Página Inicial
Dermatologia

Seroma: como evitar e tratar o acúmulo de líquido no pós-operatório?

Publicado em 26/02/2025
Revisado em 21/02/2025

Embora seja comum após cirurgias de grande parte que envolvam remoção de tecidos, é possível prevenir o seroma. Saiba quando buscar ajuda médica.


O acúmulo de líquido no organismo após cirurgias ou lesões é uma complicação relativamente comum, mas que pode causar incômodo e atrasar a recuperação dos pacientes. O seroma, nome dado para essa reação, ocorre principalmente após procedimentos que envolvem grande remoção de tecidos, como cirurgias estéticas (abdominoplastia, lipoaspiração), reconstrutivas (mamoplastias) e oncológicas (mastectomia).

O médico dermatologista David Gruman, especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e atuante no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, explica que a formação de seromas está diretamente ligada ao trauma cirúrgico. “Ele surge sobretudo como uma resposta do organismo à remoção de tecidos. Quanto maior a remoção, maior a quantidade de líquido formado”, explica.

Embora, na maioria dos casos, o corpo consiga reabsorver o líquido naturalmente, há situações em que a complicação exige intervenção médica, especialmente quando há risco de infecção ou dor intensa na região.

 

Fatores de risco para o surgimento de seromas 

Algumas condições aumentam o risco de um paciente desenvolver seroma no pós-operatório. De acordo com o dr. David, os principais fatores de risco incluem:

  • Doenças pré-existentes: obesidade, hipertensão arterial e diabetes podem elevar o risco de complicações;
  • Técnica cirúrgica: procedimentos que causam maior dano aos vasos linfáticos e capilares favorecem a formação de seroma. Suturas com tensão excessiva e uso exagerado de cauterização para conter sangramentos também podem contribuir para o surgimento de seromas;
  • Porte da cirurgia: quanto maior a extensão da remoção de tecidos, maior a probabilidade de acúmulo de líquido. Cirurgias como mastectomia, abdominoplastia ou correção de hérnia umbilical estão entre as que mais produzem esse tipo de reação inflamatória;
  • Tempo de cirurgia e condições do paciente: cirurgias prolongadas, idade avançada e histórico de intervenções anteriores na mesma região também são fatores de risco.

        Veja também: Como uma cicatriz se forma?

 

Prevenção e cuidados no pós-operatório

Algumas estratégias podem ajudar na prevenção do seroma ou minimizar os impactos. De acordo com o dr. David, a drenagem linfática é uma das principais medidas recomendadas, já que a técnica auxilia na absorção do líquido pelo sistema linfático, reduzindo o risco de acúmulo.

Outras recomendações são:

  • Uso de roupas compressivas: cintas modeladoras e sutiãs cirúrgicos ajudam a conter o inchaço e a distribuir melhor os líquidos pelo corpo, ajudando na cicatrização;
  • Medicamentos: em alguns casos, o médico pode indicar anti-inflamatórios ou outros fármacos para reduzir a inflamação e minimizar a formação do seroma;
  • Evitar esforços físicos intensos: respeitar o período de repouso e evitar atividades que possam aumentar a pressão na área operada, especialmente nas primeiras semanas;
  • Acompanhamento médico: consultas de revisão e exames de imagem podem identificar precocemente o acúmulo de líquido;
  • Hidratação e alimentação balanceada: esses cuidados contribuem para uma cicatrização mais rápida e eficiente;
  • Uso de drenos cirúrgicos quando indicado: em alguns procedimentos, o cirurgião opta pela colocação de drenos para escoar o líquido, o que pode reduzir a formação de seroma.

É importante ressaltar que todas as orientações são dadas pelos profissionais responsáveis que irão, de acordo com o histórico do paciente, indicar o melhor caminho a seguir e qual especialista procurar durante a recuperação. 

 

Quando o seroma precisa de intervenção médica?

Por fim, em boa parte dos casos, o seroma desaparece espontaneamente à medida que o corpo reabsorve o líquido. No entanto, se houver um grande acúmulo ou sinais de infecção (como vermelhidão, dor intensa, calor local ou febre), a intervenção médica pode ser necessária.

O risco de formação de seromas também pode influenciar o planejamento cirúrgico, pois está relacionado a fatores como tipo de cirurgia, duração do procedimento, condições de saúde do paciente e a técnica utilizada.

“Se o seroma apresentar sinais de infecção, pode ser preciso realizar um procedimento cirúrgico para esvaziar, lavar e esterilizar o local antes ocupado pelo líquido. Em casos mais graves, pode ser necessário remover tecidos infeccionados ou necrosados”, alerta o dr. David.

Caso o paciente perceba inchaço excessivo, dor persistente ou alterações na cor e temperatura da área operada que persistam ou se agravem ao longo dos primeiros dias da recuperação, é essencial buscar avaliação médica para evitar possíveis complicações. O acompanhamento no pós-operatório é fundamental para garantir uma recuperação segura e sem intercorrências.

        Veja também: Como cuidar de feridas e lesões? | DrauzioCast #224

Compartilhe
Tags
Sair da versão mobile