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Cardiovascular

Ablação: o que é e quando é indicada?

Publicado em 10/04/2025
Revisado em 10/04/2025

O procedimento é utilizado para tratar diferentes comorbidades, como tumores ou sangramentos. Conheça os diferentes tipos.

 

A ablação, por definição no dicionário, é o “ato de tirar por força; ação de arrancar; corte, extirpação, separação de uma parte do corpo”. Na medicina, trata-se de uma intervenção pouco invasiva ou cirúrgica, que pode ser usada em diferentes áreas, como cardiologia, ginecologia e oncologia. 

É um procedimento amplamente utilizado, sobretudo para tratar casos de arritmia cardíaca, como a fibrilação atrial e flutter atrial. Também pode ser empregado no tratamento de tumores, na remoção de tecido endometrial, em varizes e até em certos tipos de câncer, como os de fígado e rins. 

 

Tipos de ablação

A remoção ou destruição de um tecido pode ocorrer por meio de calor, fricção, reação química ou outras formas de energia. Os principais tipos são:  

  • Cardíaca: um cateter é inserido pela virilha e guiado até o coração para destruir vias anormais;
  • Cirúrgica: realizada por meio de uma incisão, remove parte do tecido;
  • Por radiofrequência (ARF): utiliza ondas de rádio para gerar calor e destruir o tecido-alvo; 
  • Por micro-ondas: semelhante à anterior, usa ondas menores para aquecer e destruir células tumorais;
  • Por laser: utiliza a energia de um laser para vaporizar tecidos;
  • Por crioablação: emprega temperaturas extremamente baixas para congelar e destruir células; 
  • Por química: utiliza substâncias químicas (como álcool ou ácido acético) para destruir tecidos;
  • Por ultrassom focalizado de alta intensidade (HIFU): usa ultrassons intensos para aquecer e destruir tecidos profundos, sem incisões;
  • Por campo pulsado: utiliza pequenas descargas elétricas de alta voltagem para destruir o tecido.

        Ouça: DrauzioCast #161 | Fibrilação atrial

 

Diferentes usos 

A ablação pode ser aplicada em diferentes áreas médicas, sendo a cardiologia a mais comum. Conheça outras aplicações: 

  • Ginecologia: utilizada em casos de sangramentos intensos;
  • Oncologia: empregada para a remoção de tecidos tumorais;
  • Angiologia: aplicada no tratamento de problemas nas veias;
  • Oftalmologia e dermatologia: o tratamento utiliza principalmente a técnica a laser. 

Independentemente da especialidade, o objetivo sempre é remover o tecido danoso. “É um procedimento minimamente invasivo, que pode ser feito sob sedação leve ou anestesia geral – vai depender do caso –, e que dura entre 4 e 6 horas. Mas a pessoa costuma ter uma alta rápida, em no máximo 48 horas, com risco muito baixo e uma recuperação rápida”, conta a dra. Paola Smanio, chefe da cardiologia do Grupo Fleury, em São Paulo. 

 

Quem não pode fazer

Apesar de ser um procedimento seguro e comum, há algumas contraindicações. “O procedimento de cateter usa um raio-X para guiar o objeto, então é contraindicado para grávida e para mulheres que estão amamentando, a menos que o benefício do procedimento supere os riscos da radiação. Ele também é contraindicado para indivíduos que estão num processo muito descompensado, como a fase aguda do infarto ou uma insuficiência cardíaca aguda, ou que estão num processo infeccioso. E também para pessoas que têm alta probabilidade de trombose”, explica a dra. Paola. 

Se o procedimento for para fins ginecológicos, nos casos de sangramento intenso, em que o tecido endometrial precisa ser removido, a principal contraindicação é para mulheres que desejam gestar, mas ainda não tiveram filhos. Isso porque o endométrio, tecido que reveste internamente o útero e onde ocorre a implantação do embrião na gravidez, será destruído.

“Por mais que o ovário continue funcionando depois da ablação e produzindo os seus hormônios, ele não terá para onde proliferar, pois não há mais tecido endometrial. Eu vou lesar justamente o tecido de que a gravidez depende para acontecer. Portanto, a ablação é indicada para mulheres que não têm intenções de engravidar e é uma opção menos invasiva do que tirar o útero, por exemplo, que já é uma cirurgia já mais delicada”, esclarece a dra. Maria Rita de Souza Mesquita, presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp).

Mesmo que não seja obrigatória a inserção de um dispositivo intrauterino (DIU), como o de levonorgestrel, observou-se nos últimos anos que ele pode ajudar a evitar a reincidência do problema, pois inibe ainda mais a proliferação do endométrio, já que as pacientes geralmente param de menstruar com seu uso. 

As complicações são raras, mas alguns pacientes podem apresentar hematomas, irritações ou até sangramentos no local após a intervenção. Também existe o risco de infecções, como em qualquer procedimento médico e, em casos mais graves, pode ocorrer uma embolia ou um AVC, geralmente em pessoas que já apresentavam predisposição.

        Veja também: Quais são os tipos de anestesia e sedação mais utilizados?

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