infarto e de outras doenças; 25% dos fumantes desenvolvem algum grau de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que provoca falta de ar e muitas vezes leva o paciente à oxigenioterapia.
Ainda assim, pouco mais de 1 bilhão de pessoas ainda consomem cigarro no mundo todo; quase 80% dos tabagistas vivem em países de média e baixa renda.
O Brasil tem uma das menores taxas de fumantes do mundo: 9,1% da população com 18 anos ou mais fumam, segundo o Vigitel 2021, proporção menor que a dos Estados Unidos (11%) e da União Europeia (19,7%).
Apesar de ser reconhecido por ter uma das melhores políticas de combate ao cigarro do mundo, o país perde 200 mil vidas todos os anos devido às doenças provocadas pelo tabaco.
Imposto sobre o cigarro
A OMS reconhece que uma das medidas mais efetivas para reduzir a taxa de tabagismo é o aumento de impostos sobre o cigarro. Segundo a organização, um aumento que eleve o preço do cigarro em 10% diminuiu o consumo de tabaco em 5% nos países de média e baixa renda.
Os impostos também podem ajudar a reduzir os gastos com saúde: o Brasil gasta anualmente cerca de 125 bilhões de reais para tratar as doenças e incapacitações provocadas pelo tabagismo, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Jovens que cresceram sob o impacto das campanhas contra o cigarro convencional vêm consumindo outros produtos de tabaco, como fumo de rolo, cigarro de tabaco, palheiro, entre outros, acreditando que fazem menos mal à saúde.
Além disso, muitos especialistas têm alertado para o risco do uso do cigarro eletrônico, principalmente entre os jovens. Ainda não há estudos a respeito do efeito do cigarro eletrônico a longo prazo, já que esses produtos estão há pouco tempo no mercado, mas a curto prazo, já se sabe que ele pode causar problemas bucais e respiratórios graves, além de provocar adição.
A venda de cigarros eletrônicos é proibida no Brasil, mas basta uma saída à noite ou uma rápida busca na internet para encontrar esses produtos com facilidade, a preços acessíveis.
Todos os produtos derivados do tabaco fazem mal à saúde, em qualquer quantidade, já que não existe um nível seguro de exposição ao tabaco.
Investir em políticas públicas que ajudem a reduzir o número de fumantes é investir na prevenção de inúmeras doenças e diminuir gastos em saúde.
Afinal, como afirma a OMS, a epidemia de tabaco é uma das maiores ameaças à saúde pública que o mundo já enfrentou.