Disfunção erétil e doença vascular | Artigo

Em medicina, disfunção erétil é definida como “falta de habilidade masculina para obter ou manter ereção suficiente para o intercurso sexual”.

Casal.

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Publicado em: 20 de abril de 2011

Revisado em: 22 de outubro de 2021

Disfunção erétil e doença vascular podem estar relacionadas. Entenda.

 

Em medicina, disfunção erétil é definida como “falta de habilidade masculina para obter ou manter ereção suficiente para o intercurso sexual”.

A ereção do pênis requer funcionamento orquestrado dos sistemas vascular, nervoso e hormonal. A mensagem do estímulo sexual disparada pelo cérebro é transmitida através da medula espinal, até as terminações nervosas que chegam aos corpos cavernosos — estruturas de consistência esponjosa que ao se encher de sangue provocam a ereção do pênis.

Quando recebem a mensagem, as células do endotélio (camada que reveste a parede interna das artérias) das artérias penianas liberam neurotransmissores, que vão relaxar a musculatura lisa dos vasos sanguíneos que nutrem os corpos cavernosos, facilitando seu enchimento.

 

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O principal desses neurotransmissores é o óxido nítrico. O acúmulo dessa substância facilita o relaxamento das trabéculas que constituem o corpo cavernoso, para aumentar o fluxo de entrada do sangue. A maior parte dos medicamentos usados para tratamento das disfunções eréteis, exerce sua ação ao aumentar as concentrações desse neurotransmissor nos vasos do pênis.

Como os homens não gostam de admitir que sofrem de disfunção erétil, nem sempre é fácil estimar a prevalência do problema. Num dos estudos mais respeitados sobre o tema, o Massachusetts Male Aging Study, realizado com 1290 homens entre 40 e 70 anos, foi demonstrado que 52% deles apresentavam certo grau de disfunção e que 10% tinham total ausência de ereção.

As disfunções eréteis podem ser classificadas como psicogênicas, orgânicas ou mistas. As de causa orgânica podem ser de origem vascular, neurogênica, hormonal, induzida por drogas ou estar associadas a alterações anatômicas dos corpos cavernosos.

Ao contrário do que muitos imaginam, as causas orgânicas são as mais comuns: constituem cerca de 80% dos casos. As principais delas são as causas vasculares.

 

Aterosclerose

 

É a mais comum de todas as causas. No mecanismo de formação das placas de aterosclerose ocorre agressão ao endotélio com consequente diminuição do diâmetro interno do vaso e dificuldade para manter o fluxo sanguíneo. O envelhecimento do endotélio também altera os níveis de óxido nítrico, prejudicando a entrada de sangue nos corpos cavernosos. Veja aqui uma entrevista sobre aterosclerose.

 

Cigarro

 

Fumar durante muitos anos é um dos maiores fatores de risco para o desenvolvimento de disfunção erétil de causa vascular. As substâncias tóxicas presentes no cigarro provocam danos no endotélio e diminuem os níveis de óxido nítrico no pênis. Além disso, a própria nicotina provoca contração da musculatura lisa dos vasos que irrigam os corpos cavernosos, reduzindo o aporte sanguíneo para o local.

 

Diabetes

 

No Massachusetts Male Aging Study, 28% dos homens com diabetes apresentavam disfunções eréteis, contra 9,6% dos não diabéticos (prevalência três vezes maior). As causas estão ligadas à aterosclerose mais acelerada, às alterações nos tecidos dos corpos cavernosos e à neuropatia diabética.

 

Hipertensão arterial

 

É causa importante de disfunção erétil como deixou claro o estudo americano já citado. Seria ela provocada pela própria hipertensão ou estaria relacionada com a medicação antihipertensiva? Essa polêmica foi esclarecida por um estudo recente: tanto os medicamentos quanto a própria hipertensão podem ser responsabilizados pelas dificuldades de ereção.

 

Hiperlipidemia

 

A presença de altos níveis sanguíneos de LDL-colesterol, triglicérides e fibrinogênio estão associados à disfunção erétil tanto em fumantes como em não fumantes.

A enumeração dos fatores acima mostra que disfunção erétil e doenças cardiovasculares compartilham fatores de risco semelhantes. Dificuldade de ereção pode constituir o primeiro sintoma de doença coronariana, uma vez que ambas estão ligadas a comprometimento do endotélio, estrutura essencial para a regulação das funções circulatórias.

Uma vez que os fatores de risco citados agem de forma sinergística sobre o endotélio vascular, a extensão e a gravidade do acometimento cardiovascular costuma ser proporcional ao grau de dificuldade de ereção.

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