O câncer de testículo matou mais de 400 homens no Brasil apenas em 2020.
O câncer de testículo matou 430 homens no Brasil em 2020, de acordo com o Atlas de Mortalidade, a partir das informações disponibilizadas pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. O tumor é mais comum especialmente em adultos jovens, brancos, entre 15 e 35 anos.
Mas o que explica o câncer de testíticulo afetar mais os indivíduos jovens? A fase de maior atividade sexual e reprodutiva pode ser a resposta. Nessa faixa etária, as células passam por alterações que começaram durante a infância e já estão suficientemente avançadas para possibilitar o aparecimento de tumores na área. Em jovens adultos, os testículos ainda estão em desenvolvimento, o que os torna mais propensos a desenvolver anomalias celulares que podem levar ao câncer.
De acordo com o dr. Danilo Galante, urologista e sexólogo, o sintoma mais comum é o aumento do testículo e um nódulo palpável. Ele explica que é raro o paciente ter dor na região, mas é comum que o diagnóstico seja feito após um trauma local. “Embora o trauma não tenha relação com o câncer de testículo”, pondera.
A dra. Suelen Martins, oncologista do Centro de Oncologia (CEON), em São Paulo (SP), completa com alguns outros sintomas que podem estar relacionados ao câncer de testículo, como:
- gânglio na virilha, que pode ser um linfonodo comprometido;
- dor pélvica, que pode estar relacionada com metástase abdominal;
- falta de ar, se houver doença metastática no pulmão;
- dor óssea, se houver metástase nos ossos.
Quanto ao diagnóstico inicial, em muitos casos o paciente acaba fazendo um autoexame e diagnosticando-se, por meio da palpação de um nódulo duro que lembra uma pedra, no testículo. A confirmação é feita através de um ultrassom.
Quais as opções de tratamento para o câncer de testículo?
Como os jovens são os mais acometidos por esse tumor, é importante ficar atento às formas de tratamento. O urologista dr. Danilo Galante afirma que a principal é a retirada do testículo.
Quando a suspeita é de tumor benigno, pode-se fazer a retirada apenas do nódulo e manter o testículo. “Nesse caso, o nódulo é enviado para análise patológica já em sala de cirurgia. Se o patologista diagnosticar o tumor como benigno, o restante do testículo é mantido. Se o diagnóstico for de tumor maligno, o testículo é removido”, esclarece. Em pacientes jovens, a conduta de manter os testículos também é indicada quando o indivíduo apresenta tumores nos dois testículos ao mesmo tempo, mas tem a intenção de ter filhos.
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Fatores de risco
Ser adulto jovem é um dos principais fatores de risco. Mas existem outros, como::
- síndromes genéticas, como a síndrome de Klinefelter;
- pacientes com testículo criptorquídico (que não migrou para o escroto, o saco de pele localizado abaixo do pênis, antes do nascimento);
- pacientes que receberam tratamento de radioterapia na infância;
- traumas frequentes no testículo;
- infecções frequentes;
- exposição à radiação.
Chances de cura
A taxa de cura é altíssima, mesmo em pacientes que têm a doença mais avançada. A dra. Suelen indica uma chance de 90% de cura, e em tumores localizados, acima de 98%.
“É importante alertar a população, especialmente os pacientes jovens, a fazerem o exame clínico. Geralmente, essa faixa etária de pacientes não costuma ir ao médico regularmente. É crucial que, se o paciente sentir qualquer anormalidade no testículo, ele procure um urologista para investigação”, declara.
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Sobre o autor: Caio Coutinho é estudante de jornalismo na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e colaborador no Portal Drauzio Varella. Além do gosto por música, também tem interesse em temas de saúde mental e saúde da criança.