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Câncer

Câncer de pele em negros: quais as principais características?

Negros, câncer de pele, melanoma
Publicado em 16/11/2023
Revisado em 22/11/2023

O melanoma acral é o mais incidente e perigoso e não está relacionado à exposição solar. Saiba mais sobre câncer de pele em negros.

 

O câncer de pele é um dos tipos de cânceres mais incidentes na população e corresponde a cerca de 30% dos tumores malignos registrados no país.

Veja também: Câncer de Pele em 6 perguntas

Existe um mito de que as pessoas de pele negra não teriam risco de desenvolver câncer de pele por conta da alta concentração de melanina, que atuaria como um fator protetor. Portanto, o uso de protetor solar não seria necessário. “É claro que a pessoa de pele preta tem um risco menor quando comparada à de pele branca, mas é preciso enfatizar que esse risco não é nulo. Ele existe. A melanina por si só não é suficiente para proteger totalmente as células. Ainda mais se a gente juntar predisposição genética e exposição solar elevada sem uso de protetor solar ao longo da vida”, comenta o dermatologista dr. André Moreira, especialista em pele preta. 

O carcinoma de células escamosas (não melanoma) é um dos tipos de tumores de pele mais incidentes em negros e está relacionado à alta exposição de raios UV. Esse tumor surge nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele (epiderme), e pode ocorrer em todas as partes do corpo, embora se desenvolvam com mais frequência em áreas constantemente expostas ao sol, como braços, pernas, pescoço, rosto e couro cabeludo. 

 

Melanoma acral

Entretanto, é o melanoma acral que merece maior atenção da população negra. Embora seja o menos frequente entre os melanomas (de 2% a 8% dos casos de câncer de pele), é mais comum entre as pessoas de pele negra e um dos mais agressivos. 

Esse tumor acaba sendo mais comum nas extremidades das mãos, região plantar e unhas, podendo ser confundidos com micoses. Diferentemente do carcinoma de pele escamoso, o melanoma acral não tem relação direta com a exposição solar, mas está relacionado a fatores genéticos e hereditários. 

Os primeiros sinais surgem com manchas de tonalidade castanho-escuro e bordas irregulares. E o período de evolução é de aproximadamente dois anos e meio, quando surgem elevações e nódulos. 

Foi justamente esse tipo de câncer que matou, em 1981, o cantor Bob Marley, astro do reggae, aos 36 anos. Ele não procurou assistência médica porque pensou que a lesão era por conta do futebol. 

“Por isso é muito importante a pessoa ficar de olho em qualquer manchinha que surge nas palmas das mãos, debaixo das unhas, nos pés e até nos genitais, que são áreas que não são expostas ao sol, mas as mais comuns do melanoma acral. Ficar atento se mudar de formato, cor. Tem que investigar”, alerta o dr. Moreira. 

Por ser um tumor agressivo e de rápida progressão, o tratamento precisa ser rápido, com a retirada cirúrgica do tumor. 

 

Câncer de pele em negros: como se proteger?

Embora o melanoma acral não tenha relação direta com os raios solares, o uso de protetor solar não deve ser abandonado, pois ele protege justamente contra os outros tipos de cânceres de pele comuns em peles pretas e brancas, além de manchas e hiperpigmentação. 

“Protetor solar que deve ser aplicado pelo menos três vezes ao dia, mesmo em dias nublados, e não esquecer das áreas que ficam mais expostas ao sol, como as orelhas e pescoço, por exemplo. Além disso, o ideal é procurar um dermatologista uma vez ao ano para fazer o exame completo da pele, pois ajuda muito na detecção precoce, principalmente no melanoma acral. Normalmente, os diagnósticos de câncer de pele em negros são feitos muito tardiamente, quando é mais difícil tratar”, ressalta o dermatologista. 



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