Covid-19 é a maior crise sanitária e hospitalar que o Brasil já enfrentou

Para Fiocruz, a atual situação da crise sanitária de covid-19 é a mais desafiadora em toda a história do Brasil.

Segundo especialistas da Fiocruz, a pandemia da covid-19 é a mais grave da história do país

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Publicado em: 19 de março de 2021

Revisado em: 19 de março de 2021

Segundo especialistas da Fiocruz, a pandemia da covid-19 é a mais grave da história do país

 

O Brasil enfrenta o maior colapso sanitário e hospitalar da história do país, segundo informações do Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado no último dia 16 de março de 2021. No momento mais crítico desde o início da pandemia, 24 estados e o Distrito Federal apresentam taxas de ocupação de leitos de UTI iguais ou superiores a 80%. Em 15 deles, os índices ultrapassam 90%.

Nas capitais, os números são ainda mais preocupantes: 19 das 27 cidades já se aproximam da ocupação total. Na primeira “onda” da pandemia, as diferentes fases epidemiológicas entre as regiões do país possibilitaram o remanejamento de pacientes e insumos entre os locais com situações mais ou menos graves. Já na segunda, a disseminação da doença vem crescendo de forma simultânea em todo o território, sobrecarregando o sistema de saúde por completo.

Nas últimas três semanas, entre o final de fevereiro e o início de março, a transmissão do vírus acelerou-se. As novas variantes, como a P.1, apresentam alto potencial de contaminação, mas ainda não se sabe se estão associadas a quadros mais graves da doença. O que se vê é o aumento de casos a uma taxa de 1,5% ao dia; e de óbitos, a 2,6%. Consequentemente, são mais pacientes em estado crítico, o que exige novas internações em um momento de superlotação dos hospitais.

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Nesse ritmo, o Brasil chegou a 2.648 mortes em 24 horas na última quarta-feira (17) e acumula, ao todo, 284.775 vidas perdidas para a covid-19. Em comparação com outras crises sanitárias já enfrentadas pelo país, essa é, de longe, a mais alarmante de nossa história.

A covid-19, atualmente considerada uma das maiores catástrofes sanitárias nacionais, ainda não dá sinais de trégua. Para os especialistas da Fiocruz, enquanto não houver aceleração da vacinação no país, o recomendado é ampliar as medidas de distanciamento físico e social, usar máscaras, manter cuidados de higiene e respeitar a implantação de lockdowns nas cidades em estados mais críticos.

Mas e as outras pandemias?

Em meados do século 19, por exemplo, a febre amarela atingiu mais de 90 mil habitantes do Rio de Janeiro. Números não oficiais estimam mais de 15 mil vítimas fatais. À época, os surtos ao redor do país só foram contidos com a chegada da vacina, décadas depois, em 1940.

Já no início do século 20, a gripe espanhola surgiu como uma das mais mortais da história da humanidade. No Brasil, ela provocou 35 mil óbitos. A título de comparação, considerando os dados mais recentes da pandemia, a covid-19 já matou quase oito vezes esse número.

Também no século 20, foi a vez da varíola, doença que matou aproximadamente 300 milhões de pessoas ao redor do mundo. Em 1904, houve um esforço nacional de vacinação, mas a disseminação de notícias falsas, aliada a outros conflitos da época, deixou o povo amedrontado e incentivou a famosa Revolta da Vacina. A imunização em massa só foi possível anos depois e, em 1977, a doença finalmente foi considerada erradicada do Brasil.

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