Guia do acompanhante: saiba como ajudar quem está internado

O acompanhante do paciente que está internado atua como o elo entre a família e a equipe médica e de enfermagem. Saiba como ele deve agir.

mão de acompanhante sobre mão de paciente em hospital, com a veia pega

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Publicado em: 16 de fevereiro de 2024

Revisado em: 16 de fevereiro de 2024

O acompanhante é mais do que uma companhia durante a internação em hospital. Ele tem deveres e responsabilidades que devem ser seguidos para o bem-estar do paciente. Veja quais são eles.

 

Durante a internação hospitalar, todo paciente tem direito a um acompanhante, que pode ser um familiar, amigo ou cuidador. Até os 18 anos, a sua presença é obrigatória. Entre 18 e 60 anos, torna-se facultativa e dependerá do tipo de procedimento que será feito. No caso dos idosos, pode ou não ser uma exigência, a partir das condições de saúde e do desejo do paciente.

“O acompanhante é um ouvinte. Ele está no hospital em prol do paciente. É a pessoa que está disponível para levar as suas necessidades e anseios para os familiares, para a enfermagem e para a equipe médica. O acompanhante é o elo entre essas equipes”, define a enfermeira Edna Maria Fabrício Otaviano, pós-graduada em saúde coletiva e professora de técnico em enfermagem no Colégio Frei Galvão, em São Paulo.

 

Quem pode ser acompanhante?

Qualquer pessoa acima dos 18 anos pode ser acompanhante. É preciso que ela esteja em plenas condições físicas e mentais e é preferível que seja do mesmo sexo do paciente, além de possuir algum tipo de vínculo com ele.

Esse vínculo pode ser pessoal, como um familiar ou amigo, ou profissional, quando se trata de um cuidador. Atualmente, existem diversas empresas que trabalham com home care e oferecem acompanhantes também durante a internação. 

Em São Paulo, por exemplo, existe o Programa Acompanhante de Idosos (PAI), que disponibiliza gratuitamente a prestação de serviços de profissionais da saúde e acompanhantes de idosos, seja no dia a dia, seja na ocasião de uma internação hospitalar. Para participar do PAI, consulte se a Unidade Básica de Saúde (UBS) da sua região conta com o serviço.

 

Quais são as funções?

“Esse indivíduo precisa saber que não é só chegar e sentar, né? Ele é o responsável pelo bem-estar do paciente. Precisa conversar e proporcionar segurança para a pessoa que ele acompanha”, destaca a enfermeira Edna.

A seguir, a profissional elenca algumas das responsabilidades de um acompanhante:

  • Estar presente durante as visitas médicas: é dever do acompanhante informar-se sobre a evolução da doença, seguir as orientações do médico no cuidado com o paciente e repassá-las aos demais familiares. Por isso, ele precisa estar junto durante as consultas e, se possível, durante a realização de exames;
  • Fazer a ponte entre o paciente e a equipe de saúde: o acompanhante também deve entender as necessidades do paciente, percebendo suas queixas e alterações de humor e informando à enfermagem ou à equipe médica;
  • Auxiliar nas tarefas diárias: o acompanhante pode ainda ajudar na hora do banho, na troca da fralda, no monitoramento do gotejamento da medicação no soro, entre outras tarefas. No entanto, ele não deve fazer isso por conta própria, limitando-se a ajudar a equipe hospitalar responsável pelos cuidados com o paciente;
  • Manter a higiene: além de lavar as mãos ao chegar e sair da enfermaria, o acompanhante precisa estar atento à higiene do quarto e do próprio paciente. Após as refeições, por exemplo, ele deve descartar os resíduos nos locais corretos, bem como manter o ambiente organizado. Se necessário, o acompanhante deve utilizar máscaras e equipamentos de proteção individual (EPIs) conforme orientação da equipe de enfermagem;
  • Respeitar os horários do hospital: o acompanhante não precisa ficar 24 horas com o paciente, inclusive, é até recomendável que ele faça o revezamento com outras pessoas para não se sentir sobrecarregado. Cada hospital tem a sua regra quanto aos horários de trocas, que geralmente acontecem até às 21 horas. É fundamental se informar e seguir as normas da instituição, sempre usando o crachá de identificação em um local visível;
  • Acompanhar a alta hospitalar: é imprescindível que o acompanhante converse com o médico no dia da alta para ter o receituário, saber se e quando serão necessários retornos e entender as orientações de como o tratamento vai continuar em casa. Além disso, é função do acompanhante organizar a volta ao domicílio (de carona, de carro de aplicativo ou de ambulância).

“É como se fosse passar um plantão. O acompanhante não está no hospital passeando, está oferecendo companhia. Isso significa dar suporte ao indivíduo que está internado. Estar lá para acompanhar, conversar, ouvir e observar se há alguma alteração no estado de saúde do paciente”, ressalta Edna. 

 

O que o acompanhante não deve fazer?

Para essa relação funcionar tanto para o paciente quanto para a equipe hospitalar, o acompanhante precisa respeitar as regras da instituição. Entre as principais normas que devem ser seguidas, estão:

  • Não ficar circulando nem falar alto nas dependências do hospital;
  • Não visitar ou manipular outros pacientes, mesmo que seja em uma enfermaria, a fim de evitar possíveis contaminações;
  • Não se deitar na cama do paciente ou em leitos que estejam desocupados;
  • Não oferecer a própria comida para o paciente, que precisa seguir uma alimentação específica em cada caso;
  • Não trazer alimentos para o paciente nem se alimentar dentro da enfermaria;
  • Não mexer nos equipamentos e aparelhos;
  • Não administrar medicamentos para o paciente;
  • Não deixar objetos pessoais ou de valor com o paciente;
  • Não usar roupas inadequadas ao ambiente hospitalar, como peças muito justas, apertadas e decotadas.

Veja também: Qual é o papel da enfermagem?

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