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Câncer

Câncer de pênis tem incidência maior que o de próstata em algumas regiões

Homem de cueca com as mãos à frente da região do pênis, órgão afetado pela balanite e pela balanopostite.
Publicado em 22/05/2013
Revisado em 11/08/2020

Apesar de o câncer de pênis ser raro (representa 2% de todos os tipos de câncer no país), em algumas regiões do Norte e Nordeste a incidência desse tumor é muito maior que a do de próstata.

 

“Em 2007, de acordo com os últimos levantamentos, 16 milhões de mulheres foram ao ginecologista, enquanto somente 2 milhões de pessoas passaram em um urologista, especialista que também atende mulheres. O homem tem medo de ir ao médico, de diagnosticar doenças, talvez por seguir o arquétipo de herói.” É com essas palavras que o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o médico Aguinaldo Nardi, ressalta a importância de implantar políticas públicas para a saúde do homem no país, além de campanhas para erradicar o câncer de próstata e de pênis.

Ele esclarece que apesar de o câncer de pênis ser raro (representa 2% de todos os tipos de câncer no país), em algumas regiões do Norte e Nordeste a incidência desse tumor é muito maior que a do de próstata. O motivo é que ele está associado a baixas condições socioeconômicas e também à má higiene íntima. “No ano anterior, nós tivemos mil amputações de pênis no Brasil. No Maranhão, aparece um caso novo a cada 16 dias. Nossos índices são iguais aos da África e superiores aos da Índia. É preciso levar atendimento médico a essas regiões urgentemente”, diz o presidente da SBU.

 

Veja também: Câncer de pênis: água e sabão podem fazer a diferença

 

Em relação ao câncer de próstata, 30% dos pacientes do SUS são diagnosticados quando a doença já está em estado bastante avançado. Entretanto, se fossem descobertos logo no início, 95% dos casos seriam curáveis.

Para tentar reverter esse quadro, uma comitiva de médicos representantes da SBU e da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica participou de uma audiência pública no Senado Federal no último dia 16/5, a fim de tentar mobilizar os governantes para a implantação de políticas públicas voltadas à saúde do homem. Entre as reivindicações está o tratamento da disfunção erétil e da infertilidade pelo SUS, já que ambas afetam claramente a qualidade de vida do paciente.

“Temos sugestões importantes como a criação de Centros de Referência de saúde do homem em hospitais para facilitar o acesso desse público, que hoje em dia não se vê amparado como o feminino. Também queremos sugerir a adoção do projeto Câncer de Pênis Zero, que pretende, através da educação, eliminar a doença no país, visto que a prevenção se dá, basicamente, com o uso de água e sabão. Mas o tumor também está relacionado com a fimose e doenças sexualmente transmissíveis”, afirma Nardi.

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