O diagnóstico para diabetes | Artigo

Diagnóstico precoce diminui risco de complicações graves, como infarto e AVC.

médico checa glicemia de paciente para realizar o diagnóstico de diabetes

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Publicado em: 27 de agosto de 2012

Revisado em: 11 de agosto de 2020

Diagnóstico para diabetes é fundamental para se fazer o controle da glicemia e evitar as complicações decorrentes da doença.

 

Diabetes virou epidemia mundial. A doença se espalha à medida que os países enriquecem, a população fica sedentária e o consumo diário de calorias aumenta.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que existam 350 milhões de pessoas nessa condição, o dobro das que havia em 1980. Na China, há 90 milhões de casos; na Índia, 61,3 milhões; nos Estados Unidos, 25,8 milhões; no México, 10,3 milhões. Em 2010, o censo do IBGE encontrou no Brasil cerca de 12 milhões.

Enfermidade complexa, geralmente diagnosticada na maturidade, o diabetes do tipo 2 acomete 16% dos brasileiros na faixa dos 55 aos 64 anos, e quase 20% dos que passaram dos 66 anos.

Veja também: Prevenção do diabetes tipo 2

As fases iniciais são silenciosas. Na maioria das vezes, as complicações se instalam e progridem antes que o diagnóstico seja feito: retinopatia com perda de visão, insuficiência renal, obstrução de artérias periféricas, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, para citar as mais frequentes.

O risco dessas complicações diminui com o controle rigoroso da glicemia. Para controlá-la, no entanto, é preciso antes fazer o diagnóstico.

O quadro clínico é precedido por uma fase assintomática longa, denominada pré-diabetes, caracterizada por pequenas elevações da glicemia, resistência à ação da insulina e diminuição da quantidade de insulina produzida pelo pâncreas.

Os especialistas calculam que para cada pessoa com diabetes já instalado, existam pelo menos três com pré-diabetes. Por essa estimativa, haveria 36 milhões de brasileiros nessa fase. Identificá-los é fundamental para recomendar-lhes que pratiquem atividade física, reduzam o consumo de carboidratos e gorduras e percam peso.

De acordo com os critérios estabelecidos pela OMS antes de 1997, o diagnóstico de diabetes era feito quando a glicemia colhida pela manhã, em jejum, estivesse igual ou acima de 140 mg/dl. Ou quando a glicemia igualava ou ultrapassava 200 mg/ml, duas horas depois da administração de 75 gramas de glicose por via oral.

Em 1997, o limiar em jejum foi reduzido para 126 mg/ml, medida tomada porque acima desse nível os vasos da retina já são afetados. O diagnóstico deve ser confirmado pela repetição do teste em outro dia.

São considerados portadores de diabetes, também, aqueles com glicemia igual ou superior a 200 mg/dl em qualquer hora do dia, independentemente do horário das refeições. Nessa eventualidade, não há necessidade de confirmação.

Para identificar o grupo que corre mais risco de desenvolver a doença, níveis de glicemia em jejum entre 100 e 125 mg/dl são considerados indicativos de pré-diabetes.

Estudos populacionais mostram que 5% a 10% das pessoas enquadradas nessa categoria se tornam diabéticos, a cada ano que passa. O risco de diabetes entre pré-diabéticos é cinco a dez vezes maior do que entre aqueles com glicemia de jejum normal.

Em 2009, o International Expert Committee passou a recomendar outro exame de sangue para auxiliar o diagnóstico: a hemoglobina glicada. Em 2011, a OMS fez o mesmo.

Glicemia entre 100 e 125 mg/mL ou hemoglobina glicada entre 5,7% e 6,4% exige mudanças drásticas no estilo de vida e na alimentação. Em alguns casos, há necessidade de medicamentos.

Esse teste, que permite avaliar a concentração de glicose ligada à hemoglobina, guarda relação com os níveis médios de glicose no sangue durante os dois ou três meses anteriores (tempo médio de vida dos glóbulos vermelhos). O exame tem a vantagem de dispensar o jejum e de não sofrer as flutuações da glicemia de um dia para outro.

O diabetes é diagnosticado quando a hemoglobina glicada atinge 6,5%, porcentagem a partir da qual aumenta o risco de retinopatia e déficit visual progressivo. No pré-diabetes, os valores estão entre 5,7% e 6,4%.

A realização simultânea dos dois exames, glicemia de jejum e hemoglobina glicada, aumenta a probabilidade de chegar ao diagnóstico.

Quando a glicemia de jejum estiver abaixo de 100 mg/dL e/ou a hemoglobina glicada for menor do que 5,7%, os resultados são considerados normais, e a avaliação pode ser repetida a cada um ou dois anos.

Glicemia entre 100 e 125 mg/mL ou hemoglobina glicada entre 5,7% e 6,4% exige mudanças drásticas no estilo de vida e na alimentação. Em alguns casos, há necessidade de medicamentos.

Pacientes com diabetes já instalado necessitam de medicação, atividade física diária, cuidados rigorosos com a alimentação e acompanhamento médico.

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