Tifo é o nome genérico de várias doenças infectocontagiosas causadas por bactérias do gênero Rickettsias. A doença pode ser prevenida com adoção de medidas sanitárias e de higiene.
Publicado em 23/04/2012
Revisado em 25/11/2024

Tifo é o nome genérico de várias doenças infectocontagiosas causadas por bactérias do gênero Rickettsias. A doença pode ser prevenida com adoção de medidas sanitárias e de higiene.

 

Tifo é o nome genérico de várias doenças infectocontagiosas, classificadas como riquetsioses por serem causadas por bactérias do gênero Rickettsias. A maior parte dessas bactérias se desenvolve num reservatório animal e é transmitida ao homem pela picada de insetos infectados (geralmente um artrópode, como os piolhos do corpo, a pulga dos ratos e os carrapatos), ou pela contaminação com suas fezes. No interior do corpo humano, as bactérias proliferam nas células endoteliais dos pequenos vasos sanguíneos e podem provocar lesões graves, muitas vezes irreversíveis.

Há focos dessas doenças espalhados pelo mundo todo. A infecção ocorre especialmente em áreas geográficas com más condições sanitárias e de higiene e com grande aglomeração de pessoas, como campos de refugiados, prisões, etc. Entre os diversos tipos de tifo existentes, os mais comuns são o tifo epidêmico ou exantemático, transmitido pelo piolho do corpo humano, e o tifo epidêmico ou murino, transmitido pela pulga do rato.

Observação importante: É de extrema importância esclarecer que febre tifoide e tifo são duas entidades distintas, transmitidas por micro-organismos diferentes. A primeira é transmitida pela Salmonella typhi e o tifo por bactérias do gênero Rickettsia.

 

Tifo epidêmico ou exantemático 

 

É uma doença grave causada pela bactéria  Rickettsia prowazekii,  transmitida pelas fezes do piolho do corpo humano (Pediculus humanus), que penetram no organismo do homem, quando ele coça o local da picada ou quando, depois de secas, invadem o trato respiratório e os olhos.

Os pródomos (febre, dor de cabeça e calafrios) surgem repentinamente após um período de incubação que se estende de sete a 14 dias. A seguir, aparecem sintomas parecidos com os da influenza: febre alta, persistente e difícil de controlar, dor de cabeça muito forte, prostração. Com o agravamento do quadro, eles evoluem para delírio e estupor (inconsciência profunda). Por volta do quarto ou sétimo dia, as manchas rosadas (exantema maculopapular) que se formam primeiramente nas axilas, alastram-se por todo o corpo, poupando apenas a face, a palma das mãos e a planta dos pés. Nos casos mais graves, essas lesões adquirem caráter hemorrágico e podem ocorrer complicações, como pneumonia, tromboses, vasculite, gangrena, colapso circulatório, miocardite e uremia.

América do Sul, do Norte, Ásia e África são áreas consideradas de prevalência da doença.

 

Tifo endêmico ou murino

 

A Rickettsia typhi ou aRickettsia mooseri, bactérias causadoras do tifo endêmico ou murino, são transmitidas para os humanos pelas pulgas do rato (Xenopsylla cheopis) e, provavelmente, pelas do gato (Clenocephalides felis), apenas quando cresce muito o número de animais contaminados, o que as obriga a procurar novos hospedeiros e facilita a disseminação da enfermidade.

Quando esses insetos picam o homem, liberam fezes infectadas pelas bactérias que penetram no organismo humano e provocam uma doença cujos sintomas são parecidos com os do tifo epidêmico, mas de menor duração e intensidade. Também a erupção maculopapular, que se concentra no tronco, persiste por menos tempo. O problema é que ela pode ser confundida com as lesões do sarampo, da rubéola ou da roséola.

Focos do tifo endêmico ou murino são registrados no mundo todo.

 

Diagnóstico

 

Geralmente, o diagnóstico desses dois tipos de tifo (riquetsioses) é clínico e leva em conta os sintomas e os dados epidemiológicos a respeito da incidência da infecção nos lugares onde o paciente vive ou esteve recentemente. Existem apenas alguns exames laboratoriais que ajudam a isolar os micro-organismos nos homens ou a determinar a presença de anticorpos específicos para os antígenos da bactéria.

O diagnóstico diferencial é de grande valor para orientar o tratamento. Entretanto, especialmente em relação à febre maculosa, uma riquetsiose transmitida pela picada de carrapatos, o tratamento deve ser instituído imediatamente, mesmo antes de o diagnóstico diferencial estar fechado, por causa da gravidade da doença.

 

Prevenção

 

A melhor forma de prevenção consiste em adotar medidas sanitárias e de higiene para controle dos insetos vetores que transmitem a infecção e para conter a proliferação descontrolada dos animais que servem de reservatório para a bactéria.

Examinar cuidadosamente o corpo e a roupa para localizar e remover os insetos que, por acaso ali estejam, assim como o uso repelentes químicos e de roupas que cubram praticamente todo o corpo borrifadas com inseticidas são também medidas importantes para prevenir as doenças transmitidas pelas Rickettsias, especialmentenas regiões onde há risco maior de ser infectado.

 

Vacinas

 

As vacinas (vivas ou inativadas) que imunizam contra o tifo epidêmico existem, mas não são facilmente encontradas. Quanto ao tifo murino ou endêmico, ainda não existe vacina eficaz contra a doença.

 

Tratamento

 

O tratamento desses dois tipos de tifo consiste na utilização de antibióticos (clorafenicol e tetraciclina) e em cuidados de suporte para aliviar os sintomas. Nos casos de doença avançada, pode ser necessário administrar medicamentos à base de cortiscosteroides.

 

Recomendações

 

  • Faça a sua parte. Mantenha o ambiente em que vive em perfeitas condições de higiene;
  • Exija que as autoridades públicas façam a parte no que lhes cabe no que se refere ao fornecimento de água potável, à coleta e tratamento dos esgotos e do lixo e ao controle de pragas que possam pôr em risco a saúde da população.
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