Quando há um aumento do órgão podem surgir incômodos e complicações. Saiba o que é a cardiomegalia, conhecida como “coração grande”.
O coração é um órgão vital do corpo humano, que desempenha funções fundamentais, como o bombeamento do sangue para todo o organismo. Quando há um aumento anormal de sua estrutura, surge a cardiomegalia, condição conhecida popularmente como “coração grande”.
De forma geral, o aumento do coração é uma resposta adaptativa do corpo a condições desencadeantes. Porém, se não for controlado, leva a complicações sérias, como insuficiência cardíaca.
“A cardiomegalia não é considerada uma condição comum na população em geral. Em muitos casos, pode ser assintomática e descoberta incidentalmente durante exames médicos de rotina ou investigações de outras questões de saúde”, explica a dra. Vanessa Guimarães, coordenadora e cardiologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Principais causas da cardiomegalia (“coração grande”)
A cardiomegalia ocorre devido a diversas condições médicas e fatores de risco. “O mecanismo pelo qual o coração aumenta é complexo. Podemos dizer que com a sobrecarga do coração e o sofrimento das fibras do músculo cardíaco, existe a formação de cicatrizes. Desta forma, o coração não consegue lidar adequadamente com o volume de sangue a ser bombeado e há o aumento da cavidade cardíaca”, define o dr. Marcelo Franken, cardiologista do Hospital Albert Einstein, também na capital paulista.
Veja abaixo as principais causas:
- Hipertensão arterial: conhecida popularmente como “pressão alta”, quando crônica, faz com que o coração trabalhe mais para bombear o sangue, o que leva a um aumento gradual do órgão.
- Doenças cardíacas: problemas no coração, tais como, cardiomiopatias, doença das válvulas cardíacas, doença nas artérias coronárias e miocardite, por exemplo, podem resultar em cardiomegalia.
- Infecções virais ou bacterianas: afetam o coração e podem causar inflamação e aumento do músculo cardíaco.
- Doenças congênitas: algumas condições que surgem no nascimento geram sobrecarga ao músculo cardíaco e aumento do órgão.
- Outras condições médicas: anemia crônica, hipertireoidismo, distúrbios da tireoide e doenças renais contribuem para o desenvolvimento de cardiomegalia.
- Uso de álcool e drogas: em excesso, o abuso de substâncias danificam o coração e aumentam o risco de aumento do órgão.
- Idade: o risco aumenta com a idade, pois o coração sofre desgaste ao longo do tempo.
- Histórico familiar: pessoas com histórico familiar de doenças cardíacas podem ter uma predisposição genética à cardiomegalia.
- Obesidade: o excesso de peso coloca uma carga adicional no coração, aumentando o risco do aumento do coração.
Sintomas da cardiomegalia
Muitas vezes, a cardiomegalia não apresenta sintomas. Porém, em alguns casos, a pessoa sente incômodos que levam à procura de um especialista. Geralmente, os sintomas pioram conforme há o avanço da condição e de acordo com a causa.
Entre os sintomas, estão:
- Sensação persistente de cansaço ou fraqueza;
- Falta de ar ou dificuldade em respirar, especialmente durante atividades físicas;
- Inchaços, principalmente nas pernas, tornozelos e abdômen;
- Tonturas ou desmaios, que ocorrem devido à diminuição da capacidade do coração de bombear eficientemente o sangue;
- Desconfortos no peito;
- Batimentos cardíacos irregulares, como palpitações.
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Diagnóstico e tratamento da cardiomegalia
O diagnóstico de cardiomegalia inclui uma avaliação médica, geralmente, por um cardiologista, que solicita exames como radiografias, ecocardiogramas e ressonância magnética cardíaca.
Já o tratamento envolve a gestão da causa e redução dos fatores de risco associados. Alguns medicamentos são prescritos para controlar a pressão arterial e melhorar a função cardíaca.
“Além disso, intervenções minimamente invasivas (via cateter) ou cirúrgicas podem ser necessárias para correção dos fatores que estão causando a insuficiência cardíaca, como desobstrução de coronárias”, complementa o dr. Franken.
Complicações do “coração grande”
É fundamental identificar e tratar precocemente a causa da cardiomegalia para prevenir complicações graves. A principal é a insuficiência cardíaca, ou seja, quando o coração não consegue bombear sangue de forma eficiente para atender às necessidades do corpo.
“Isso resulta em sintomas graves, como falta de ar, inchaço, fadiga e, em casos extremos, pode ser potencialmente fatal”, destaca a dra. Guimarães.
Além disso, pode provocar arritmias cardíacas, aumento do risco de coágulos, acidente vascular cerebral, edema pulmonar e morte súbita.
O acompanhamento regular com profissionais de saúde, exames de imagem e a adesão a um plano de tratamento são fundamentais para gerenciar a condição e melhorar os resultados de saúde a longo prazo.
Prevenção da cardiomegalia
Quem tem histórico familiar, deve informar seu médico sobre a condição. Quando diagnosticado precocemente, o tratamento adequado da causa impede o agravamento do coração dilatado.
De forma geral, a recomendação é manter um estilo de vida saudável, realizar exercícios regulares e manter uma dieta adequada. Além de evitar o uso de álcool, drogas e cigarro.
Também é importante monitorar a pressão arterial, o colesterol e doenças como o diabetes. Além de tomar os medicamentos apenas quando forem prescritos pelos médicos.
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