Como os níveis de pH interferem no nosso organismo?

Os níveis de pH variam de acordo com as partes do nosso corpo, mas são fundamentais para manter tudo em equilíbrio. Entenda.

mulher passado creme diante do espelho. saiba como o pH (potencial hidrogeniônico) afeta o organismo

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Publicado em: 6 de setembro de 2023

Revisado em: 20 de setembro de 2023

O pH (potencial hidrogeniônico) é uma escala que mede o grau de acidez ou alcalinidade de um meio, como o corpo humano. Quando o pH está em desequilíbrio, podem ocorrer diversas reações. Entenda.

 

O pH, ou potencial hidrogeniônico, é uma escala que mede a acidez ou alcalinidade de um meio a partir da concentração de íons hidrogênio (H+). Quanto maior a concentração de H+, menor o pH de uma substância — consequentemente, mais ácida ela é. Mas o que isso tem a ver com o nosso corpo? Tudo.

O pH regula as atividades de quase todos os sistemas de enzimas e funções celulares. Por isso, é importante conhecer o funcionamento dessa escala nas diferentes áreas do organismo e saber como mantê-la em equilíbrio. 

 

Como funciona o pH?

O pH varia de 0 a 14 e pode ser classificado em três tipos: neutro, ácido e alcalino. 

“No meio neutro, o pH é igual a 7, ou seja, há um equilíbrio entre o grau de acidez e alcalinidade. No meio ácido, a concentração de íons de hidrogênio é maior, então o pH é inferior a 7. E no meio alcalino, a concentração de íons de hidrogênio é menor, com pH superior a 7”, explica a dra. Vânia Maia, clínica geral do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

No nosso organismo, no entanto, esse níveis podem variar de acordo com a área do corpo:

  • Sangue: o pH normal do sangue arterial é de 7,4, enquanto o do sangue venoso é cerca de 7,35. Isso porque o sangue venoso (que vai do coração para os pulmões) é rico em gás carbônico;
  • Urina: o pH normal varia entre 4,5 e 8;
  • Estômago: o pH normal fica em torno de 0,8. Esse nível tão baixo se dá por conta dos ácidos liberados na digestão dos alimentos, tornando a concentração de íons de hidrogênio cerca de 4 milhões de vezes maior do que no sangue, por exemplo.
  • Pele: o pH normal varia de 4,6 a 5,8. Ter um pH levemente mais ácido contribui para a proteção bactericida e fungicida, mas, com o tempo, é comum que a pele vá se tornando mais neutra.

 

Como medir o pH?

Para saber se os níveis de pH estão em equilíbrio, existem alguns exames que são solicitados em situações específicas. 

“O mais comum deles é a gasometria arterial. É feito mais em pacientes que a gente suspeita que tenham alguma alteração, acidose ou alcalose, que gere risco à vida, geralmente já com alguma comorbidade prévia ou um quadro mais grave”, detalha a dra. Vânia.

Outros exames como o de urina tipo 1 e a pHmetria esofágica também servem para avaliar os níveis de pH. Mas, de forma geral, eles só são pedidos quando existem indícios de que há algum desequilíbrio, o que pode ser causado por:

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Como identificar quando o pH está desequilibrado?

A depender da região do organismo atingida, os sintomas são diferentes. 

No sangue, o quadro mais comum é a acidose. Os sintomas envolvem fadiga, náuseas e vômitos. Em quadros mais graves, o paciente pode ficar com a respiração rápida e profunda e até evoluir para óbito.

No estômago, a acidose também é frequente. Por já ser um ambiente naturalmente ácido, se houver ainda mais acidez no órgão, podem surgir sintomas, como azia, queimação e dor abdominal. A evolução pode resultar em gastrite, úlcera gástrica e doença do refluxo gastroesofágico

Na pele, o desequilíbrio do pH é geralmente causado pelo uso incorreto ou em excesso de cosméticos e/ou produtos de limpeza. Os sintomas variam entre vermelhidão na pele, coceira, ardor e descamação. Para evitar, é importante verificar o uso correto dos produtos e lembrar que o sabonete de rosto deve ser diferente daquele usado no resto do corpo.

“Ter um pH equilibrado é a combinação de um conjunto de fatores que vão desde manter uma alimentação balanceada e hábitos de vida saudáveis até tratar doenças prévias para impedir o desenvolvimento ou o agravamento de uma acidose ou alcalose no organismo”, recomenda a dra. Vânia.

 

Quais são os alimentos mais ácidos para o estômago?

Outro ponto importante é que, toda vez que se fala em pH e alimentação, imagina-se que os alimentos cítricos são os principais causadores da acidificação estomacal. Mas isso é um mito.

“Na realidade, os alimentos mais ácidos são os ultraprocessados, porque existem vários ácidos em sua composição para mantê-los em conserva. Refrigerantes, bebidas alcoólicas, cafés expresso, vinagres, conservantes… Tudo isso gera uma piora do pH estomacal”, alerta a especialista.

Além disso, existem frutas que não são cítricas, mas contém acidez, como a maçã. Ou ainda frutas cítricas que têm ácidos fundamentais para o nosso organismo, como a laranja. Portanto, a atenção deve ser em relação aos alimentos ultraprocessados, já que são eles que reduzem o pH de forma prejudicial ao organismo.

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