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Dermatologia

Como uma cicatriz se forma?

mulher com cicatriz no ombro. veja como se dá o processo de cicatrização
Publicado em 28/11/2023
Revisado em 28/11/2023

Da “casquinha” à cicatriz na pele, o processo de cicatrização é fundamental para proteger o corpo. Saiba como ele acontece.

 

Se uma lesão não cicatriza, corremos risco de vida. Quando há uma ferida aberta, os tecidos ficam expostos e isso facilita o desenvolvimento de infecções que, se não tratadas a tempo, podem levar a óbito. Para que isso não aconteça, o próprio corpo dá início ao processo de cicatrização.

 

Fases do processo de cicatrização

A cicatrização é um mecanismo fisiológico de reparação tecidual. A cicatriz, isto é, o resultado desse processo, geralmente se forma quando há um ferimento mais profundo, que ultrapassa a epiderme (camada mais superficial de pele) e chega à derme (camada intermediária). 

“Se um paciente caiu, ralou o joelho e só perdeu epiderme, ele vai ter um ferimento do tipo erosão. Vai cicatrizar sem deixar nenhuma cicatriz, porque a pele é 100% revitalizada. Mas quando o ferimento chega à derme, por exemplo, quando você se fura ou faz um corte mais profundo, o paciente tende a ficar com uma cicatriz para o resto da vida”, explica a dra. Jéssica Guido, coordenadora da disciplina de dermatologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Até formar a cicatriz, a pele passa por algumas fases, que podem se sobrepor umas às outras.

 

Fase de inflamação

Ao sofrer uma lesão, os vasos da pele se dilatam para permitir que mais células cheguem à região. Essas células atuam como soldados, que ajudam a criar uma nova derme e a revitalizar a epiderme no local ferido.

 

Fase de proliferação

Em seguida, as células formam um novo tecido, chamado de tecido de granulação. Nessa etapa, novos vasos sanguíneos são formados para levar mais alimento (glicose) para as células atuantes na região.

“É como se você estivesse construindo uma cidade e precisasse ter um encanamento. Precisa ter esgoto e água para a viabilidade daquela região. É isso que acontece na segunda etapa: a formação de vasos para irrigar aquele local”, ilustra a dra. Jéssica.

 

Fase de maturação

Por fim, há um processo de remodelação da derme, camada em que ficam os vasos, os nervos e o colágeno — proteína que forma o componente estrutural dos tecidos. É quando o tecido cicatricial ocupa o espaço onde antes havia um tecido normal.

“O tecido cicatricial é vivo, mas não tem anexos, como pelos, por exemplo. A gente percebe que, no local do ferimento, a pele fica diferente”, afirma a dermatologista.

Em geral, a lesão fecha em até 14 dias, mas todo o processo de remodelação da pele e formação da cicatriz demora por volta de dois anos.

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O que influencia na cicatrização?

No entanto, existem alguns fatores que podem atrapalhar o processo de cicatrização. São eles:

  • Local da ferida: o padrão circulatório da região atingida influencia na agilidade da cicatrização. Feridas que acontecem nos braços, rosto e tronco cicatrizam mais rápido do que aquelas que ocorrem nas pernas. Isso porque o retorno do sangue para o coração vai contra a gravidade nos membros inferiores, o que dificulta a circulação entre os vasos sanguíneos;
  • Sedentarismo: o estilo de vida sedentário também atrapalha, já que a musculatura fica mais flácida e atrofiada, interferindo na circulação;
  • Tabagismo: o consumo de cigarros afeta a qualidade do tecido dos pulmões, das artérias e dos vasos sanguíneos como um todo. Isso impacta na cicatrização;
  • Distúrbios de coagulação: condições específicas como a hemofilia e o diabetes interferem na coagulação do sangue, atrasando a cicatrização.

Se você perceber que um ferimento não começou a fechar no período de duas a três semanas, ou seja, não está formando aquela “casquinha”, procure ajuda médica.

Quando não há nenhum problema no processo de cicatrização, a dica da dermatologista para mantê-lo funcionando adequadamente é hidratar-se corretamente e manter uma boa ingestão calórico-proteica (ovos e carnes, por exemplo) na dieta.

Veja também: Feridas que não cicatrizam | Entrevista

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