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Hipertensão

Hipertensão | Entrevista

médica afere pressão de paciente com hipertensão
Publicado em 28/09/2011
Revisado em 11/08/2020

A hipertensão (pressão alta) é uma doença silenciosa, que quase nunca causa sintomas, o que retarda seu diagnóstico que, muitas vezes, só é realizado quando as complicações já estão instaladas

 

Pressão alta transformou-se numa epidemia no mundo moderno. Estudos mostram que cerca de 50% dos adultos acima de 50 anos são hipertensos e, infelizmente, esse número não para de crescer.

Pessoas com pressão arterial elevada estão mais propensas a apresentar comprometimentos vasculares, tanto cerebrais, quanto cardíacos, porque na hipertensão ocorre o estreitamento dos vasos. Por causa dessa vasoconstrição, o coração precisa fazer mais força para bombear o sangue, fica hipertrofiado e a circulação sanguínea é comprometida. Vasos mais estreitos também são responsáveis por menor fluxo de sangue no cérebro.

A hipertensão é um mal silencioso. A ausência de sintomas retarda o diagnóstico que, muitas vezes, é feito quando as complicações já estão instaladas. A única maneira de saber se a pessoa apresenta o problema é medir sua pressão com certa regularidade. Nem os jovens estão livres dessa doença. Por isso, os pediatras medem a pressão arterial das crianças nas consultas de rotina.

 

Veja também: Formas de controle da hipertensão

 

EPIDEMIA DE HIPERTENSÃO

 

Drauzio – A partir de quais valores a pressão arterial é considerada alta?

Décio Mion — Considera-se que a pessoa é hipertensa se, medindo a pressão arterial em repouso, obtém-se valores acima de 14 por 9. Esses são os números de corte. Acima deles, a pressão é considerada elevada; abaixo, é normal. Esses valores independem da idade. Tanto faz que a pessoa tenha 20 ou 60 anos.

É interessante salientar que, na nossa sociedade, a maior parte dos idosos tem pressão alta, exatamente o contrário do que acontece com os índios ianomâmis brasileiros, cuja pressão não se eleva com a idade.

 

Drauzio A que se atribui essa diferença?

Décio Mion — Não se sabe exatamente a razão. Talvez, porque não comam sal, não sejam obesos nem sedentários, pratiquem atividade física com regularidade e estejam menos expostos ao estresse. Apesar de serem vários os fatores possíveis para justificar essa diferença, o caso dos ianomâmis é importante para mostrar que a pressão não se eleva, necessariamente, com a idade. Se isso acontecer, é doença que precisa ser tratada.

Hoje, felizmente, é possível tratar a hipertensão, desde que haja adesão ao tratamento. O paciente precisa fazer a parte dele: tomar os remédios corretamente e mudar os hábitos de vida de acordo com as recomendações médicas.

 

Drauzio – Quando se fala em epidemia, as pessoas logo pensam na gripe ou em doenças infecciosas. O conceito de epidemia cabe também para as doenças degenerativas como a pressão alta?

Décio Mion – Com certeza cabe, tal é o número de pessoas envolvidas. Sabe-se que, no Brasil, pelo menos 30% da população adulta têm hipertensão. Isso quer dizer que cerca de 40 milhões de brasileiros são portadores de pressão alta. É um número absurdo!

A prevalência dessa doença é muito maior do que a de aids ou de diabetes. Para ter uma ideia da magnitude do problema, a causa mais importante das 900 mil mortes que ocorrem anualmente, no nosso País, é a doença cardiovascular, ou seja, o infarto e o derrame cerebral. A hipertensão nunca é citada porque não é causa de mortalidade, embora seja responsável por 60%, 70% dos infartos do miocárdio.

 

NECESSIDADE DE CONTROLE

 

Drauzio – Você tocou num ponto muito importante. Muitas vezes, um senhor de 65 anos perde o movimento do braço e da perna, sua boca entorta porque teve um derrame e, quando o médico vai investigar, descobre que o paciente descuidou-se de controlar os níveis de pressão periodicamente. Quando e com que frequência devemos começar a medir a pressão arterial?

Décio Mion – Adultos devem medir a pressão arterial a cada seis meses, principalmente se existirem pessoas hipertensas na família, não por prevenção, mas porque o diagnóstico precoce é muito importante. Crianças também devem medir a pressão com regularidade, pois não estão livres do problema. Em geral, os pediatras fazem isso nas consultas de rotina.

Hipertensão é uma doença assintomática. Se, pelo menos, causasse um pouco de dor, as pessoas mediriam a pressão regularmente e o diagnóstico seria precoce. Como só medindo a pressão, sabemos se está elevada, o intervalo entre uma medição e outra deve ser de seis meses ou, no máximo, de um ano. Isso nos permite garantir um período curto de instalação de uma doença, que evolui lentamente, ao longo de dez, 20 anos.

Este é um conceito que vale a pena enfatizar: toda a vez que a pessoa ganha peso, a pressão sobe; toda vez que perde peso, a pressão cai.

 

Drauzio – Sempre é bom lembrar que, mesmo com pressão alta, a pessoa não sente dor de cabeça nem enxerga pontos brilhantes. Por isso, acha que está tudo bem com ela.

Décio Mion – Mesmo quando hipertensão e dor de cabeça ocorrem juntas, acredita-se que seja por mera coincidência. Pressão alta não dá dor de cabeça. Um estudo antigo mostrou que pessoas com diagnóstico recente de pressão alta só se queixavam de dor de cabeça depois de saberem que eram hipertensas.

 

CAUSAS

 

Drauzio Cerca de 90% dos casos de hipertensão arterial são de causa desconhecida. Quais são as alterações do organismo que podem levar à hipertensão?

Décio Mion – Não se sabe por que, mas fatores genéticos que atuam nos rins ou no cérebro, ou algum outro mecanismo que regula a pressão arterial, provocam o estreitamento dos vasos.

Para explicar melhor o que acontece, costumo comparar o coração e os vasos a uma torneira ligada a vários esguichos. Se fecharmos a ponta dos esguichos, a pressão subirá dentro das mangueiras. No corpo humano, acontece mais ou menos a mesma coisa: as arteríolas se fecham e a pressão arterial se eleva.

Diversos são os mecanismos que podem explicar por que elas se fecham. A causa pode ser nervosa, neural: as arteríolas possuem enervação e recebem impulsos elétricos que fecham o vaso. Pode ser hormonal: hormônios como a angiotensina e a vasopressina, entre outros, podem provocar o fechamento dos vasos.

Outro fator bastante citado é o mecanismo do sal. Durante muito tempo, pensou-se que o sal era responsável pela hipertensão. Como já disse, os índios ianomâmis não comem sal e sua pressão é normal. Por outro lado, no norte do Japão, existem comunidades em que o consumo de sal é de 30 g a 40 g diários por indivíduo e 40%, 50% da população têm pressão alta.

Apesar de constatações como essas, o sal não merece o título de vilão. Embora haja relação entre seu consumo e a pressão arterial e, muitas vezes, sua ingestão dificulte o tratamento, existem pessoas que comem sal e não se tornam hipertensas. Portanto, no que se refere ao sal, o que vale para as populações de modo geral, não vale para cada indivíduo em particular.

 

Veja também: Hipertensão em idosos

 

INGESTÃO DE SAL

 

Drauzio – Esse conceito é importante: a ingestão de sal, dentro de limites razoáveis, não é proibida para pessoas normotensas, isto é, com pressão arterial normal.

Décio Mion – O hipertenso também pode comer sal, desde que não exagere. Exagera no sal o individuo que põe a comida no prato, nem experimenta, pega o saleiro e sacode em cima dos alimentos.

 

DrauzioO que você considera ingestão normal de sal?

Décio Mion – Comer porções normais de sal implica dois cuidados: não o adicionar na comida pronta e cozinhar com pouco sal. O ideal é que a pessoa ingira de 6 g a 8 g, no máximo 10 gramas, de sal por dia. Na verdade, se ela eliminar totalmente o sal no preparo das refeições, ainda assim estará ingerindo dois ou três gramas por dia, porque alguns alimentos já contêm um pouco sal em sua composição.

Uma forma empírica de avaliação é considerar o consumo de sal da família. Numa casa onde vivam quatro pessoas, um quilo de sal deve durar um mês e meio Se durar menos, é sinal de que estão comendo com muito sal. Quem come fora, tem mais dificuldade para controlar o consumo, mas sempre é possível fazê-lo.

 

DrauzioPor que não existe mais a recomendação de que o hipertenso deva comer sem sal?

Décio Mion – Primeiro, porque o sal não interfere no tratamento, se a pessoa não exagerar no consumo. Segundo: eliminá-lo completamente da dieta dificulta muito a vida dos hipertensos. Como você sabe, é muito difícil conseguir a adesão dos pacientes ao tratamento. Nos quadros de hipertensão, especialmente, é comum eles abandonarem o tratamento. No começo, nem sequer querem admitir que têm a doença, não medem a pressão e, simplesmente, desaparecem. Se as proibições forem muitas, aí é que eles desistem mesmo e esse é um risco que não queremos correr. Portanto, convencê-las da necessidade de manter o controle da pressão pressupõe certa tolerância, até porque comer um pouquinho de sal não provoca grandes alterações no controle da pressão arterial.

 

Veja também: O sal na dieta

 

TRATAMENTO

 

Drauzio Quando várias medidas indicam hipertensão leve (a pressão está discretamente aumentada – 15 por 10, por exemplo), é necessário introduzir logo a medicação ou algumas mudanças no estilo de vida podem corrigir o problema?

Décio Mion – Nos casos de hipertensão leve, com a mínima entre 9 e 10, tenta-se primeiro o tratamento não medicamentoso que é muito importante e envolve mudanças nos hábitos de vida. A pessoa precisa praticar exercícios físicos, não exagerar no sal e na bebida alcoólica, controlar o estresse e o peso, levar vida saudável, enfim. Parece simples, mas mudar de hábitos é difícil e as pessoas resistem muito. Por isso, é de extrema importância convencê-las dos benefícios que essa mudança trará não só para reduzir a pressão, mas para sua qualidade de vida como um todo.

 

DrauzioSe a pessoa é obesa, quantos quilos deve perder para ter impacto no controle da pressão?

Décio Mion – Se perder 10% do peso, a pessoa terá redução importante na pressão. E perder 10% não é muita coisa. Se pesar 100 kg, por exemplo, perder 10 kg não é tarefa muito difícil. Às vezes, perder 5% do peso já provoca resposta positiva no controle da pressão. Este é um conceito que vale a pena enfatizar: toda a vez que a pessoa ganha peso, a pressão sobe; toda vez que perde peso, a pressão cai.

Quando estamos ajustando a medicação, é importante que os pacientes meçam a pressão arterial duas ou três vezes por semana. Depois que está estabilizada, é importante medi-la uma vez por mês ou uma vez a cada dois meses para controle, pois ela pode mudar de nível e isso só será detectado se for medida com regularidade.

 

Drauzio – Por que a obesidade tem relação tão direta com a pressão arterial?

Décio Mion O ganho de peso interfere com vários mecanismos. Um dos mais importantes é o sistema nervoso simpático que, entre várias outras funções, controla a dilatação e a constrição dos vasos. Existem fatores da obesidade que estimulam o sistema nervoso simpático, fazendo com que os vasos se fechem mais e os rins retenham mais água. Vasos mais estreitos e maior volume são dois fatores que favorecem a elevação da pressão arterial.

 

Drauzio Você poderia explicar o que é o sistema nervoso simpático?

Décio Mion – Existem o sistema nervoso simpático e o parassimpático. O sistema nervoso simpático é responsável pela reação ao estresse e libera hormônios, as catecolaminas, relacionados com as reações de luta e fuga. Um exemplo clássico é a adrenalina.

Sob a coordenação do sistema nervoso simpático, os vasos se fecham e o sangue é dirigido para os músculos porque a pessoa precisa ter reações rápidas.

 

Drauzio – Se a pressão arterial estiver discretamente aumentada, a primeira intervenção é não medicamentosa e pressupõe mudanças no estilo de vida. E quando se chega à conclusão de que isso não é o suficiente para baixar a pressão, qual é a conduta indicada?

Décio Mion – Existem duas possibilidades a considerar. Se o indivíduo tem a pressão discretamente aumentada e não consegue controlá-la fazendo exercícios, reduzindo a ingestão de bebidas alcoólicas e perdendo peso, ou se já tem os níveis mínimos mais elevados (11 ou 12 de pressão mínima), chegou o momento de introduzir a medicação para deixar os vasos mais relaxados.

Todos os remédios para hipertensão são vasodilatadores que agem de diferentes maneiras. Os mais antigos, entre eles os diuréticos, por exemplo, se no início fazem a pessoa perder um pouquinho mais de sal e de água, também ajudam a reduzir a reatividade dos vasos. Os mais modernos costumam ser mais bem tolerados e atuam inibindo a enzima que transforma a angiostesina, ou como bloqueadores dos canais de cálcio. Todos, porém, acabam por reduzir o estreitamento dos vasos.

Atualmente, existem medicamentos para tratar a hipertensão com menos efeitos colaterais do que os placebos, ou seja, do que as pílulas de farinha sem nenhum efeito farmacológico, que são dadas aos pacientes para comparar suas reações com as dos que foram submetidos a um procedimento terapêutico. O curioso é que muitas pessoas que tomam, sem saber, o placebo apresentam sintomas variados – ganho de peso, insônia, mal-estar –, sintomas que não aparecem nos pacientes que receberam os remédios para controlar a pressão, que são seguros e eficazes.


Drauzio
– Sempre foi possível controlar a pressão arterial?

Décio Mion – Hoje, felizmente, é possível tratar a hipertensão, desde que haja adesão ao tratamento. O paciente precisa fazer a parte dele: tomar os remédios corretamente e mudar os hábitos de vida de acordo com as recomendações médicas.

 

RESPOSTA AO TRATAMENTO

 

Drauzio Medicamentos para hipertensão devem ser tomados diariamente e para o resto da vida. De cada cem pessoas hipertensas que necessitam desse tratamento, quantas o abandonam?

Décio Mion – Em torno de 30% dos hipertensos abandonam o tratamento e também gira em torno de 30% o número dos que conseguem controlar a pressão. Esses são dados americanos. No Brasil, provavelmente, esse porcentual é muito menor.

 

Drauzio – Isso quer dizer que, em cada cem pacientes, só 30% conseguem o controle efetivo da pressão?

Décio Mion – Esses são dados colhidos nos Estados Unidos. Para fazer os cálculos, sempre aplicamos a regra das metades. Portanto, de todos os pacientes com pressão alta, só 50% sabem que têm a doença. Desses 50%, só 50% fazem tratamento e, deles, só a metade tem a pressão controlada.

No Brasil, não existe um levantamento nacional a respeito do problema, mas o número deve ser muito menor. Talvez fique em torno de 5% ou 10% o número de hipertensos com a pressão arterial controlada.

 

Drauzio O que muito se vê na clínica é o hipertenso deixar de tomar os remédios, quando mede a pressão algumas vezes e o resultado está dentro da normalidade, 12 por 8, por exemplo.

Décio Mion – Isso é muito comum. As pessoas acham que estão curadas e podem suspender a medicação. Agem assim, e a pressão volta a subir. Hipertensão é uma doença crônica, como o diabetes e o colesterol elevado e os remédios devem ser tomados a vida toda.

Na verdade, a atividade física ajuda a baixar a pressão, especialmente os exercícios aeróbios, como caminhar, andar de bicicleta, correr, nadar.

Drauzio – Os anti-hipertensivos novos quase não provocam efeitos colaterais, o que não acontecia com os mais antigos. Isso deu origem a alguns mitos que interferem na aderência ao tratamento.

Décio Mion – Alguns medicamentos mais antigos provocavam hipotensão postural, ou seja, a pessoa tinha tonturas quando ficava em pé. Os que continham guanitidina interferiam na potência sexual e os homens fugiam do tratamento. Hoje, esses efeitos não passam de mitos. O homem pode tratar a hipertensão sem nenhum prejuízo para a atividade sexual.

 

FREQUÊNCIA DAS MEDIÇÕES

 

Drauzio – De quanto em quanto tempo os hipertensos devem medir a pressão?

Décio Mion – Quando estamos ajustando a medicação, é importante que os pacientes meçam a pressão arterial duas ou três vezes por semana. Depois que está estabilizada, é importante medi-la uma vez por mês ou uma vez a cada dois meses para controle, pois ela pode mudar de nível e isso só será detectado se for medida com regularidade.

Não se pode esquecer de que a hipertensão é uma doença crônica e assintomática.

Outra orientação importante diz respeito aos meses de verão e inverno. No verão, os vasos dilatam e a pressão abaixa. No inverno, acontece o contrário: os vasos se estreitam e a pressão sobe. Portanto, em muitos casos, é preciso ajustar a medicação no calor e no frio. Às vezes, o paciente de férias, na praia, telefona dizendo que está indisposto, meio mole. Ele se sente assim porque sua pressão baixou muito e a medicação precisa ser ajustada.

 

PERGUNTAS ENVIADAS POR E-MAIL

 

Angélica Costa – Belo Horizonte (MG) – Se pressão alta é hereditária, é possível controlá-la sem remédios, só com a alimentação?

Décio Mion – A maior parte dos casos de pressão alta tem uma causa hereditária, que não se sabe exatamente qual é. Provavelmente, há vários genes envolvidos nesse processo.

A alimentação saudável é muito importante no controle da pressão arterial, mas nem sempre é medida suficiente para fazê-la voltar aos níveis normais.

 

Drauzio – Queria aproveitar a deixa e perguntar sobre a hipertensão nos negros que parecem mais vulneráveis à doença.

Décio Mion – Os negros desenvolvem mais hipertensão do que os brancos. Uma das hipóteses para justificar esse fato está nas condições em que eram trazidos da África para a América. Muitos morreram por causa das infecções, porque vomitavam e tinham diarreia e não conseguiam reter líquido. Quem conseguia, sobreviveu. Eram os sal-sensíveis. Desse modo, houve uma espécie de seleção natural. Provavelmente, a maior parte dos negros que suportou a viagem comia sal, retinha líquido, o que elevava a pressão, e transmitiu essas características aos seus descendentes.

 

DrauzioIsso quer dizer que pessoas negras devem tomar mais cuidado com a pressão arterial.

Décio Mion – O controle tem de ser mais frequente, porque o risco de desenvolver hipertensão é maior e é fundamental fazer o diagnóstico precoce.

 

M. Marta Siqueira – Fortaleza (CE) – Uma pessoa de 45 anos, hipertensa, pode praticar esportes?

Décio Mion – Pode praticar esportes, desde que esteja com a pressão controlada, porque a pressão arterial se eleva durante a realização dos exercícios. Na verdade, a atividade física ajuda a baixar a pressão, especialmente os exercícios aeróbios, como caminhar, andar de bicicleta, correr, nadar. Já os exercícios de resistência, de levantamento de peso, precisam ser feitos com cargas pequenas, porque elevam muito a pressão. No entanto, eles são indicados também para os idosos, pois ajudam a criar massa muscular e a adquirir maior mobilidade.

Diva Alves – Abaeté (MG) – Há como evitar a hipertensão gestacional? Existe alguma forma de preveni-la antes de a mulher engravidar?

Décio Mion – A hipertensão pode ocorrer com mais frequência durante a gravidez. Infelizmente, não existe nenhum medicamento que tenha efeito preventivo. Pensou-se em aspirina, porém todas as tentativas não mostraram nenhum resultado positivo. O mais importante para evitar que a pressão suba durante a gravidez é a mulher adotar hábitos de vida saudáveis. Não ganhar muito peso e praticar atividade física de acordo com as recomendações de seu ginecologista são medidas importantes para o controle da pressão da gestante.

 

Drauzio – Você poderia a falar sobre o aumento da pressão durante a gravidez?

Décio Mion – Nas primeiras semanas da gestação, a pressão abaixa. Depois, torna a subir e, em alguns casos, pode atingir níveis elevados. Por isso, a gestante precisa evitar o ganho excessivo de peso e deve praticar atividade física regularmente.

 

Michelle – Dourados (MS) – Apesar de não ter histórico familiar, a pessoa pode tornar-se hipertensa?

Décio Mion – Pode, sim. Na realidade, ninguém sabe exatamente qual eram os níveis de pressão dos avós, bisavós, pois a pressão alta pode não se manifestar nas gerações mais recentes, mas ter ocorrido nas mais antigas. De qualquer modo, com ou sem histórico familiar, a pessoa precisa tomar cuidado. Estar dentro do peso ideal, fazer exercício, levar vida saudável não só melhora a qualidade de vida como ajuda a controlar a pressão. Já colesterol elevado, obesidade, diabetes, tudo isso agride os vasos que ficam endurecidos, estreitados e podem sofrer alterações que levarão ao infarto do miocárdio ou ao derrame cerebral.

 

Site: www.deciomion.com.br

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