Principal causa da disfunção erétil é emocional

Ansiedade é principal causa da disfunção erétil (conhecida como impotência sexual). Há diversas formas de tratamento disponíveis para o problema. Leia mais.

Silhueta de homem com a testa apoada nas mãos, demonstrando preocupação.

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Publicado em: 28 de janeiro de 2019

Revisado em: 24 de fevereiro de 2023

Impotência sexual pode ter razões físicas, mas a principal causa da disfunção erétil envolve fatores emocionais.

 

A disfunção erétil (também chamada de impotência sexual) é caracterizada pela falta de ereção permanente, ou seja, apenas uma falha ocasional não configura a doença. Segundo o cirurgião vascular dr. José Mário Reis, a principal causa para o problema é a emocional, responsável por cerca de 70% dos casos. “Os 30% restantes apresentam uma disfunção orgânica que pode ser vascular de origem arterial, hormonal e, em pequeno número, resultado de alterações na anatomia do pênis, como ocorre na doença de Peyronie”, afirmou o especialista em entrevista ao Portal Drauzio Varella.

A ansiedade é a causa emocional que mais bloqueia o mecanismo da ereção. O homem pode ter medo de falhar mais de uma vez ou se sentir inibido quando se relaciona com alguém que desperte atenção especial. A falta de controle ejaculatório também pode ser responsável pelo problema. O medo de ejacular muito rápido, de não dar prazer à parceira e de não conseguir a penetração que considera ideal cria uma ansiedade tão grande que faz ele não conseguir atingir a ereção durante o ato sexual.

 

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Estresse e problemas financeiros também podem favorecer a disfunção erétil. “Fala-se muito como as pessoas deveriam portar-se para estimular o desejo. Como pedir a um homem ou a uma mulher cujo dinheiro não chega para pagar as contas do mês que estejam dispostos a criar um clima e colocar um disco romântico na vitrola? O ideal seria transformar o ambiente e a rotina familiares, mas isso não é tarefa fácil”, explica o médico. Ele ainda destaca que, quando se trata de sexualidade, o enfoque deve ser emocional, pois é algo que faz parte do relacionamento íntimo entre  duas pessoas. “É de extrema importância estabelecer se o pênis funciona mal e compromete a relação ou se funciona mal porque a relação já está comprometida”, afirma.

 

Envelhecimento

 

Embora a principal causa da disfunção erétil seja emocional, é comum relacionar o envelhecimento à impotência. De fato, a taxa de testosterona pode diminuir na terceira idade, mas não a um nível que exija reposição. Segundo o médico, o envelhecimento não causa perda de ereção ou desejo sexual, mas varia conforme a postura de cada um. Um idoso de 90 anos, portanto, pode ter atividade sexual satisfatória com ereção, caso esteja saudável, otimista e bem disposto. O mesmo pode não acontecer com homens que, apesar de mais jovens, estejam deprimidos ou doentes. “Sexualidade não tem padrão. Basta lembrar que, em férias, as pessoas transam mais. Os parceiros não mudaram; mudaram o ambiente e o perfil da libido. Nessa hora, percebe-se que a sexualidade varia de instante para instante, de pessoa para pessoa, depende do relacionamento interpessoal e faz parte da qualidade de vida do ser humano”, explica.

 

Resistência masculina

 

Muitos homens resistem a buscar ajuda médica quando o problema tem a ver com sexualidade. É comum procurar um profissional quando se tem falta de ar, tosse ou dor no estômago, mas admitir a impossibilidade de manter relações sexuais, segundo o dr. Reis, é visto como custoso e deprimente para eles. “Em geral, os homens só tomam a iniciativa estimulados pela parceira, que nem sempre os acompanha ao consultório, mas é quem marca a primeira consulta. Eles cedem porque a relação está em jogo”, afirma.

 

Tratamento

 

Nos casos em que a disfunção acontece por conta de uma falha nos nervos que estimulam o pênis, o tratamento indicado é a autoinjeção. O próprio homem injeta no corpo cavernoso uma droga que provoca vasodilatação no pênis, favorecendo a entrada de mais sangue. O efeito é muito rápido: cerca de cinco minutos após a injeção, a ereção acontece. “A autoinjeção pode ser indicada para diabéticos e para homens submetidos à prostatectomia radical, isto é, a retirada total da próstata que estava comprometida por câncer. Nos casos emocionais, associada à psicoterapia também tem-se mostrado eficiente”, avalia o médico. No caso de quem tem diabetes, quando a doença está mal controlada pode haver alteração nos nervos que estimulam o pênis, provocando a disfunção erétil.

Existe também o tratamento farmacológico que ativa o mecanismo da ereção, um dos maiores marcos da medicina em questões envolvendo a sexualidade. Medicamentos para esse fim também promovem a vasodilatação e são muito eficazes. Contudo, nas lesões de inervação, como as provocadas por diabetes, traumas de medula ou na prostatectomia, a autoinjeção tem resultados melhores. Há ainda a opção das próteses penianas, que, em geral, são feitas de silicone e dão rigidez ao pênis, permitindo a penetração sem alterar a capacidade de ejaculação, desejo ou prazer.

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